Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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01 julho 2013

CRONOLOGIA - 600 Anos da Profecia do Nascimento de Jesus Cristo


http://josephsmithacademy.org/projects/2000/people/john_p_pratt/images/john_p_pratt.jpg
Reimpresso do Meridian Magazine (31 Mar 2000)
©2000 John P. Pratt. Todos os Direitos Reservados
Tradutor: Elson C. Ferreira – Curitiba/Brasil
Jul/2013

Comparação de fontes bíblicas e babilônicas, em apoio ao relato d'O Livro de Mórmon de que Leí partiu de Jerusalém exatamente 600 anos antes do nascimento de Jesus Cristo.

A questão da verdadeira data da partida de Leí de Jerusalém tem sido uma questão difícil para os estudiosos porque os dados cronológicos que temos não parecem ser consistentes.

Néfi registrou que o Salvador “… vem, Segundo as palavras do anjo, seiscentos anos depois de meu pai haver saído de Jerusalém.” 


(1 Néfi 19:8). Ele também registra que Leí começou a profetizar depois do começo do primeiro ano do reinado de Zedequias (1 Néfi 1:4), que começou em 597 a.C., de acordo com a bem fundamentada evidência histórica. 

O problema é que havia apenas 596 anos desde o começo do reinado de Zedequias até o dia 6 de Abril do ano 1 a.C., a data do nascimento do Salvador, de acordo com os profetas modernos e com outras evidências.[1] 

Entrentanto, uma comparação mais cuidadosa do relato de Néfi com a Bíblia bem como com fontes babilônicas, indicam que  Leí mais provavelmente realmente partiu no ano 6001 a.C, exatamente 600 anos antes do nascimento de Jesus Cristo.


A primeira resposta ao problema de data acima é que o anjo deve ter apenas queria dizer que haveria aproximadamente seis séculos até que Cristo nascesse, então 596 anos é aproximado o bastante. 

Numa inspeção mais aproximada, entretanto, está aproximação não funciona porque os nefitas explicitaram que 600 anos haviam se passado desde a partida de Leí até foi dado o grande sinal do nascimento do Salvador, ou seja, aquela noite que foi tão brilhante como o meio dia. (3 Néfi 1:1, 19). 

A solução para o problema que foi apresentado é que talvez os nefitas contaram “anos” curtos, tal como o ano profético maia que é de 360 dias[2] ou o ano lunar árabe, de 354 dias[3], de modo que esses 600 anos podem se encaixar no intervalo entre a partida de Leí e o nascimento do Salvador, entretanto, uma comparação do relato de Néfi com a Bíblia e com as histórias babilônicas indica que é mais provável que o anjo se referia ao nosso regular ano sazonal e que Leí realmente tenha deixado Jerusalém no ano 601 a.C.

Para entender porque, primeiro revisemos a bem estabelecida história daquele período de tempo e então olhemos mais os detalhes no relato do Livro de Mórmon para ver como ele se encaixa no conhecimento histórico estabelecido.

1. A História Estabelecida


A história de Jerusalém durante o tempo de Leí é bem fundamentada cronologicamente porque o registro babilônico é uma segunda testemunha do relato bíblico a respeito dos conflitos que ocorreram naquele tempo entre a Babilônia e Jerusalém. 

Ambas as histórias se complementam nos assuntos chave relevantes à esta questão que cada detalhe omite a outra. A grande contribuição do registro babilônico é aquele que providencia um absoluto panorama cronológico para todo o período. 

Ele é absoluto porque os babilônios mantiveram registros de onde os planetas estavam entre as constelações. Quando estas observações foram recalculadas por computadores e comparadas com as datas tradicionais históricas, descobriu-se que estavam em excelente concordância. [4] 

Tais observações astronômicas fornecem o mais firme sistema de datação que qualquer outro método conhecido. Com isto em mente, revisemos a história de Jerusalém baseada nos relatos combinados bíblicos e babilônios.

