Joseph L. Allen
Copyright © 2009
Fonte: BMAF
Tradutor Elson C. Ferreira - Curitiba/Brasil - Janeiro/2010
Quando pudermos identificar nas Américas onde os Jareditas viveram, poderíamos identificar também onde os Nefitas e os Lamanitas viveram. Até meados do Século XX todos os estudiosos concordavam que a cultura-mãe da Mesoamérica era a cultura Maia. Em 1941 arqueólogos descobriram uma sólida civilização que se antecipou aos Maias por centenas de anos e que agora é confirmada como a cultura-mãe não somente da Mesoamérica, mas das Américas do Sul, Central e do Norte. Tal civilização, os Olmecas, corresponde muito de perto com a civilização Jaredita.
Da perspectiva do Livro de Mórmon a questão lógica é a seguinte: "Quão de perto os Olmecas se correlacionam com os Jareditas?" Este artigo responde a esta questão da perspectiva da civilização Olmeca.
O Senhor disse ao irmão de Jarede:
"... irei adiante de ti para uma terra escolhida entre todas as terras do mundo. E lá abençoarei a ti e a tua semente; e da tua semente e da semente de teu irmão e daqueles que forem contigo, levantarei para mim uma grande nação. E não haverá sobre toda a terra nação maior que a que eu levantarei para mim, de tua semente." (Éter 1:42–43- ênfase do tradutor).
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Neste artigo darei resposta às seguintes questões:
- Qual é esta grande nação?
- Onde fica a terra escolhida entre todas as terras do mundo?
- Qual é o nome da primeira civilização das Américas?
- Quando ela existiu?
- Quem são os descendentes dessa grande nação?
- Podemos identificar quaisquer evidências arqueológicas, históricas ou geográficas de tal nação?
- Associada a essa grande nação, onde fica a estreita faixa de terra e o golfo onde uma grande cidade foi construída há mais de três mil anos? (Éter 10:20)
- Onde fica a terra desabitada ao sul que foi preservada por essa grande nação como um território para caça? (Éter 10:21)
- Quem são "aqueles antigos habitantes que foram destruídos pela mão do Senhor sobre a face deste país do norte"? (Éter 1:1)
- E, finalmente, qual é a importância de descobrir os antigos Jareditas e a área que foi considerada por eles como sua terra prometida?
- Começarei respondendo a essas questões fazendo outra pergunta:
- Você já ouviu falar dos Olmecas?
- Você ficaria surpreso em saber que a maioria dos membros d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não sabem quem são os Olmecas, especialmente os norte-americanos?
Esta falta de conhecimento é compreensível porque não somos ensinados a respeito da história mexicana nas escolas e também não somos ensinados a respeito da geografia do Livro de Mórmon n'A Igreja de Jesus Cristo.
Entre os meses de Junho e Outubro de 2009, meu filho Blake e eu, co-autores da segunda edição do livro Exploring the Lands of the Book of Mormon, (Explorando as Terras do Livro de Mórmon-em inglês) e o Dr. Ted Stoddard, nosso editor, fomos privilegiados em participar de sessões de assinatura deste livro nas lojas da Costco Wholesale, junto com a Wasatch Front. Nessas sessões falamos com centenas de membros d'A Igreja. Descobrimos que apesar de alguns membros d'A Igreja nos Estados Unidos ainda acreditarem que a história do Livro de Mórmon aconteceu nos Estados de Nova York e Ohio, a maioria das pessoas com quem conversamos não têm opinião formada quanto ao local no Novo Mundo em que ocorreram os eventos mencionados no Livro de Mórmon ou tendem a acreditar que a maioria dos eventos mencionados no Livro de Mórmon aconteceram na Mesoamérica. Estimamos que mais de 90% das pessoas que nos visitaram nas lojas da Costco Wholesale nunca ouviram falar dos Olmecas.
Junto com o testemunho do Espírito Santo de que O Livro de Mórmon é o que ele mesmo declara ser (ver Moroni 10:4–5), talvez nenhuma outra evidência apóia mais essa declaração de veracidade, do que as descobertas arqueológicas e históricas do Século XX sobre a cultura Olmeca no México. De modo impressionante, acadêmicos defensores dos clamores de reivindicação de autenticidade do Livro de Mórmon têm feito relativamente pouco para capitalizar o impacto da cultura Olmeca para esse propósito. Por outro lado, os Santos dos Últimos Dias em geral ficam fascinados ao aprenderem a respeito das fortes correlações que existem entre os Jareditas do Livro de Mórmon e a antiga cultura Olmeca, que viveu na região litorânea do Golfo do México.
CORRELAÇÕES:
- Ambas as culturas gozavam de alta civilização durante o mesmo período de tempo.
- Ambas as nações desmoronaram numa violenta luta interna na mesma época.
- Ambos os povos diziam ter vindo da grande torre no tempo em que as línguas foram confundidas.
- Ambas populações foram descritas como um povo fisicamente grande.
- Ambas as culturas desenvolveram um sistema de escrita sobre grandes rochas com similaridades literárias.
- Ambas colonizações ocuparam regiões com características geográficas combinadas, incluindo um istmo e um golfo.
- Ambas foram descritas como a maior nação sobre a terra durante seu Período Arcaico de existência.
- Ambas as civilizações evidenciaram uma forma de governo que era dominado por dinastias de reis.
Desde o início, devemos esclarecer que eu endosso a definição normal de civilização conforme refletido pelas seis características abaixo:
- Elaborado poder político e religioso.
- Distintos níveis sociais.
- Arquitetura pública planejada.
- Pessoas altamente especializadas.
- Redes de comércio inter regional controladas.
- Complexas realizações intelectuais, inclusive um sistema codificado de escrita.
Na metade da era Jaredita, durante os reinados dos reis Sez e Siblom, os Jareditas construíram uma grande civilização perto de um istmo e um golfo. Conforme demonstrado em Éter 10:20–28, os Jareditas preenchem todos os requisitos de uma alta civilização. Morôni nos conta que os Jareditas "construíram uma grande cidade perto da estreita faixa de terra perto do lugar onde o mar divide a terra.
"E conservaram a terra do sul desabitada, para caça. E toda a face da terra do norte estava coberta de habitantes". (Éter 10:20–21). Além disso:
- Eles "... eram muito industriosos;" (Éter 10:22).
- Eles "... compravam e vendiam e negociavam uns com os outros,..." (Éter 10:22).
- Eles "... trabalhavam com toda espécie de minérios e faziam ouro e prata e ferro e latão e toda sorte de metais;" (Éter 10:23).
