(1 Néfi 19:8). Ele também registra que Leí começou a profetizar depois do começo do primeiro ano do reinado de Zedequias (1 Néfi 1:4), que começou em 597 a.C., de acordo com a bem fundamentada evidência histórica.
O problema é que havia apenas 596 anos desde o começo do reinado de Zedequias até o dia 6 de Abril do ano 1 a.C., a data do nascimento do Salvador, de acordo com os profetas modernos e com outras evidências.[1]
Entrentanto, uma comparação mais cuidadosa do relato de Néfi com a Bíblia bem como com fontes babilônicas, indicam que Leí mais provavelmente realmente partiu no ano 6001 a.C, exatamente 600 anos antes do nascimento de Jesus Cristo.
Numa inspeção mais aproximada, entretanto, está aproximação não funciona porque os nefitas explicitaram que 600 anos haviam se passado desde a partida de Leí até foi dado o grande sinal do nascimento do Salvador, ou seja, aquela noite que foi tão brilhante como o meio dia. (3 Néfi 1:1, 19).
A solução para o problema que foi apresentado é que talvez os nefitas contaram “anos” curtos, tal como o ano profético maia que é de 360 dias[2] ou o ano lunar árabe, de 354 dias[3], de modo que esses 600 anos podem se encaixar no intervalo entre a partida de Leí e o nascimento do Salvador, entretanto, uma comparação do relato de Néfi com a Bíblia e com as histórias babilônicas indica que é mais provável que o anjo se referia ao nosso regular ano sazonal e que Leí realmente tenha deixado Jerusalém no ano 601 a.C.
Para entender porque, primeiro revisemos a bem estabelecida história daquele período de tempo e então olhemos mais os detalhes no relato do Livro de Mórmon para ver como ele se encaixa no conhecimento histórico estabelecido.
1. A História Estabelecida
Ambas as histórias se complementam nos assuntos chave relevantes à esta questão que cada detalhe omite a outra. A grande contribuição do registro babilônico é aquele que providencia um absoluto panorama cronológico para todo o período.
Ele é absoluto porque os babilônios mantiveram registros de onde os planetas estavam entre as constelações. Quando estas observações foram recalculadas por computadores e comparadas com as datas tradicionais históricas, descobriu-se que estavam em excelente concordância. [4]
Tais observações astronômicas fornecem o mais firme sistema de datação que qualquer outro método conhecido. Com isto em mente, revisemos a história de Jerusalém baseada nos relatos combinados bíblicos e babilônios.
1.1 O Reinado de Jeoiaquim.
Outro profeta chamado Urias profetizou de maneira semelhante. (Jer. 26:20). O povo de Jerusalém ficou chocado com tais predições, que pareciam impossíveis de serem cumpridas porque Jerusalém sempre havia sido uma fortaleza. Mesmo quando os assírios haviam conquistado o restante daquela região um século antes, eles não haviam sido capazes de conquistar Jerusalém.
Assim, o povo zombava destes profetas e procuravam tirar-lhes a vida. A vida de Jeremias finalmente foi poupada, mas quando Urias fugiu para o Egito, Jeoiaquim trouxe-o de volta e o executou. (Jer. 26:21-23).