1.1 O Reinado de Jeoiaquim.

Comecemos com Jeoiaquim que era o rei de Judá quando os conflitos entre Judá e a Babilônia começaram. O primeiro ano de Jeoiaquim começou em 608 a.C.[5] Nesta época o Egito era a força dominante sobre a área Sirio-Palestina; de fato, o Faraó Necho havia colocado Jeoiaquim no trono (ver 2 Reis 23:34, 2 Crônicas 36:4).

No começo do reinado de Jeoiaquim os profetas começaram a profetizar cativeiro e destruição a menos que o povo se arrependesse. Jeremias profetizou que Jerusalém seria abandonada e destruída: “e esta cidade ficará desolada, de sorte que fique sem moradores” (Jeremias 26:9). 

Outro profeta chamado Urias profetizou de maneira semelhante. (Jer. 26:20). O povo de Jerusalém ficou chocado com tais predições, que pareciam impossíveis de serem cumpridas porque Jerusalém sempre havia sido uma fortaleza. Mesmo quando os assírios haviam conquistado o restante daquela região um século antes, eles não haviam sido capazes de conquistar Jerusalém. 

Assim, o povo zombava destes profetas e procuravam tirar-lhes a vida. A vida de Jeremias finalmente foi poupada, mas quando Urias fugiu para o Egito, Jeoiaquim trouxe-o de volta e o executou. (Jer. 26:21-23).

No quarto ano do reinado de Jeoiaquim, o domínio da Babilônia se espalhou e alcançou o Egito na Batalha de Carquemich, uma fortaleza egípcia ao norte de Jerusalém na Síria Syria (Jer. 46:2). Lá, em Maio e Junho do ano 605 a.C.,[6] Nabucodonozor, o príncipe coroado da Babilônia derrotou a Necho. 

Nabucodonozor foi imediatamente a cada um dos paízes que estavam sob domínio egípcio e tomou uns poucos cativos dentre seus príncipes, [7] aparentemente sem mais batalhas. Daniel estava entre o primeiro grupo deportado para a Babilônia (Dan. 1:1-6).[8] 

Em Agosto, Nabucodonozor recebeu notícias da morte de seu pai, então retornou para a Babilônia e foi coroado rei em Setembro de 605 B.C.[9]

1.2 A Primeira Destruição de Jerusalém


De acordo com o registro babilônico, durante o próximo ano cada um dos reis da Síria-Palestina (que incluía Jeoiaquim) se apresentou diante de Nabucodonozor e pagou-lhe o tributo anual. [10] 

O relato do Velho Testamento registra que Jeoiaquim pagou o tribute por três anos (2 Reis 24:1) e o registro babilônico confirma que foi para os anos de 604, 603 e 602 a.C. o tributo foi coletado em Novembro e Dezembro.[11] 

Quando chegou o tempo de coletar o tribute no ano seguinte, o Egito e Judá se rebelaram. O registro babilônico declara que, começando em Novembro de 601 a.C., Nabucodonozor lutou uma grande batalha contra o Egito, na qual ele mal venceu, com ambos os lados tendo sofrido pesadas baixas.[12] 

A Bíbla declara que depois Jeoiaquim serviu a Nabucodonozor por três anos, “... depois se virou e se revoltou contra ele. E Deus enviou contra ele as tropes dos caldeus, e as tropas dos sirios, e as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos de Amon; e as enviou contra Judá, para o destruir, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ninistério de seus servos, os profetas” (2 Reis 24:1-2)

Assim, enquanto Nabucodonozor foi pessoalmente para a Guerra no Egito, seus reinos vassalos foram punidos pela rebelião de Jeoiaquim. 



A destruição que eles inflingiram sobre judá em Novembro e Dezembro de 601 a.C foi severa suficiente que, como declarado nas citações acima, foi dito terem se cumprido as palavras dos profetas de que Jerusalém seria destruída. Esta foi a primeira destruição de Jerusalém pela Babilônia. 