- Eles "... tinham sedas e linho finamente tecido; e faziam toda espécie de tecidos para cobrir-lhes a nudez." (Éter 10:24).
- Eles "... produziam todo tipo de ferramentas para cultivar a terra, tanto para arar como para semear, para colher e para cavar e também para debulhar." (Éter 10:25).
- Eles "... produziam todo tipo de armas de guerra." (Éter 10:27).
- Eles "... faziam todo tipo de trabalhos de execução muito esmerada." (Éter 10:27).
- Eles "... [construíram] muitas cidades sobre a face da terra." (Éter 10:4).
- Eles "... [construíram] muitos edifícios espaçosos." (Éter 10:5).
- Eles tinham entre si "... muitos profetas .... [que] profetizaram a destruição daquele grande povo, caso não se arrependessem..." (Éter 11:1)
A HISTÓRIA OLMECA
Se você nunca ouviu falar dos Olmecas, penso que ficará intrigado com sua história. Farei adiante uma breve análise da primeira civilização das Américas, conforme determinado pela Arqueologia, pela História tradicional e pela Geografia. Para que entenda a abundância de informações que são disponíveis a respeito da civilização-mãe das Américas, propositalmente eu me refreei de usar qualquer referência do Livro de Mórmon.
Na entrada do Museu Olmeca, em Xalapa, Veracruz, México, estão escritas as seguintes palavras:
Amigo mexicano: Dá ouvidos às minhas palavras.
Este é o início de sua história,
Seu berço e seu altar.
Ouve as vozes silentes da mais velha cultura do México,
Talvez a civilização-mãe de nosso Continente.
Os Olmecas converteram chuvas em colheitas,
O sol em um calendário,
As rochas em escrituras,
O algodão em roupas.
Viagens em comércio,
Montes em tronos,
Jaguares em religião,
E homens em deuses..
(Augustin Acosta Lagunes, Novembro/1986)
A MAIS ANTIGA CIVILIZAÇÃO DAS AMÉRICAS
Na publicação de 2004 do seu livro The Olmecs: America’s First Civilization (Os Olmecas: A Primeira Civilização da América - em inglês), o Dr. Richard A. Diehl, professor emérito da Universidade de Alabama, declarou:
"Hoje em dia os Olmecas são muito conhecidos por suas realizações na arte da escultura, particularmente por seus espetaculares monumentos de pedra e seus pequenos e curiosos objetos esculpidos em jade e outras pedras semi-preciosas. Além disso, por serem mestres artesãos, os Olmecas foram os primeiros nativos americanos a erigirem grandes complexos arquitetônicos, a viverem em vilas nucleadas e cidades, e a desenvolverem um sofisticado estilo de arte executada em rocha e outras mídias imperecíveis. Estes traços refletem as complexas instituições sociais, políticas, econômicas e religiosas que levaram o arqueólogo Michael D. Coe a proclamar os Olmecas como a Primeira Civilização da América e a Cultura-mãe da Mesoamérica, o modelo para todas as civilizações posteriores no México e América Central. Apesar de que nem todos os arqueólogos concordam com Michael Coe, ... o montante de evidências a favor tem convencido a quase todos, exceto os oponentes mais obstinados.4
Ao discutir os requisitos para uma alta civilização, Diehl continua: "San Lorenzo, a mais antiga cidade Olmeca, exibiu estas características séculos antes de elas aparecerem em qualquer outro lugar das Américas."5
O Dr. Christopher Pool, da Universidade de Kentucky, escreveu o seguinte numa publicação de 2007:
"Os fundamentos da civilização Maia e de outras civilizações da antiga Mesoamérica, foram estabelecidos há mais de 2.400 anos durante as fases inicial e intermediária do Período Formativo. A mais elaborada destas sociedades mesoamericanas são representadas pela cultura arqueológica chamada Olmeca, que emergiu há aproximadamente 3.500 anos nas planícies tropicais do sul de Veracruz e Tabasco, México. Florescendo por mais de 2.000 anos, os Olmecas criaram a mais complexa hierarquia social e política de seu tempo no Continente Americano. Os governantes Olmecas expressaram seu poder material e religioso no primeiro monumento de pedra da Mesoamérica, notável por sua sofisticação e naturalismo, bem como através de maciças oferendas de riquezas, obtidas a partir de grandes distâncias."6
Desde 1995, o Dr. Pool tem dirigido pesquisas e escavações em Tres Zapotes, localizada na base do Monte Vigia, em Veracruz, México. Ele afirma ainda: "Cobrindo um período de 2 mil anos, Tres Zapotes contém o maior registro contínuo de ocupação para um grande centro nas planícies do sul do Golfo, compreendendo os períodos Olmeca, Epi Olmeca e Clássico. Esta época viu o surgimento de uma instituição política de reis, bem como o desenvolvimento do primeiro e mais sofisticado sistema de escrita do Novo Mundo."7
A DESCOBERTA DA ESCRITA MAIS ANTIGA
No ano de 2006, a maior descoberta de uma linguagem Olmeca foi trazida à luz quando uma equipe de pesquisa anunciou que em 1999 foi descoberto um bloco de pedra coberto por inscrições, em Lomas de Tacamilchalpa, na planície de Veracruz, México. Os caracteres gravados na rocha representam a escrita mais antiga já encontrada nas Américas. O local onde a escrita foi encontrada fica adjacente ao antigo sítio arqueológico de San Lorenzo Tenochtitlan, Veracruz. A rocha gravada é quase do tamanho de uma folha de papel ofício e contém sessenta e duas imagens.
As imagens encontradas na lage de pedra, conhecida como Bloco de Cascajal, mostra uma antiga forma de escrita Olmeca que data de cerca de 3 mil anos e é a primeira evidência sólida da verdadeira linguagem escrita das Américas. O registro de Cascajal é o primeiro sistema de escrita descoberto em décadas e é distintamente diferente da escrita de culturas mesoamericanas posteriores. Como as rochas eram raras naquela área, os pesquisadores especulam que os Olmecas normalmente escreviam sobre madeira ou papel que teriam se decomposto há muito tempo. O lado inscrito da lage de Cascajal parece ter sido um baixo relevo que possivelmente os Olmecas reutilizaram, triturando as inscrições anteriores e, em seguida, escrevendo sobre a área recuperada.8
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Bloco de Cascajal (Fotografía de Stephen D. Houston, 2006)
Um escritor que concorda com a visão de que a lage de Cascajal apresenta o mais antigo registro do Novo Mundo já descoberto, delineou os detalhes da pedra:
"A laje, que pesa aproximadamente 12 Kg e mede 36 cm de comprimento, 21 cm de largura e 12 cm de espessura, está em branco em todos os lados, exceto um, que foi alisado e inscrito com 62 símbolos de uma escrita hieroglífica. Os símbolos estão arranjados em linhas e alguns são repetidos, similarmente a outras linguagens escritas. Três dos 28 símbolos distintos aparecem quatro vezes, 6 aparecem três vezes e 12 aparecem duas vezes. Alguns símbolos representam objetos, incluindo um inseto, uma espiga de milho e um trono.