Nabucodonozor foi imediatamente a cada um dos paízes que estavam sob domínio egípcio e tomou uns poucos cativos dentre seus príncipes, [7] aparentemente sem mais batalhas. Daniel estava entre o primeiro grupo deportado para a Babilônia (Dan. 1:1-6).[8]
Em Agosto, Nabucodonozor recebeu notícias da morte de seu pai, então retornou para a Babilônia e foi coroado rei em Setembro de 605 B.C.[9]
1.2 A Primeira Destruição de
Jerusalém
O relato do Velho Testamento registra que Jeoiaquim pagou o tribute por três anos (2 Reis 24:1) e o registro babilônico confirma que foi para os anos de 604, 603 e 602 a.C. o tributo foi coletado em Novembro e Dezembro.[11]
Quando chegou o tempo de coletar o tribute no ano seguinte, o Egito e Judá se rebelaram. O registro babilônico declara que, começando em Novembro de 601 a.C., Nabucodonozor lutou uma grande batalha contra o Egito, na qual ele mal venceu, com ambos os lados tendo sofrido pesadas baixas.[12]
A Bíbla declara que depois Jeoiaquim serviu a Nabucodonozor por três anos, “... depois se virou e se revoltou contra ele. E Deus enviou contra ele as tropes dos caldeus, e as tropas dos sirios, e as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos de Amon; e as enviou contra Judá, para o destruir, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ninistério de seus servos, os profetas” (2 Reis 24:1-2)
Esta destruição geralmente tem sido inteiramente desconsiderada nas histórias desse período, tanto que nos faz confundir com a bem conhecida segunda e final destruição de Jerusalém pela Babilônia em trinta anos later em 587 a.C.
Eles declaram que três anos mais tarde, em Dezembro de 598 a.C., Jeoiaquim novamente recusou-se em pagar o tributo. [13]
Nesta época Nabucodonozor marchou para a cidade e convenceu o sinédrio a baixa-lo pelo muro da cidade a fim de evitar uma betalha. Nabucodonozor prendeu-o com correntes (2 Chron. 36:6), fizeram-no desfilar diante de várias cidades de Judá, e então mataram-no e lançaram seu corpo aos cães,[14] assim a profecia de Jeremias (Jer. 22:18-19).
Depois de chegar na Babilônia, seus adversaries convenceram-no que era muito perigosos deixar o filho de Jeoiaquim reinar, então ele retornou a Jerusalém e ordenou a rendição de Jeoiaquim. No sábado, dia 10 de Março de 597 a.C. do nosso calendário, [16] depois de um reinado de apenas três meses e dez dias (2 Crônicas 36:9), Jeoiaquim submeteu-se sem resistência, e viveu o resto de sua vida na Babilônia. O registro babilônio declara simplesmente que Nabucodonozor “capturou a cidade” [17] e a Bíblia confirma que a captura foi tão completa que “toda Jerusalém” foi deportada com mais de 10.000 cativos sendo levados para a Babilônia, incluindo todos os ricos:
E todos os homens valentes , até sete mil, e carpinteiros e ferreiros até mil, e todos os varões adestrados na guerra, a estes o rei de Babilônia levou presos para Babilônia.
Comparando os habitanates de Jidá a figos, o Senhor declarou através dele, que todos os figos bons, dignos de serem mantidos já haviam sido levados para a Babilônia, e aqueles que foram deixados para trás eram os figos ruins (Jeremias 24:1-10).
Ele claramente declarou que na próxima vez que Nabucodonozor retornasse, ele não mostraria misericórdia, mas os habitantes ou seriam mortos pela fome, pestilência ou pela espada, ou seriam dispersos. (ver Jeremias 21:7).
O profeta Ezequiel na Babilônia foi a segunda Testemunha desta profecia. Numa dramática demonstração diante da cidade, ele cortou seus cabelos e sua barba crescidos ao longo de um ano e dividiu-os em três partes. Ele queimou uma parte, cortou outra parte, e espalhou a outra parte no vento (Ezequiel 4:5-6, 5:1-2).
O Senhor explicou que está demonstração representava a queda de Jerusalém:
De fato, o Senhor advertiu especificamente aos habitantes de Jerusalém através de duas testemunhas de que se eles não se arrependessem, na próxima vez eles não deveriam esperar nada mais misericordioso do que serem deportados.
1.3 The Segunda Destruição de
Jerusalém
A maioria dos habitantes que já não havia morrido de fome ou peste foram então mortos pela espada ou dispersos. Zedequias foi preso em correntes e levado para a Babilônia, junto com uns poucos outros cativos aproximadamente em 800 a.C (Jeremias 52:29).
As casas dos habitantes foram queimadas e o muro da cidade foi derrubado (Jeremias 39:8).