Esta destruição geralmente tem sido inteiramente desconsiderada nas histórias desse período, tanto que nos faz confundir com a bem conhecida segunda e final destruição de Jerusalém pela Babilônia em trinta anos later em 587 a.C.

Por um relato dos últimos três anos do reinado de Jeoiaquim que se seguiu, a Bíblia remete-nos a outros livros não mais disponíveis (2 Reis 24:5, 2 Crônicas 36:8), mas felizmente o historiador Josefo, bem como outras tradições judaicas preenchem este vácuo, presumivelmente porque eles tiveram acesso àqueles livros. 

Eles declaram que três anos mais tarde, em Dezembro de 598 a.C., Jeoiaquim novamente recusou-se em pagar o tributo. [13] 

Nesta época Nabucodonozor marchou para a cidade e convenceu o sinédrio a baixa-lo pelo muro da cidade a fim de evitar uma betalha. Nabucodonozor prendeu-o com correntes (2 Chron. 36:6), fizeram-no desfilar diante de várias cidades de Judá, e então mataram-no e lançaram seu corpo aos cães,[14] assim a profecia de Jeremias (Jer. 22:18-19).

Nabucodonozor então escolheu a Jeconias, filho de Jeoiaquim para ser o novo rei, mudando seu nome para Jeoiaquim. Ele então retornou par a babilônia, tomando consigo aproximadamente mais 3.000 cativos das classes superiores, inclusive Ezequiel. [15] 

Depois de chegar na Babilônia, seus adversaries convenceram-no que era muito perigosos deixar o filho de Jeoiaquim reinar, então ele retornou a Jerusalém e ordenou a rendição de Jeoiaquim. No sábado, dia 10 de Março de 597 a.C. do nosso calendário, [16] depois de um reinado de apenas três meses e dez dias (2 Crônicas 36:9), Jeoiaquim submeteu-se sem resistência, e viveu o resto de sua vida na Babilônia. O registro babilônio declara simplesmente que Nabucodonozor “capturou a cidade” [17] e a Bíblia confirma que a captura foi tão completa que “toda Jerusalém” foi deportada com mais de 10.000 cativos sendo levados para a Babilônia, incluindo todos os ricos:

E transportou a toda a Jerusalém, como também a todos os principes e a todos os homens valorosos, dez mil presos, e a todos os carpinteiros e ferreiros; ninguém ficou senão o povo pobre da terra.
Assim transportou a Joaquim a Babilônia; como também a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os seus eunucos, e os poderosos da terra levou presos de Jerusalém a Babilônia.
E todos os homens valentes , até sete mil, e carpinteiros e ferreiros até mil, e todos os varões adestrados na guerra, a estes o rei de Babilônia levou presos para Babilônia.
E o rei de Babilônia estabeleceu a Magtanias, seu tio, rei em seu lugar, e lhe mudou o nome para Zedequias.(2 Reis 24:14-17)

Obsevem que apesar de muitos habitants de Jerusalém foram levados para o exílio nesta época, houve uma batalha maior e a cidade não foi destruída. Assim, Nabucodonozor escolheu Matonias, sendo irmão de Jeoiaquim e tio de Jeoiaquim, para ser o novo rei e mudou seu nome para Zedequias.

Zedequias governou sobre os pobres que foram deixados em Jerusalém por apenas dez anos. Durante este tempo Jeremias profetizou que a retirada dos cativos foi essencialmente superficial. 

Comparando os habitanates de Jidá a figos, o Senhor declarou através dele, que todos os figos bons, dignos de serem mantidos já haviam sido levados para a Babilônia, e aqueles que foram deixados para trás eram os figos ruins (Jeremias 24:1-10).

Ele claramente declarou que na próxima vez que Nabucodonozor retornasse, ele não mostraria misericórdia, mas os habitantes ou seriam mortos pela fome, pestilência ou pela espada, ou seriam dispersos. (ver Jeremias 21:7). 