Os pares repetidos de sinais - como o símbolo do trono - sugere dísticos poéticos, uma forma de poesia com estrofes de dois versos usada por culturas posteriores daquela região. O significado do registro permanece um mistério, já que esta é uma inscrição única, e não parte de uma linguagem com a qual já estejamos familiarizados.9
Um dos arqueólogos responsável por essa descoberta é Stephen D. Houston, da Universidade de Brown, que foi da Universidade de Brigham Young — não-mórmon. Ele diz que de acordo com informações de Houston e seus associados, esta "É uma descoberta sem precedentes. A pedra e seu antigo registro liga a civilização Olmeca à alfabetização, documenta um sistema de escrita até então ignorado e revela uma nova faceta da complexidade desta civilização." O próprio Houston declara, "É uma descoberta tentadora. Ela pode ser o começo de uma nova era focalizada na civilização Olmeca."10
"Isto revela que os Olmecas, de muitas maneiras a primeira civilização numa vasta região da América antiga, eram instruídos, não sabemos ao certo por quanto tempo antes, e sugere que eles eram capazes da mesma organização assistida de grande escala, por escreverem da maneira como foi visto na antiga Mesopotâmia ou no Egito.
Como em todas as descobertas arqueológicas, a tarefa imediata é determinar se o item descoberto é falso ou legítimo. Alguns dos estudiosos que têm expressado uma validação positiva para a laje de Cascajal são Maria del Carmen Rodríguez Martínez, do Instituto Nacional de Antropologia e História de Veracruz, México; Ponciano Ortíz Ceballos, do Instituto de Antropologia da Universidade Veracruzana; Dr. Michael D. Coe, Professor Emérito da Universidade de Yale; Richard A. Diehl, do Departmento de Antropologia da Universidade de Alabama; Stephen D. Houston, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brown; Karl A. Taube, do Departamento de Antropologia da Universidade da California, Riverside; e Alfredo Delgado Calderón, do Instituto Nacional de Antropología e História de Veracruz, México.
A declaração combinada dos estudiosos acima é a seguinte: "Um bloco com um sistema de escrita até então desconhecido foi encontrado em Veracruz, México, a terra principal dos Olmecas. Estilística e outros dados do bloco colocam-no em época anterior ao primeiro milênio antes da Era Comum (depois de Cristo), o mais antigo registro no Novo Mundo, com características que firmemente atribui a este sistema um desenvolvimento fundamental para a civilização Olmeca da Mesoamérica."
Mas a descoberta de 1999 e o relatório da laje de pedra de Castejal em 2006 não é a primeira descoberta significativa na ligação dos olmecas da costa do Golfo do México com antiguidades e proeminências. O bombardeio de Pearl Harbor em 7 Dezembro 1941 chocou o mundo. Cinco meses antes, durante o mês de Julho de 1941, uma "bomba intelectual" caiu na mesa redonda de uma conferência realizado na cidade do México, e esta bomba literalmente chocou o mundo da Arqueologia. A conferência era patrocinada pela Sociedade Mexicana de Antropologia. Dois arqueólogos mexicanos, Alfonso Caso e Miguel Covarrubias, junto com o arqueólogo norte ameriano, Matthew Stirling, proclamaram calmamente que a cultura que se tornara conhecida como Olmeca era a cultura-mãe do México. Neste ponto a maioria dos estudiosos da mesoamérica se opuseram ao conceito de uma cultura anterior à Maia.
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Um renomado estudioso da cultura Maia, Eric Thompson, publicou um documento naquele mesmo mês de Julho de 1941, desacreditando a antiga datação de povo Olmeca de La Venta. Outro estudioso, Michael Coe, mais tarde escreveu sobre este evento, como segue:
"Este foi um documento extremamente erudito que delineia e prova várias coisas ao mesmo tempo. Primeiro, que todas as inscrições não-Maias da região Olmeca, com suas datas aparentemente antigas, eram de fato mais recentes. Em segundo lugar, que os Olmecas não eram anteriores ao ano 1.200 d.C., contemporâneos dos Toltecas do México e Yucatan."
O ataque de Thompson contra os entusiastas dos Olmecas soa como uma visão minoritária, mas na realidade ela foi compartilhada pela maioria dos arqueólogos americanos que trabalhavam na Mesoamérica naquela época. Foi Stirling que ficou no partido minoritário. O famoso maianista Sylvanus G. Morley também era da opinião de Thompson. Além disso, todo o campo estava em pé de guerra. A pergunta era: "Qual civilização podia possivelmente ser mais antiga que a dos seus amados maias?"13
Com respeito a esta marcante descoberta que também foi discutida numa conferência em 1942 em Tuxtla Gutierrez, Mary Stirling, esposa de Matthew Stirling, disse: "Uma esperada, mas também inesperada descoberta foi aquela da Stela (rocha). C Matt correu de volta para o acampamento com esta emocionante notícia. Esculpida na Stela com barras e pontos, estavam os numerais 15 - 6 - 16 - 18, com o glifo final "6" em frente do sinal de um dia."14
Inicialmente pensou-se que a data era 24 de Agosto de 478 d.C. Depois de uma análise mais detalhada e a subsequente descoberta do fragmento de um glifo, a data despencou para o ano 31 a.C., muito antes que qualquer glifo de origem Maia para aquela data. De acordo com Mary Stirling, "Quando Matt publicou a data da Stela como 7-16-6-16-18, 31 a.C., o resultado foi como esperado. Ele foi largamente criticado, especialmente pelos maianistas, que declaravam ser essa data muito antiga e não contemporânea, mas quando o exame do carbono-14 proveu datas para os locais Olmecas, 31 a.C era recente demais."15
Hoje em dia, as datas ainda têm se provado serem muito anteriores ao ano 31 a.C. O período de tempo aceito para a cultura Olmeca no golfo da região costeira do México data de 1.500 a.C até 300 a.C.
