“E aconteceu que enquanto viajávamos pelo deserto da terra da promissão, descobrimos que havia animais de toda espécie nas florestas: vacas e bois e jumentos e cavalos e cabras e cabras-montesas; e toda espécie de animais selvagens úteis ao homem. Encontramos também toda espécie de minérios, tanto de ouro quanto de prata e de cobre.” (1 Néfi 18:25)
Eles também foram utilizados pelo menos por alguns da elite lamanita nos dias do rei Lamoni na mesma região, durante o primeiro século antes de Cristo.
“Ora, quando o rei Lamôni soube que Amon estava preparando seus cavalos e carros, admirou-se ainda mais de sua fidelidade, dizendo: Certamente jamais houve alguém entre todos os meus servos que me tenha sido tão fiel como este homem; porque ele se lembra de executar todas as minhas ordens.
Ora, estou certo de que este é o Grande Espírito e desejaria que viesse a mim; porém não me atrevo.
“Portanto os ladrões não tinham oportunidade de roubar e de obter alimento, a não ser batalhando abertamente com os nefitas; e estavam os nefitas reunidos em um só grupo e eram muito numerosos; e haviam reservado para si provisões e cavalos e gado e rebanhos de todo tipo, a fim de poderem subsistir durante sete anos, no curso dos quais tinham a esperança de eliminar os ladrões da face da terra; e assim se passou o décimo oitavo ano.”(3 Néfi 4:4)
Além disso, O Livro de Mórmon nunca diz que cavalos fossem montados ou usados em batalha, apesar de que algumas passagens sugerem às vezes eles poderiam ter sido usados pela elite como tração animal.
“E responderam-lhe: Eis que está tratando de teus cavalos. Ora, o rei havia ordenado a seus servos, antes da hora de dar de beber aos rebanhos, que lhe preparassem os cavalos e carros para conduzirem-no à terra de Néfi, porque na terra de Néfi fora decretada uma grande festa pelo pai de Lamôni, que era o rei de toda a terra.” (Alma 18:9)
Pequenos rebanhos de animais em regiões limitadas algumas vezes não deixam vestígios arqueológicos. Sabemos que os povos nórdicos introduziram cavalos, vacas, ovelhas, cabras e porcos no leste dos Estados Unidos durante o Século XI d.C., no entanto esses animais não se espalharam pelo continente e não deixaram vestígios arqueológicos.1 “É provável”, escreve Jacques Soustelle, uma autoricade no povo olmeca, “que os olmecas mantiveram cães e perus domesticados tempos muito antigos no continente Americano, mas a destruição de todo tipo de ossos, tanto humanos quanto de animais pela umidade e acides do solo nos impede de estarmos certos disso.”2
O estudo de animais fossilizados em sítios arqueológicos é atualmente conhecido como “zooarqueologia”. O zooarqueólogo Simon J. M. Davis observa que a maioria dos ossos encontrados nos sítios arqueológicos são de animais que foram mortos para alimento ou outros produtos de abate por povos antigos. É raro encontrar restos de outros animais em tais locais. “Animais explorados, digamos, para tração ou montaria, tais como os cavalos, podem não necessariamente ter sido consumidos e podem apenas ser representados por ossos ocasionais encontrados por cães escavadores.” Então, “o problema de relacionamento entre ossos escavados e a importância econômica dos animais na antiguidade está longe de ser resolvida.”3 De fato, “Por vezes pode-se perguntar se há alguma similaridade entre um relatório de osso e animais explorados por antigos humanos."4
Um exemplo em paralelo vindo da Bíblia é instrutivo. A narrativa bíblica menciona leões, mas não foi senão até muito recentemente que as únicas evidência para leões na Palestina eram pictográficas ou literárias. Antes do anúncio, em 1988, da publicação a respeito de dois exemplos de ossos, não havia evidência arqueológica para confirmar a existência de leões naquela região.6 Assim, frequentemente há um lacuna entre o que registros históricos como o Livro de Mórmon declaram existir e o que o limitado registro arqueológico pode fornecer. Além disso, escavações nas terras bíblicas têm acontecido ao longo de décadas e numa escala muito maior do que nas propostas terras do Livro de Mórmon.
Possível Sobrevivência de Cavalos Pré Históricos
Algumas tradições nativas mexicanas sugerem memória de sobrevivência tardia de algumas espécies de cavalos no Novo Mundo. Quando os povos mexicanos encontraras os cavalos espanhóis pela primeira vez, eles os compararam a veados. O historiador americano Hugh Thomas, em seu estudo da conquista do México, sugeriu que esta associação pode ter sido parcialmente baseada em tradições nativas ancestrais que mencionam o veado com cauda e crina. De acordo com Thomas, “Os mexicanos podem ter continuado a pensar nesses animais como veados, mas talvez alguma memória folclórica pode ter tê-los feito lembrar que já havia existido cavalos nas Américas.”7
Também é possível que alguns povos do Livro de Mórmon vindos do Velho Mundo possam ter decidido chamar algumas espécies animais do Novo Mundo de “cavalo” ou “asno”.