O profeta Ezequiel na Babilônia foi a segunda Testemunha desta profecia. Numa dramática demonstração diante da cidade, ele cortou seus cabelos e sua barba crescidos ao longo de um ano e dividiu-os em três partes. Ele queimou uma parte, cortou outra parte, e espalhou a outra parte no vento (Ezequiel 4:5-6, 5:1-2). 

O Senhor explicou que está demonstração representava a queda de Jerusalém:

Uma terceira parte de ti morrerá de pestilência, e com fome eles serão consumidos no meio de ti; e a terceira parte cairá pela espada ao redor de ti; e eu espalharei a terceira parte por todos os ventos, e desembainharei a espada atrás deles. (Ezequiel 5:12)

Um ponto importante para este artigo é aquele número de cativos que seriam tirados depois que Zedequias começou a reinar em 597 a.C. não era suficiente para serem representados em todo o simbolismo já descrito. 

De fato, o Senhor advertiu especificamente aos habitantes de Jerusalém através de duas testemunhas de que se eles não se arrependessem, na próxima vez eles não deveriam esperar nada mais misericordioso do que serem deportados.

1.3 The Segunda Destruição de Jerusalém


As profecias quanto à peste, fome e destruição foram cumpridas no décimo primeiro ano do reinado de Zedequias, depois que Nabucodonozor sitiou Jerusalém por um ano e meio. A grande cidade de Jerusalém caiu em Junho de 587 a.C. (Jerermias 39:1-8). 

A maioria dos habitantes que já não havia morrido de fome ou peste foram então mortos pela espada ou dispersos. Zedequias foi preso em correntes e levado para a Babilônia, junto com uns poucos outros cativos aproximadamente em 800 a.C (Jeremias 52:29). 

As casas dos habitantes foram queimadas e o muro da cidade foi derrubado (Jeremias 39:8). 

Quase um mês depois o templo também foi queimado e derrubado (2 Reis 25:8-9), completando a total destruição de Jerusalém em 587 a.C.

As datas das duas destruições e quarto deportações de cativos são sumarizados conforme segue:

Ano
Evento
608 a.C.
Primeiro ano do reinado de Jeoiaquim. Jeremias profetiza a destruição de Jerusalém e sua desolação
605 a.C.
A Babilônia substitui ao Egito como a nação mais ponderosa do mundo e toma controle de Judá. Uns poucos príncipes são levados cativos (A Primeira Deportação)

Dec. 601 a.C.
Jeoiaquim se rebela; Jerusalém é parcialmente destruída (A Primeira Destruição).

Dec. 598 a.C.
Jeoiaquim é executado, Jehoiachin, seu filho, começa a reinar. (A Segunda Deportação).

Mar. 597 a.C.
A Terceira Deportação (mais de 10.000) a Babilônia. Zedequias começa a reinar.
June 587 a.C.
Jerusalém é destruída (A Segunda Destruição) e Quarta Deportação de apenas uns poucos.

Voltemos agora ao relato do Livro de Mórmon para vermos como ele se encaixa na história conhecida.

2. O Relato de Néfi

Néfi descreve seu pai Leí como um homem rico que, no primeiro ano do reinado de Zedequias ouviu muitos profetas predizerem que Jerusalém seria destruída se o povo não se arrependesse (1 Néfi 1:4). 

Leí orou por seu povo e recebeu sua própria revelação confirmando que Jerusalém seria destruída. O ponto chave para está discussão é que ele também viu explicitamente em sua visão que “muitos seriam levados cativos para a Babilônia” (1 Néfi 1:13). Esta profecia levanta uma importante questão a ser resolvida:

Como Leí profetizaria que “muitos” seriam levados cativos depois de ter começado o reinado de Zedequias, ou seja, depois que a deportação de “toda Jerusalém” já havia acontecido? 