Hoje, a metade da laje de pedra original pode ser vista no parque de Três Zapotes, Veracruz, e a outra metade está na Sala Olmeca do Museu Nacional de Antropoligia, na cidade do México.
FRONTEIRAS OLMECAS: GRANDES ÁGUAS E MUITAS ÁGUAS
Estendendo-se desde a bacia aquífera de Papaloapan, no lado de Veracruz do Golfo do México até a terra entre as muitas águas do lado de Campeche, a região central das terras olmecas formam uma meia lua em forma crescente, na terra que Fernando de Alva Ixtlilxochitl designou como a parte norte da terra. "Eles povoaram a maior parte da terra, e mais particularmente aquela que ficava na parte norte."16
A vila de Tres Zapotes e a antiga localidade olmeca de mesmo nome se localizam perto da bacia aquífera de Papaloapan em Veracruz, no lado oeste do Monte Vigia. O antigo nome de Tres Zapotes é "Hueyapan", uma palavra do dialeto nahuatl, que interpretada significa "águas muito grandes". A bacia de Papaloapan (borboleta) começa nas montanhas de Puebla e Oaxaca e fica paralela ao oceano por quase 15 ou 20 Km em ambos os lados da cidade de Alvarado, onde admite a entrada de água doce para desaguar no oceano. Num dia claro, os visitantes podem ver da ponte o Monte Vigia na direção sul. Antes da construção da ponte em 1950, era necessário um barco para transportar as pessoas de Alvarado para Lerdo.
Cana de açúcar e abacaxi são as duas maiores culturas na região da bacia de Papaloapan. Toda a região se parece com o Hawaí. Todos os que viajam por esta área logo aprendem que os pequenos montes que vêm ao longo da estrada são restos da civilização Olmeca que desapareceu como nação entre os anos 300 a.C. e 250 a.C. Entretanto, parece que Tres Zapotes teve uma existência que se estendeu para além daquele tempo.
A fronteira oeste dos olmecas termina na "terra entre as muitas águas", se estendendo para a divisa estatal entre Tabasco e Campeche. Estas "muitas águas" se localizam na área diante do Golfo de Campeche onde os rios Grijalva e Usumacinta desaguam no oceano. Antes da construção da ferrovia, as viagens à pé eram extremamente tediosas. A estação das chuvas, de Maio a Outubro, resulta em centenas de lagoas e águas infestadas de mosquitos. Qualquer viagem ao longo do topo do Istmo de Tehuantepec normalmente força os viajantes a mudarem a direção para sudoeste, rumando para a antiga cidade maia de Palenque, onde podem então continuar para o leste do rio Usumacinta e para a floresta de Peten, na Guatemala. Por exemplo, a "entrada" (expedição) militar do ano 378 d.C. de Teotihuacan para Tikal seguiu esta rota, cruzando o rio e seguindo para o local atualmente chamado de El Peru, e depois continuando para Tikal onde o rei maia, o Grande Jaguar Paw, foi morto. O jovem filho do ditador de Teotiuacan, Spearthrower Owl, foi colocado no trono de Tikal. O nome do filho era Yax Nuun Ayin, que significa Primeiro Crocodilo. Ele governou até 421 dC.17
O sistema de lagoas, de Villahermosa a Campeche, também é uma terra entre muitas águas, assim como os rios Usumacinta e Grijalva que desaguam no Golfo de Campeche, neste mesmo lugar. Os rios são rodeados por lagoas que estão abaixo do nível do mar, tornando a viagem por esta área extremamente difícil. A distância entre a "terra entre muitas águas" do lado de Campeche até as "grandes águas" do lado de Veracruz é de quase 320 Km. A região das lagoas de Villahermosa até o grande rio Coatzacoalcos é o território em que 90% do petróleo mexicano é produzido e é frequentemente mencionado como a "trilha do ouro" do México porque, além do petróleo, esta área exibe uma abundância de produção agrícola. De acordo com Bernardino Sahagun, durante a época dos Astecas, a região Olmeca foi rotulada como o "lugar da riqueza", o que inclui penas preciosas, pedras verdes, finas turquesas, ouro e prata.18
AS MONTANHAS DE TUXTLA
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Além de sediar a convenção anual das bruxas na primeira Sexta-feira do mês de Março e ter sido o local de gravação do filme de Mel Gibson chamado Apocalypto, a região da montanha de Tuxtla de Veracruz é rica em história, arqueologia e agricultura. A palavra Tuxtla deriva-se da palavra Nahuatl toch li, que significa coelho. A região apresenta o grande vulcão de San Martin com seus 250 cones cinzas e o belo e sereno Lago Catemaco. Vários riachos e rios tributários tornam-se possíveis devido à abundância de chuva nesta região. A bela e aromática cachoeira de Eypantla e a Ilha do Macaco são atrações turísticas no local. O tabaco cresce em abundância, assim como o arroz, a cana de açúcar e o milho.
Dois proeminentes montes nas Tuxtlas são o Monte Vigia e o Monte Cintepec. O nome do último significa "monte do milho" na linguagem nahuatl (http://pt.wikipedia.org/wiki/Língua_náuatle) e o outro é o nome em espanhol para "vigilante". Algumas das pedras basálticas usadas para esculpir os grandes monumentos de pedra dos Olmecas vieram de Cintepec. Antigos fluxos de lava produziram várias cavernas nessa região. Do topo do Monte Vigia os visitantes podem ver o Golfo do México ao norte e as planícies que levam ao Isttmo de Tehuantepec ao sul. A distância entre o Monte Vigia e Cintepec é de quase 56 Km, com o Lago Catemaco localizado entre eles. As maiores cidades da região são Lerdo, Santiago Tuxtla, San Andres, e Catemaco.