Quase um mês depois o templo também foi queimado e derrubado (2 Reis 25:8-9), completando a total destruição de Jerusalém em 587 a.C.
Ano
|
Evento
|
608 a.C.
|
Primeiro ano do reinado de
Jeoiaquim. Jeremias
profetiza a destruição de Jerusalém e sua desolação
|
605 a.C.
|
A Babilônia substitui ao
Egito como a nação mais ponderosa do mundo e toma controle de Judá. Uns
poucos príncipes são levados cativos (A Primeira Deportação)
|
Dec. 601 a.C.
|
Jeoiaquim se rebela;
Jerusalém é parcialmente destruída (A Primeira Destruição).
|
Dec. 598 a.C.
|
Jeoiaquim é executado,
Jehoiachin, seu filho, começa a reinar. (A Segunda Deportação).
|
Mar. 597 a.C.
|
A Terceira Deportação
(mais de 10.000) a Babilônia. Zedequias começa a reinar.
|
June 587 a.C.
|
Jerusalém é destruída (A
Segunda Destruição) e Quarta Deportação de apenas uns poucos.
|
2. O Relato de Néfi
Leí orou por seu povo e recebeu sua própria revelação confirmando que Jerusalém seria destruída. O ponto chave para está discussão é que ele também viu explicitamente em sua visão que “muitos seriam levados cativos para a Babilônia” (1 Néfi 1:13). Esta profecia levanta uma importante questão a ser resolvida:
O relato bíblico registra que é claro que apenas uns poucos foram levados cativos naquela última destruição de Jerusalém. Além disso, o detalhe de que Leí era um homem rico, tendo uma “excessivamente grande” propriedade de ouro, prata e coisas preciosas (1 Néfi 3:22-25), e que alguns de seus próprios filhos não podiam acreditar na possibilidade de Jerusalém ser destruída (1 Néfi 2:13), é um argumento contra the setting sendo durante o reinado de Zedequias (depois de 597 a.C.) depois que todos os homens ricos haviam sido deportados e Jerusalém já havia sido parcialmente destruída no fim do ano 601 a.C.
2.1 Leí Profetiza Jeremias.
Isto combina muito bem com a respostas de que tanto Jeremias quanto Urias começaram a pregar sobre a desolação e destruição de Jerusalém “no começo do reinado de Jeoiaquim” (Jer. 26:1).
Assim, se o “Zedequias” mencionado por Néfi é a mesma pessoa que o Jeoiaquim bíblico, então ambos os tempos estimados para a profecia como sendo no princípio desse reinado, bem como a resposta do povo, estão em perfeita concordância. A resposta do povo seria completamente compreensível porque teria sido antes de Nabucodonozor ter começado seu domínio.
2.2 A Profecia de 600 Anos.
Portanto, tem sido proposto que Leí provavelmente deixou sua cidade na primavera do ano 601 a.C., na Páscoa .[19]
Outra indicação de que a partida de Leí foi 600 anos to o exato dia antes do nascimento do Salvador é que 600 anos é um intervalo de realinhamento lunisolar conhecido bem antes de Leí [20] no qual a data no calendário lunisolar hebreu (Páscoa) ocorre novamente na mesma data no calendário solar (6 de Abril do nosso calendário Gregoriano). Assim, Leí provavelmente deixou Jerusalém durante a noite precedente ao Domingo, 6 de Abril de 601 a.C.
Se for assim eles não teriam inserido qualquer lapso de dias durante os 600 anos depois da partida de Leí, o que explicaria porque eles calcularam que aqueles 600 anos já se haviam cumprido vários meses antes do nascimento de Cristo. (3 Néfi 1:1) [22]
Néfi não teria se referido à destruição final de Jerusalém em 587 a.C, mas sim à primeira destruição que aconteceu em Dezembro de 601 a.C.
2.3 “Uns Poucos” Levados
Cativos.