O relato bíblico registra que é claro que apenas uns poucos foram levados cativos naquela última destruição de Jerusalém. Além disso, o detalhe de que Leí era um homem rico, tendo uma “excessivamente grande” propriedade de ouro, prata e coisas preciosas (1 Néfi 3:22-25), e que alguns de seus próprios filhos não podiam acreditar na possibilidade de Jerusalém ser destruída (1 Néfi 2:13), é um argumento contra the setting sendo durante o reinado de Zedequias (depois de 597 a.C.) depois que todos os homens ricos haviam sido deportados e Jerusalém já havia sido parcialmente destruída no fim do ano 601 a.C.

Por causa de tais considerações, tem sido proposto que o rei a quem Néfi chamou de “Zedequias” deve ter sido Jeoiaquim.[18] Adotemos está proposta como uma hipótese verdadeira e vejamos como ela se encaixa na história bíblica.

2.1 Leí Profetiza Jeremias.

Néfi descreve a resposta dos habitantes de Jerusalém à profecia de Leí dizendo que eles “escarneceram dele” e “iraram-se contra ele... e procuraram também tirar-lhe a vida” (1 Néfi 19-20). 

Isto combina muito bem com a respostas de que tanto Jeremias quanto Urias começaram a pregar sobre a desolação e destruição de Jerusalém “no começo do reinado de Jeoiaquim” (Jer. 26:1). 

Assim, se o “Zedequias” mencionado por Néfi é a mesma pessoa que o Jeoiaquim bíblico, então ambos os tempos estimados para a profecia como sendo no princípio desse reinado, bem como a resposta do povo, estão em perfeita concordância. A resposta do povo seria completamente compreensível porque teria sido antes de Nabucodonozor ter começado seu domínio.

2.2 A Profecia de 600 Anos.

O problema de os 600 anos da profecia de Leí não se encaixar entre sua partida e o nascimento de Cristo desaparece completamente já que está reconhecido que o rei Zedequias mencionado por Néfi mais provavelmente seja Jeoiaquim. Leí pode ter deixado Jerusalém no ano 601 a.C, 600 anos antos antes do nascimento de Cristo, na Páscoa da primavera do ano 1 a.C.

Alma observou que a partida de Leí possuía o mesmo simbolismo que a fuga de Moisés do Egito, e que Leí foi libertado do cativeiro e levado através do deserto em direção da terra prometida (ver Alma 9:9, 26:38-39). 

Portanto, tem sido proposto que Leí provavelmente deixou sua cidade na primavera do ano 601 a.C., na Páscoa .[19] 

Outra indicação de que a partida de Leí foi 600 anos  to o exato dia antes do nascimento do Salvador é que 600 anos é um intervalo de realinhamento lunisolar conhecido bem antes de Leí [20] no qual a data no calendário lunisolar hebreu (Páscoa) ocorre novamente na mesma data no calendário solar (6 de Abril do nosso calendário Gregoriano). Assim, Leí provavelmente deixou Jerusalém durante a noite precedente ao Domingo, 6 de Abril de 601 a.C.

Os nefitas muito provavelmente usavam um ano de 365 dias para o seu calendário civil, conforme indicado pela sua contagem do intervalo entre os sinais do nascimento do Salvador e sua morte. [21] 

Se for assim eles não teriam inserido qualquer lapso de dias durante os 600 anos depois da partida de Leí, o que explicaria porque eles calcularam que aqueles 600 anos já se haviam cumprido vários meses antes do nascimento de Cristo. (3 Néfi 1:1) [22]

A partida de Leí na primavera do ano 6001 a.C. se encaixaria com a declaração de Néfi de que Jerusalém havia sido destruída “imediatamente depois de meu pai deixar Jerusalém” (2 Néfi 25:10). 

Néfi não teria se referido à destruição final de Jerusalém em 587 a.C, mas sim à primeira destruição que aconteceu em Dezembro de 601 a.C.

2.3 “Uns Poucos” Levados Cativos.