O síquio arqueológico de Tres Zapotes e Totocapan estão localizados em locais opostos ao Monte Vigia. Totocapan é um lugar escavado que fica localizado perto da grande manancial de água que supre a cidade de Santiago Tuxtla. Uma pesquisa arqueológica na região entre o Monte Vigia e o lago Catemaco, conduzido por Wesley D. Stoner of, da Universidade de Kentucky em 2008, revelou que dos 176 locais pesquisados, 25 pertencem ao Período Formativo Médio, datando de 900 a.C a 300 a.C. A pesquisa também mostrou que a ocupação entre os rios Topango e Xoteapan continuaram durante a era Pós Clássica, incluindo a época da ocupação espanhola daquela área.19
O ISTMO DE TEHUANTEPEC
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O identificador geográfico característico da civilização Olmeca é o Istmo de Tehuantepec. Este Istmo é a linha divisória entre a América do Norte e a América Central (A América do Norte não termina no Rio Grande). A palavra "istmo", em grego, significa "estreito pescoço de terra". O Webster’s New World College Dictionary (Dicionário Colegial Novo Mundo, de Webster) declara que um istmo é "uma estreita faixa de terra com água em cada lado conectando dois corpos de terra". Seus sinônimos incluem "passagem de terra", "faixa de terra", "ponte de terra", ou "pescoço de terra"20
A palavra "Tehuantepec" é o termo nahuatl (Asteca) para "deserto de feras" ou "deserto de animais selvagens" ou "montanha dos jaguares". A palavra "tepec" significa monte, montanha, floresta ou deserto, como em Chapultepec, "floresta da borboleta"; Coyotepec, "monte do coiote", e Cintepec, "monte do milho". Hoje em dia , toda a região é chamada de Tehuantepec, incluindo o Istmo de Tehuantepec, o Golfo de Tehuantepec, o deserto de Tehuantepec, a passagem de Tehuantepec, e a cidade de Tehuantepec.
As rotas de viagen Olmecas são facilmente identificáveis. Colocada num mapa, as principais terras Olmecas se parecem com uma coqueteleira ou um funil com o pescoço estendido para o sul, através do Istmo de Tehuantepec em direção do Golfo de Tehuantepec. Através desta estreita passagem ou caminho, os olmecas viajavam para Chiapas, na Guatemala, e El Salvador. Recentes descobertas têm mostrado que a fonte da pedra de jade azul esverdeado é a região drenada do Rio Motagua, na Guatemala.21
Atualmente uma estrada pavimentada e trilhos de trem seguem a antiga trilha chamada de "corredor das feras" ou "trilha do jaguar". A distância no sentido norte-sul através do istmo, desde Coatzacoalcos até a Salina Cruz é de quase 257 Km. A passagem divide as montanhas de Tehuantepec, a leste, das montanhas de Oaxaca, a oeste. Esta passagem foi considerada uma excelente localização para um canal do Atlântico para o Pacífico, antes da construção do Canal do Panamá. Esta área consiste de planícies úmidas de vegetação tropical úmida acompanhadas de colinas e pântanos. Antigamente, qualquer viagem através dessa estreita passagem, ou istmo, requereria de duas a três semanas.22 Em um dia ou um dia e meio de viagem, o olmeca poderia cobrir cerca de 19 dos 257 Km, através do istmo. A ferrovia trans-istmo entre Coatzacoalcos e Salina Cruz foi aberta em 1907. A viagem pela estreita passagem de terra não era fácil. Mesmo hoje o trem é chamado de "a fera", que serpenteia através da trilha dos animais selvagens.
Em 1941, Matthew Stirling, cujo trabalho entre os olmecas é proeminente, viajou com sua esposa para Izapa para analisar a cultura desse lugar. Eles viajaram de trem à partir de Veracruz. Ele escreve: "A permissão para fotografar os monumentos [em Izapa] foi prontamente concedida pelas autoridades mexicanas... A Sra. Stirling e eu tomamos o trem em Piedras Negras [Veracruz] para uma longa viagem de dois dias e uma noite, até o extremo sudoeste do México."23
Rotas de viagem eram extensas no império olmeca desde 1.200 a 600 a.C, como tentáculos estendidos tanto no norte quanto no sul, e de leste a oeste. Conforme mencionado antes, a pedra de jade era exportada da Guatemala, e em 26 de Janeiro de 2007, a revista National Geographic reportou a descoberta de uma cidade na região central do México que manifestou a influência olmeca. "Localizada a quase 40 quilômetros ao sul da Cidade do México, as ruínas, chamadas de Zazacatla, estão a centenas de milhas da região costeira do Golfo do México, região essa geralmente associada aos olmecas. A descoberta de Zazacatla derrama luz sobre os antigos desenvolvimentos culturais e as viagens de longa distância no antigo México. Essa descoberta também sugere que a influência Olmeca talvez seja maior do que previamente se pensava."24
O deserto de Tehuantepec é abundante em madeira e animais selvagens. Ele é uma densa floresta tropical chamada de região de Chimalapa no leste de Oaxaca e Uxpanapa, na parte sudoeste do estado de Veracruz. A maior parte do deserto de Tehuantepec fica localizado em Oaxaca com partes em Veracruz e Chiapas. Na porção de Chiapas há um grande refúgio de pássaros dedicado aos abutres. A região de Chimalapa e Uxpanapa cobre 7.700 Km2, quase do tamanho da Floresta Nacional de Uintah, em Utah, e o nível de suas montanhas vão de 800 a 228 m acima do nível do mar. O poderoso rio Coatzacoalcos corre ao norte, desde a divisa continental, desaguando na base do Golfo do México, e quase serve como uma divisa contínua para o próprio Golfo. Os antigos locais Olmecas de La Venta e San Lorenzo Tenochtitlan ficam localizados no lado norte do istmo.
O nível pluviométrico nesta floresta varia de 28 a 44 cm3 por ano (Utah tem um nível de 3,8 cm3 por ano, mais a neve). As maiores chuvas ocorrem de Junho a Outubro. Os ventos impelem as chuvas do norte, ou do Golfo do México, e são chamados de "los nortes". A temperatura, dependendo da altitude, varia de 21 a 25º C nos locais mais elevados, a 42º C com alta umidade nas planícies.
Este território inexplorado convida os esportistas, não somente antigamente como também hoje em dia, para visitar seus campos de caça. Muitas das mesmas espécies de animais que providenciavam alimento para os Olmecas ainda existem. O caçador pode perseguir o jaguar e o puma ou uma das múltiplas espécies de felinos. Pode-se caçar o grande tapir, que pode pesar mais de 300 Kg, abater um cervo de bom tamanho, um touro selvagem, ou um caititu ou javali, um animal mal encarado parecido com um porco. Antigamente, tanto o dardo quanto a flecha eram usados para capturar essas presas. Em Palenque, os nativos Lacandone demonstram um tipo diferente de flecha que são usadas para caçar cada tipo de animal ou pássaro. Macacos-aranha são abundantes nas florestas da região. O pássaro quetzal ainda é visto ocasionalmente. Uma grande variedade de pássaros pousam nas árvores, codornas são encontradas nas pradarias e faisões e perus perambulam pela floresta.