Esta prática, conhecida como “extensão por empréstimo” ou “alteração por empréstimo”, é bem conhecida dos historiadores e antropólogos que estudam contatos culturais cruzados. Por exemplo, quando os gregos visitaram pela primeira vez o Rio Nilo, no Egito, eles encontraram um grande animal que nunca haviam visto e deram-lhe o nome de hippopotamus, significando “cavalo do rio”. Quando os exércitos romanos encontraram o elefante pela primeira vez, eles o chamaram de Lucca bos, uma “vaca lucaniana”. No novo mundo os espanhóis chamaram os jaguares mesoamericanos (onças) de leones (leões) ou tigres."
Similarmente, membros da família de Leí podem ter aplicado palavras por empréstimo a certas espécies animais que encontraram pela primeira vez no Novo Mundo, tal como o tapir (anta) mesoamericana. Enquanto algumas espécies de antas são pequenas, a variedade mesoamericana chamada de tapiris bairdii) pode crescer até quase seis pés e meio de comprimento e pode pesar mais de seiscentas libras. Muitos zoólogos e antropólogos têm comparado as características da anta com as do cavalo ou do asno.
“Sempre que vejo uma anta”, observa o zoólogo Hans Krieg, “ela me faz lembrar um animal similar a um cavalo ou asno”. Os movimentos, bem como os movimentos desse animal, especialmente o pescoço alto com crina curta, até mesmo a expressão da face, são muito mais parecidos com as do cavalo do que com as do porco (com o qual alguns têm comparado as espécies menores). Quando vemos uma anta de alerta... quando ela se levanta quando reconhece algum perigo, saindo a galope, quase nada permanece de semelhança com um porco.”8
Outros zoólogos têm feito observações semelhantes. “Ao primeiro olhar,” observa Hans Frädrich e Erich Thenius, “os movimentos das antas também não são semelhantes aos movimentos daqueles seus parentes, os rinocerontes e cavalos. Na caminhada lenta, usualmente eles mantém a cabeça abaixada”. Entretanto, quando a anta corre, seus movimentos se tornam bastante parecidos aos do cavalo: “No trote, eles erguem a cabeça e movem as pernas de uma maneira elástica. O galope impressionantemente rápido é visto apenas quando esses animais estão fugindo, brincando, ou quando estão extremamente excitados.” Além disso, as antas podem “escalar muito bem, apesar de que não se poderia esperar isso por causa da sua figura robusta. Até mesmo encostas íngremes não apresentam obstáculos. Eles pulam cercas verticais ou muros, se levantando sobre as patas traseiras e saltando”.9 As antas podem ser domesticadas muito facilmente caso sejam capturadas ainda jovens. Antas jovens que perdem suas mães são facilmente domesticadas e comem em tigelas, gostam de ser acariciadas e frequentemente permitem que as crianças montem nas suas costas.10
Este relatório de pesquisa foi preparado pelo Departamento de Pesquisa da FARMS e foi baseado nas últimas pesquisas acadêmicas disponíveis. Ele está sujeito a revisão à medida qe mais informações sobre o assunto estejam disponíveis. As opiniões expressas aqui não representam necessariamente a posição da FARMS, Brigham Young University, ou de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
1. Ver Gwyn Jones, The Norse Atlantic Saga: Being the Norse Voyages of Discovery and Settlement to Iceland, Greenland, America, 2nd ed. (New York: Oxford University Press, 1986), 119; ver também Erik Wahlgren,The Vikings in America (New York: Thames and Hudson, 1986), 124.
2. Jaques Soustelle, The Olmecs: The Oldest Civilization in Mexico (Garden City: Doubleday, 1984), 23.
3. Simon J. M. Davis, The Archaeology of Animals (New Haven and London: Yale University Press, 1987), 24.
4. Ibid., 23.
5. S. Bokonyi, History of Domestic Mammals in Central and Eastern Europe (Budapest: Akademiai Kiado, 1974), 267.
6. L. Martin. "The Faunal Remains from Tell es Saidiyeh," Levant 20 (1988): 83—84.
7. Hugh Thomas, Conquest: Montezuma, Cortés, and the Fall of Old Mexico (New York: Simon and Schuster, 1993), 178; ver also Eugene R. Craine and Reginald C. Reindorp, eds. and trans., The Chronicles of Michoacán(Norman, Okla.: University of Oklahoma Press, 1970, 63—64.
8. Citado em Hans Frädrich e Erich Thenius, "Tapirs," Grzimek's Animal Life Encyclopedia, ed. Bernhard Grzimek (New York: Van Nostrand Reinhold Company), 13:19—20.
9. Ibid., 20.
10. Ibid., 28—30.
Olá! Eu moro na região Amazônica brasileira, estado de Rondônia, região norte, América do Sul. Me chamo Joel. Tenho visto na televisão brasileira, uma reportagem sobre os cavalos selvagens no estado de Roraima, quando vi essa reportagem me recordei de cavalos que fala no livro de mórmon. Agora lendo no livro
ResponderExcluirÉter 9, que eles comentam sobre elefantes, como eles menciona esse animal, se nas Américas não existe. jotacosta.s17@gmail.com