Alguns ainda não percebem que detalhes do relato de Néfi também são explicados pela proposta de que Néfi se referiu a Jeoiaquim como sendo Zedequias. 

Depois que o grupo de Leí deixou Jerusalém, eles viajaram através do deserto por oito anos e chegaram em Abundância (1 Néfi 17:4-5), o que teria acontecido em 593 a.C. de acordo com a cronologia proposta. Naquela época Néfi se referiu à final destruição de Jerusalém como um evento futuro:

 “…sei que certamente virá o dia em que serão destruídos, exceto poucos que serão levados em cativeiro” (1 Néfi 17:43). 

Note que ele declarou que apenas “uns poucos” seriam selvdos cativos, apesar de que Leí havia profetizado que "muitos” seriam levados para Babilônia. Saber que houveram duas destruições de Jerusalém esclarece estes detalhes, ou seja, a profecia de Leí de que “muitos” seriam levados cativos já havia sido cumprida em 597 a.C. 

Em Abundância Néfi falou da destruição final de Jerusalém, o que ocorreria em 587 a.C., em cuja época apenas “uns poucos” seriam levados cativos. Anos depois, após terem cruzado o oceano para a terra prometida, Leí recebeu a revelação confirmatória de que Jerusalém havia finalmente sido destruída (2 Npefi 1:4). 

Esta revelação deve ter ocorrido depois da destruição final em 587 a.C. O caminho exato do relato do Livro de Mórmon se encaixaria no contexto histórico, conforme segue:

Ano
Evento
608 a.C.

O Primeiro ano de Jeoiaquim. Jeremias profetiza sobre a destruição de Jerusalém e sua desolação

608-607 a.C.
Leí começa a profetizar sobre a destruição de Jerusalém e o cativeiro de muitos.

605 a.C.
Babilônia substitui o Egito como o centro do poder no mundo e toma controle de Judá. Uns poucos príncipes são levados cativos (A Primeira Deportação).

6Apr 601 a.C.
Leí parte de Jerusalém 600 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, no dia 6 de Abril do ano 1 a.C.

Dec. 601 a.C.
Jeoiaquim se rebela; Jerusalpem é parcialmente destruída (A Primeira Destruição).

Dec. 598 a.C.
Jehoiaquim é executado, Jehoiachin começa a reinar (A Segunda Deportação).

Mar. 597 a.C.
A Tereceira Deportação de mais de 10.000 para Babilônia. Zedequias começa a reinar.

593 a.C.
Néfi profetiza em Abundância sobre a destruição final de Jerusalém, com poucos cativos.

June 587 a.C.
Jerusalém é destruída (A Segunda Destruição) e a Quarta Deportação de uns poucos, cumprindo a profecia de Néfi.

2.4 Jehoiaquim como o rei “Zedequias” mencionado por Néfi

Por que Néfi teria chamado Jeoiaquim de “Zedequias”? Há várias explicações plausíveis.

(1) Zedequias pode simplesmente ter sido outro nome de Jeoiaquim. De fato, Jeoiaquim tinha um filho chamado Zedequias (1 Crônicas 3:16), não confundir com seu irmão Matonias, cujo nome também foi mudado para Zedequias quando se tornou rei.

(2) Outra possibilidade é que “Zedequias” pode ter sido um título usado intercambiavelmente com o nome Jeoiaquim, que pode explicar porque a na Bíblia algumas vezes Zedequias é referido como Jeoiaquim (Jeremias 27:1). [23]

(3) Outras explicação pode ser que Nabucodonozor pode ter mudado o nome de Jeoiaquim para Zedequias. Naquele tempo todo rei de Judá tinha seu nome mudado pela nação dominante, como uma marca de subserviência.[ 24] 

Por exemplo, o Faraó Neco mudou o nome de Shallum para Jeoacaz, e então o nome de Eliaquim para Jeoiaquim (2 Reis 23:34). Depois, Nabucodonozor mudou o nome de Jeconias para Jeoiachin, e então o nome de Matanis para Zedequias. 