A ORIGEM DOS OLMECAS
Nós cometeríamos um erro se assumíssemos que os olmecas (1.500 a 300 a.C), que viveram ao longo da parte norte do Istmo de Tehuantepec—ou a estreita faixa de terra, representam a origem ou o fim desta primeira e grande civilização mesoamericana. A maioria dos estudiosos apresenta uma data inicial para o começo da era Olmeca aproximadamente em 2.600 a.C., e mesmo depois da queda do império Olmeca, que aconteceu por volta do ano 300 a 250 a.C. Outras civilizações que haviam sido geradas pelos Olmecas ocuparam a paisagem mesoamericana.
A maioria dos estudiosos mantém a tradição de que os Olmecas eram autóctones para a área, como opostos à sua origem, como resultado de migrações externas. Diehl escreve: "Os olmecas eram nativos americanos que criaram uma cultura única no sudoeste do México, no ístmo Tehuantepec. Arqueólogos agora traçam as origens dos olmecas como anterior às culturas pré-olmecas na região e não há evidências críveis para maiores intrusões externas."25 Alguns estudiosos sugerem que os olmecas são originários da região de Yucatan; outros vêm sua origem no vizinho estado de Oaxaca.
O sítio arqueológico de San Jose Mogote, localizado ao norte da cidade de Oaxaca, é um local de ocupação anterior ao período Pré-clássico. O Dr. Ignacio Bernal propôs um relacionamento entre os tijolos de adobe usados na sua construção e aqueles mostrados no pequeno museu de San Jose Mogote, como tendo as mesmas características da "distante Mesopotâmia". Em outras palavras, este adobe parece ter o mesmo estilo arquitetônico daqueles descobertos na região de Babel, de onde, de acordo com Ixtlilxochitl, vieram os primeiros colonizadores.
Bernal escreveu:
Não foi senão a 2.500 anos antes de Cristo que o homem começou sua vida como um agricultor e a construir pequenas vilas...
Mais tarde o adobe foi usado nas paredes e estuco cobriu os pisos. Neste período, as primeiras construções públicas começaram a aparecer, tais como os templos e edifícios governamentais...
Muitos locais deste longo período têm sido encontrados, mas são de pequeno interesse para os visitantes. Não foi senão até o fim deste período que um local digno de prolongadas visitas apareceu: San Jose Mogote. Sua construção é parcialmente contemporânea ao Monte Alban I; isto é, pode ser datado em meados do primeiro milênio antes de Cristo... Da mesma forma, é digno de visitação o pequeno museu de San Jose Mogote onde há uma parede contendo os adobes mais antigos da Mesoamérica. Com a forma arredondada em vez de retangular, que se assemelham com aqueles da antiga Mesopotâmia.26
Até recentemente, nenhuma consideração foi dada à ideia de que a origem dos Olmecas não tenha sido outra, senão interna. Em outras palavras, desde os anos de 1930 d.C., não foi aceita qualquer tentativa de sugerir que migrações do Velho Mundo tenham acontecido. Diane Wirth registra este dilema conforme segue:
A maioria dos leigos não tem conhecimento da controvérsia em curso entre o estabelecimento arqueológico (isolacionistas) e os difusionistas, controvérsia essa que toma a forma de ataques verbais e escritos de uns para com as pesquisas de outros. Em tempos medievais os cientistas eram amarrados em estacas e queimados ou aprisionados por causa de suas teorias esquisitas, que eram inaceitáveis para seus pares. Hoje em dia tais coisas são freqüentemente substituídas pelo ostracismo. Até os Pré Columbialistas (isolacionistas) aceitam o desafio das novas descobertas com certa relevância a este campo de estudo, mas o debate acalorado certamente continuará.27
O Professor David Kelley, emérito da Universidade de Calgary, salientou a similaridade entre o calendário de 260 dias, tão fundamental para a Mesoamérica e que é também similar ao calendário das civilizações do leste e sudoeste asiático. Ele também observou em ambas as culturas, a similaridade entre os pontos cardeais e o universo, em associação com cores, plantas, animais e deuses - culturas que são separadas por milhares de quilômetros de oceano. Kelley sente que a semelhança é demasiadamente estreita para ser meramente coincidetal. 28
Joseph Needham concorda que as mesmas fórmulas complexas predizem eclipses lunares e solares eram usadas tanto por astrônomos chineses quanto por mesoamericanos. Ele escreveu a respeito da possibilidade de que intelectuais asiáticos tinham contato com seus contemporâneos da Mesoamérica durante os tempos Pré-clássicos.29
Coe também reconhece a influência oriental. Ele declara que certamente não temos evidências para acreditar que toda a nação Maia foi simplesmente transplantada do Velho Mundo. Ele sugere que os maias podem ter sido receptivos a algumas importantes idéias originárias do hemisfério oriental durante o Período Pré-clássico, de 600 a.C–250 d.C.30
A respeito dos primeiros colonizadores do México que viveram ao longo da costa do Golfo, o famoso escritor mexicano do Século XVI, Don Fernando de Alva de Ixtlilxochitl, escreveu em 1.600 d.C:
"Tudo na terra estava coberto de água, inclusive a mais alta montanha chamada Caxtolmolictli, que tem 15 côvados de altura."
A este ele acrescentou outros eventos, tais como, depois do dilúvio, umas poucas pessoas que haviam escapado da destruição dentro da Toptlipetlacalli, que interpretado significa uma arca fechada, começaram novamente a se multiplicar sobre a terra.
Depois que a terra começou novamente a ser povoada, eles construíram uma Zacualli muito alta e forte, que significa uma torre muito alta, para se protegerem contra uma segunda destruição da terra.
Com o decorrer do tempo, sua linguagem se tornou confundida, tanto que eles não podiam entender uns aos outros; e foram espalhados por todas as partes da terra.
Os toltecas, consistindo de sete homens e suas esposas, eram capazes de se entenderem e vieram para esta terra, tendo primeiro cruzado muitas terras e águas, vivendo em cavernas e passando por grandes tribulações. Depois de sua chegada aqui, eles descobriram que era uma terra muito boa e fértil."31
E, além disso, ela era uma terra fértil e escolhida. Tudo crescia. Abacaxi, manga, banana, cacau, café, tabaco, cana de açúcar, arroz e mamão, tudo crescia no fértil ambiente da terra prometida. Um palanque de madeira plantado no chão cresce novamente, como uma árvore. A chuva é abundante. É o Awaí do México. Um ditado comum no México é "Somente Veracruz é bela, somente Veracruz é bonita".