Depois que o grupo de Leí deixou Jerusalém, eles viajaram através do deserto por oito anos e chegaram em Abundância (1 Néfi 17:4-5), o que teria acontecido em 593 a.C. de acordo com a cronologia proposta. Naquela época Néfi se referiu à final destruição de Jerusalém como um evento futuro:
“…sei que certamente virá o dia em que serão destruídos, exceto poucos que serão levados em cativeiro” (1 Néfi 17:43).
Note que ele declarou que apenas “uns poucos” seriam selvdos cativos, apesar de que Leí havia profetizado que "muitos” seriam levados para Babilônia. Saber que houveram duas destruições de Jerusalém esclarece estes detalhes, ou seja, a profecia de Leí de que “muitos” seriam levados cativos já havia sido cumprida em 597 a.C.
Em Abundância Néfi falou da destruição final de Jerusalém, o que ocorreria em 587 a.C., em cuja época apenas “uns poucos” seriam levados cativos. Anos depois, após terem cruzado o oceano para a terra prometida, Leí recebeu a revelação confirmatória de que Jerusalém havia finalmente sido destruída (2 Npefi 1:4).
Esta revelação deve ter ocorrido depois da destruição final em 587 a.C. O caminho exato do relato do Livro de Mórmon se encaixaria no contexto histórico, conforme segue:
Ano
|
Evento
|
608 a.C.
|
O Primeiro ano de Jeoiaquim. Jeremias profetiza sobre a destruição de Jerusalém e sua desolação |
608-607 a.C.
|
Leí começa a profetizar
sobre a destruição de Jerusalém e o cativeiro de muitos.
|
605 a.C.
|
Babilônia substitui o Egito
como o centro do poder no mundo e toma controle de Judá. Uns poucos príncipes são
levados cativos (A Primeira Deportação).
|
6Apr 601 a.C.
|
Leí parte de Jerusalém
600 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, no dia 6 de Abril do ano 1 a.C.
|
Dec. 601 a.C.
|
Jeoiaquim se rebela;
Jerusalpem é parcialmente destruída (A Primeira Destruição).
|
Dec. 598 a.C.
|
Jehoiaquim é executado,
Jehoiachin começa a reinar (A Segunda Deportação).
|
Mar. 597 a.C.
|
A Tereceira Deportação de
mais de 10.000 para Babilônia. Zedequias começa a reinar.
|
593 a.C.
|
Néfi profetiza em
Abundância sobre a destruição final de Jerusalém, com poucos cativos.
|
June 587 a.C.
|
Jerusalém é destruída (A
Segunda Destruição) e a Quarta Deportação de uns poucos, cumprindo a profecia
de Néfi.
|
2.4
Jehoiaquim como o rei “Zedequias” mencionado por Néfi
Por exemplo, o Faraó Neco mudou o nome de Shallum para Jeoacaz, e então o nome de Eliaquim para Jeoiaquim (2 Reis 23:34). Depois, Nabucodonozor mudou o nome de Jeconias para Jeoiachin, e então o nome de Matanis para Zedequias.
Esta prática de mudar os nomes se estendeu até mesmo para os cativos, como Daniel, cujo nome foi mudado para Beltsazar, (Daniel 1:7)
Note que a narrativa bíblica nem sempre menciona toda mudança de nomes; apenas descobrimos o nome de Salum através de uma revelação na qual o Senhor se refere a ele pelo seu nome original (ver Jeremias 22: 11, compare com 1 Crônicas 3:15).
O único rei em todo este período para o qual a mudança de nome é registrado quando um novo poder mundial tomou o comando, é Jeoiaquim. Assim, a possibilidade de que Nabucodonozer ter mudado o nome de Jeoiaquim para Zedequias seria procedente.
2.5 A
Duração do Ministério de Leí.
Além disso, o padrão usual do Senhor é dar ao povo bastante tempo para que se arrependam antes que uma grande destruição venha; teria sido muito não usual para Leí ter feito uma rápida profecia e partir imediatamente.
Notas:
Nenhum comentário:
Postar um comentário