Esta prática de mudar os nomes se estendeu até mesmo para os cativos, como Daniel, cujo nome foi mudado para Beltsazar, (Daniel 1:7) 

Note que a narrativa bíblica nem sempre menciona toda mudança de nomes; apenas descobrimos o nome de Salum através de uma revelação na qual o Senhor se refere a ele pelo seu nome original (ver Jeremias 22: 11, compare com 1 Crônicas 3:15). 

O único rei em todo este período para o qual a mudança de nome é registrado quando um novo poder mundial tomou o comando, é Jeoiaquim. Assim, a possibilidade de que Nabucodonozer ter mudado o nome de Jeoiaquim para Zedequias seria procedente.

2.5 A Duração do Ministério de Leí.

Outro ponto a ser considerado é um período de tempo em que Leí pregou o evangelho antes da sua partida. O registro de Néfi relata que:

1) Leí ouviu alguns profetas predisseram destruição.

2) Leí teve sua própria revelação e começou a pregar.

3) o povo escarneceu de Leí e procurou tirar sua vida.

4) o mandamento do Senhor a Leí de que ele partisse, soa como se estes eventos deviam acontecer num período de uns poucos neses.

Mas de acordo com a cronologia proposta aqui, Leí ouviu os prefetas pregarem em 608 a.C. E partiu sete anos depois, em 601 a.C. O intervalo entre esses dois eventos poderiam ser tão longos? Uma leitura cuidadosa do relato de Néfi mostra que tal interpretação é possível; de fato, Néfi declara especificamente que ele não fez um relato completo das muitas profecias de Leí naquela época (1 Néfi 1:16). 

Além disso, o padrão usual do Senhor é dar ao povo bastante tempo para que se arrependam antes que uma grande destruição venha; teria sido muito não usual para Leí ter feito uma rápida profecia e partir imediatamente.

Em resumo, a simples proposta de que Néfi pode ter se referido a Jeoaquim como Zedequias explica

1- Como Jerusalém foi destruída imediatamente depois da partida de Leí em 601 a.C., e muitos foram levados cativos a partir de 597 a.C., cumprindo a profecia de Leí;

2- Como a profecia de Néfi em aproximadamente 593 a.C. De que Jerusalém seria destruida e “alguns” seriam levados cativos foi cumprida em 587 a.C

3- Como o nascimento do Salvador em 6 de Abril do ano 1 aC. Teria sido 600 anos depois da partida de Leí, como o anjo declarou a Leí.