REIS
Os olmecas chegaram ao seu zênite entre os anos de 1.200 e 600 aC—o período em que várias das grandes cabeças de pedra foram esculpidas. O rei maia do século VII , Kan Balaam, filho de Pacal de Palenque, traçou sua genealogia através da linhagem de sua mãe até o grande rei olmeca chamado U Kish Kan, “aquele da serpente emplumada.” O Dr. Bruce Warren especulou que um pequeno monumento sem cabeça em San Lorenzo pode ser uma representação de U Kish Kan porque, neste pequeno monumento suas mãos repousam confortavelmente sobre o topo da cabeça emplumada da serpente. De acordo com a datação do Templo da Cruz de Palenque, o rei Kish nasceu em 8 de Março de 993 a.C, e foi ungido rei em 25 de Março de 967 a.C, uma data que cai no ponto alto da história Olmeca.32
Simon Martin e Nikolai Grube, autores do livro The Chronicle of the Maya Kings and Queens, superam qualquer trabalho anterior sobre a cronologia do império Maia. Apesar de que sua ênfase está sobre o Período Clássico dos maias, eles reconhecem o relacionamento dos reis maias com seus predecessores olmecas. Eles escreveram que "a tradição Clássica emergente certamente derivou de uma prática já existente, incorporando ideais de governo—até mesmo formas específicas de regalia—que podem remeter aos tempos olmecas."33
Assim como Warren, Martin e Grube draw das inscrições do Templo da Cruz em Palenque para extrair as datas de U Kish Kan, que traduzem como "sangrador da serpente". Eles escrevem: "Seu nascimento está registrado em 993 a.C e sua ascenção em 967 a.C. Colocados na época dos primeiros mentores olmecas, esta figura lendária serve como uma ponte entre os reinos e mitos da história. Martin e Grube também delineiam o que eles chamam de "as míticas origens da dinastia Palenque", sugerindo que os reinados olmecas ou pré-olmecas pré-datam a data base do calendário maia de 3.114 aC. A data de um rei (ahaj, ahau, ajaw, ahah, variavelmente soletrado, significa senhor ou rei), soletrado "G1 o ancião", data de 3.309 a.C. Outro senhor ou rei olmeca (ou pré-olmeca) foi coroado em 2.305 BC e é referido como Muwann Mat (K’uhul matawill ajaw).34
Mas os monumentos olmecas dão personalidade aos reis olmecas. Dezessete grandes cabeças de pedra foram identificadas, todas com características personalizadas. Além disso, vários outros monumentos mostram reis usando chapéus elaboradamente adornados com outros registros na sua periferia, ainda não identificados. Um desses monumentos com gravações é La Venta Stela 2. Este governante é mostrado portando um cetro cruzado diante do peito. Ele tem barbas e suas feições parecem ser de natureza oriental. Seu chapéu é enorme. As figuras menores em seu redor podem sugerir sua linhagem ancestral.
A QUEDA DOS OLMECAS
Os Olmecas de La Venta encontraram sua queda por volta do ano 300 aC. Michael Coe, professor emérito da Universidade de Yale, escreveu: “La Venta foi deliberadamente destruída em tempos antigos. Sua queda certamente foi violenta, tanto que 24 dos 40 monumentos esculpidos foram intencionalmente mutilados. Isto provavelmente ocorreu no começo dos últimos tempos formativos, entre 400 a.C–300 aC.”35
A sociedade Olmeca começou a declinar por volta do ano 400 a.C, e em 300 a.C os Olmecas caíram como nação. Este evento não significa que todos os olmecas morreram, pois ainda há descendentes identificáveis hoje em dia. Significa que a própria nação caiu. Cometeríamos um sério erro se assumíssemos que cada um dos últimos olmecas, homem, mulher e criança, tenha morrido por volta do ano 300 a.C. Ixtlilxochitl coloca sua guerra final em 236 aC. Além disso, existem evidências que descendentes da primeira civilização continuaram durante o Século IV antes de Cristo. Mesmo hoje remanescentes dos olmecas, ou muito parecido com eles, vivem na região ao redor do Istmo de Tehuantepec, Veracruz, Tabasco, e Chiapas.36
Há aproximadamente vinte e cinco anos, e pouco depois de meu filho Brent ter terminado sua missão em Monterrey, México, nos juntamos a um grupo que viajava para o território olmeca. Depois de chegar ao aeroporto de Veracruz, fomos de ônibus para o hotel. Eu chamei a atenção do grupo para uma réplica de uma grande cabeça de pedra olmeca na entrada da cidade. Brent pegou o microfone e disse: “Eu tive um companheiro missionário que se parecia exatamente com ela". Na manhã seguinte, Brent convidou seu antigo companheiro missionário de Veracruz para tomar o desjejum conosco. É desnecessário dizer que a lição de ver um sósia dos olmecas sugeriu aos membros da excursão que nem todos os olmecas teriam sido destruídos.
Após alguns poucos anos, meus filhos Blake e Todd, e eu, vimos vimos uma dupla de diáconos crescer em Tuxtla Gutierrez. Um deles era descendente maia e o outro tinha feições distintamente olmeca. Numa ocasião em que eles estavam distribuindo o sacramento, um ao lado do outro, notamos que o diácono maia era menor e parecia que tinha acabado de sair de um dos murais de Palenque. O diácono maior se parecia com a cabeça de pedra de La Venta. Apesar de ser o maior, ele também era o mais jovem.
A Stela La Venta 3 é um exemplo clássico de ambas as civilizações. Uma figura mostra uma pessoa alta. Outra figura manifesta uma pessoa com características maias. Através dos anos este monumento tem se apresentado como um desafio para os estudiosos, e naturalmente evoca algumas questões: "Os maias seriam apenas uma continuação dos olmecas ou são elas duas nações distintas e separadas?" Se elas são separadas, por que os pesquisadores encontram tanta influência olmeca entre os maias? Ademais, outros povos estavam presentes na Mesoamérica que não foram ainda considerados, além dos olmecas ou dos maias. As respostas potenciais para a pergunta inicial é SIM, PODE SER, PROVALMENTE, ou EU NÃO SEI.
OS OLMECAS E OS MAIAS
Os monumentos de La Venta que podem ser vistos no museu de La Venta em Villahermosa, Tabasco, mostra a presença se outros povos e culturas além dos olmecas. A grande nação Maia desenvolveu uma grande e completa civilização no lado sul do istmo, ou a pequena faixa de terra, com a presença de linguagem escrita, desde 600 aC até o tempo da conquista espanhola no Século XVI.