Notas:
1. Pratt, John P. "Passover, Was it Symbolic of His Coming ?" Ensign (Jan. 1994), pp. 38-45.
2. Huber, Jay H., "Lehi's 600 Year Prophecy and the Birth of Christ," (Provo: FARMS, 1982). See also Pratt, J.P., "Book of Mormon Chronology ," Encyclopedia of Mormonism, Daniel H. Ludlow, ed., (N.Y.: Macmillan, 1992), vol. 1, pp. 169-171.
3. Spackman, Randall P., "The Jewish/Nephite Lunar Calendar" The Journal of Book of Mormon Studies 7, No. 1 (Fall, 1998), pp. 49-59.
4. Por exemplo, os babilônios registraram as posições da lua, de Mercúrio, Vênus, Marte e Saturno em datas precisas durante um mês do 37º ano de Nabucodonosor (B.L. van der Waerden, Science Awakening Vol.II, "The Birth of Astronomy", New York, Oxford, 1974, p. 97). Estas posições concordam com a data convencional de 568 a.C. Para aquele ano de seu reinado (ver R.A. Parker and W.H. Dubberstein, Babylonian Chronology 626 B.C.-A.D. 45, Chicago: University of Chicago, 1942, p. 26).
5. Há dois Dias de Ano Novo no calendário judaico, um na primavera e outro o outono. Há evidências de que ambos os sistemas foram usados pelos autores da Bíblia para contar o reinado de Jeoiaquim. Para nossos propósitos, é suficiente dizer que ele começou na primavera ou outono do ano 608 a.C.
6. A data babilônia era o 21º ano de Nabopolazar, pai de Nabucodonosor (ver A.K. Grayson, Assyrian and Babylonian Chronicles , vol. 5 of Texts from Cuneiform Sources, eds. A.L. Oppenheim, et al. (New York: Augustun, 1975) p. 99. Conversão para nosso calendário tirado da Cronologia Babilônica, p. 25.
7. Berossus da Babilônia é citado por Josephus como declarando que depois que Nabucodonbozor derrotou o Egito em Carchemish, ele imediatamemte liquidou seus assuntos no Egito e outros países e enviou cativos dos judeus, fenícios, sírios e egípcios para a Babilônia antes de retornar para lá para ser coroado rei depois da morte de seu pai. (Antiquities X.xi.1).
8. O Livro de Daniel aparentemente usa y uses the fall reckoning because it gives the year as the third year of Jehoiakim. See Pratt, J.P., "When was the Seventy Year Captivity of Judah?" Ensign, 28, No. 10 (October, 1998), 64-65.
9. Babylonian Chronicles 5:10-11 (Grayson, p. 99-100).
10. Babylonian Chronicles 5:17 (Grayson, p. 100).
11. Babylonian Chronicles 5:17, 23; R5:4 (Grayson, p. 100-101).
12. Babylonian Chronicles R5:6-7 (Grayson, p. 100).
13. Josephus Antiquities X.vi.1-3.
14. Ginzberg, Louis, Legends of the Jews (Philadelphia: Jewish Publication Society, 1941) IV:285.
15. 3000 de acordo com Josephus (Antiquities X.vi.3), 300 de acordo com outras tradições (See Legends of the Jews IV:284).
16. A data exata é dada nas Crônicas Babilônicas R5:12, como 2 Adar no 7º ano de Nabucodonosor. Parker e Dubberstein (p. 25) dá a data como 16 de Março de 597 a.C. Do calendário Juliano, que é 10 de Março do nosso calendário gregoriano. Além disso, o registro babilônico também dá o mês da marcha de Nabucodonosor para Jerusalém (Nov/Dez 598 B.C.) quando ele installou Jeoiaquim, o que concorda com o relato bíblico de que Jeoiaquim reinou três meses e dez dias.
17. Babylonian Chronicles, R5:12 (Grayson, p. 102).
18. Allen, Joseph L., Exploring the Lands of the Book of Mormon (Orem, Utah: S.A. Publishers, 1989), pp. 22-25.
19. Pratt, J.P. "Passover" p. 45, fn 7.
20. Josephus Antiquities I.iii.9.
21. Pratt, J.P. "The Restoration of Priesthood Keys on Easter 1836 ," Ensign (June 1985), p. 68 (section 3.2).
22. O ano 600 de Leí teria terminado em Novembro do ano 2 a.C., que é apoiado pelos estudos de padrões sazonais de guerras na Mesoamérica que indicam que o ano de Néfi começou aproximadamente em Dezembro. (ver Sorenson, John, "Seasonality of Warfare in the Book of Mormon and in Mesoamerica," in Warfare in the Book of Mormon, ed. S. Ricks and W. Hamblin (Salt Lake City: FARMS, 1990), pp. 445-77.
23. Que Zedequias é indicado fica claro pelo contexto nos próximos dois capítulos. Outras traduções simplesmente traduzem o nome como "Zedekiah." Mesmo que isto seja simplesmente um erro de copista, parece mais fácil explicar se Jeoiaquim também fosse chamado de Zedequias.
24. "Seu nome [de Jeoiaquim] foi mudado de Eliaquim como uma marca de vassalismo." New Bible Dictionary, Second Edition, (Wheaton, Ill.: Tyndale H

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