Apesar de os arqueólogos terem encontrado alguma intrusão da cultura Maia na área norte da estreita faixa de terra como evidenciado pela descoberta da rocha de Mojarra em Veracruz, na sua maior parte os maias marcaram sua linha fronteiriça pela atual fronteira de Chiapas-Oaxaca. Inversamente, as evidências arqueológicas mostram que remanescentes da cultura Olmeca viajaram para o sul através do istmo antes do ano 1.000 aC e se estabeleceram em locais tais como Izapa, La Blanca, Abaj Takalik, e La Democracia, ao longo da costa do Pacífico e Chiapa de Corzo na depressão central de Chiapas.
John Clark e Mary Pye relataram a reorganização da cultura Mokaya por volta de 1.000 aC. A cultura Mokaya começou em 1.900 aC e se localizou no lado do Pacífico, pelas margens de Chiapas e Guatemala, que é a mesma região das antigas ruínas de Izapa. Clark é diretor da Brigham Young University’s New World Archaeological Foundation (Fundação Arqueológica Novo Mundo da Universidade Brigham Young), localizada em Chiapas, México. De acordo com Clark, por volta de 1.000 aC um novo centro regional foi estabelecido na região de Soconusco, chamada Canton, Coralitos. Clark atribui a relocação da nova capital regional a uma aquisição agressiva de toda a região pelos olmecas de San Lorenzo. Ao mesmo tempo o povo Mokaya substituiu sua religião tradicional e seus símbolos por modelos importados dos olmecas.37
Digno de nota é o fato de que o movimento intrusivo olmeca na terra ao sul do istmo corresponde ao mesmo período de tempo em que Kish e seu pai foram reis olmecas em San Lorenzo, Veracruz. É digno de ser mencionado também o fato de que o chocolate é gostoso. O povo Mokaya, que desenvolveu traços de personalidade no primeiro milênio antes de Cristo, estava entre os primeiros produtores de chocolate.
Embora um tipo de relacionamento simbólico parece existir entre os olmecas e os maias, suas características como povo são muito distintas e sua linguagem é diferente. Os maias são identificáveis por sua cabeça e nariz caracteristicamente distintos ao contrário das características faciais arredondadas dos olmecas. Entretanto, os maias de Yucatan têm características faciais associadas tanto aos olmecas quanto aos maias. Por natureza, os maias são menores que os olmecas. Estes têm o tórax mais em forma de barril. Na verdade, se um maia experimentasse uma armadura de um olmeca, ele seria sufocado por ela.
Como declarado anteriormente, cometeríamos um erro ao assumir que todo o povo olmeca morreu na época de sua queda como nação. O conceito de sobrevivência fez com que os olmecas se tornassem a civilização-mãe das Américas. Dos olmecas nasceram outras culturas e outras ainda foram influenciados por eles, inclusive os teotihuacanos, os maias e os zapotecas. Por esta razão os olmecas são chamados de civilização-mãe da Mesoamérica.
SUMÁRIO:
O REGISTRO JAREDITA AMPLIA A HISTÓRIA OLMECA
Você notará que apesar de eu ser obviamente influenciado pelo registro jaredita, tenho delineado a história dos olmecas até este ponto sem usar as informações contidas no Livro de Mórmon. Eu usei dados arqueológicos, geográficos e históricos, no entanto, o leitor casual do antigo registro jaredita notará as similaridades dos dois registros, quais sejam, o registro jaredita e o registro olmeca.
Ambos os registros falam dos primeiros colonizadores vindos da grande torre. Ambos os registros indicam que alguns membros de sua colônia e seus amigos foram levados a uma terra prometida e sua linguagem não foi confundida. Tanto os registros olmecas quanto o relato do Livro de Mórmon falam do estabelecimento de sua capital no país do norte, ou nas partes norte da terra. Ambos os registros falam de uma estreita faixa de terra, um golfo e uma terra reservada à caça no território ao sul. Ambos os registros descrevem uma alta civilização completa entre 1.200 a 600 aC, com reis, rotas de comércio, guerras e religião. Ambos manifestaram evidências de uma linguagem escrita. Os termos "monte do milho" e "grandes águas", e um rei chamado Kish são coisas em comum. Ambos os registros falam de uma destruição interna na queda de sua nação entre 300 aC e 250 aC.
Eu acredito que os dois registros são muito similares para serem consideradas como meras coincidências. Eu proponho que os olmecas são o povo descrito por Morôni como aquela "grande nação" com nenhuma "nação maior" durante o período histórico dos jareditas. (ver Éter 1:43). Além disso, proponho que a faixa dourada do México foi a terra escolhida sobre todas as outras terras para os jareditas até que eles se tornaram maduros em iniquidade e perderam a terra de sua herança e que Coriantumr viveu para ver, como profetizado por Éter (ver Éter 13:21), outro povo recebendo a terra para sua herança. Os nefitas, sob o reinado de Mosias, representou aquele "outro povo". Talvez este seja o argumento decisivo. É uma coisa para desenvolver um relacionamento de cultura única entre os jareditas e os olmecas. É completamente diferente e virtualmente uma impossibilidade matemática tentar encaixar coincidentalmente duas sociedades paralelas, ou seja, os olmecas e os maias por um lado com os jareditas e os nefitas por outro lado.l
Outros escritores SUDs têm ecoado positivamente quanto a um relacionamento entre os olmecas e os jareditas, inclusive David Palmer, John Sorenson, Bruce Warren, Richard Hauck, Garth Norman, e John Lund.38
Agora eu falo aos críticos do Livro de Mórmon. Desde o início de sua publicação em 1830, evidentemente faltou aos críticos anti-mórmons competência intelectual e conhecimento especializado para desafiar a validade do livro baseado no seu (não declarado mas óbvio) clamor de que a cultura mãe das Américas foi uma cultura que antecedeu os maias em centenas de anos. Com esta afirmação agora confirmada pela arqueologia do Século XX e pelos registros históricos mesoamericanos, se os críticos de hoje fossem honestos, eles se desculpariam por seus ataques e por sua falha em não estudarem O Livro de Mórmon cuidadosamente o suficiente para reconhecer seu não declarado e sensacionalista clamor de que os maias não foram a cultura-mãe do Novo Mundo.
Foi dito a Coriantumr que se ele não se arrependesse, ele veria a queda de seu reino, e testemunharia a morte de todos os de sua casa, que eram herdeiros de seu trono, e veria seu reino ser dado a outro povo (ver Éter 13:20–21). Coriantumr não se arrependeu, seu reino caiu e foi dado a outro povo. O novo rei foi Mosias, um profeta nefita. Por 550 anos, desde cerca de 200 aC até o tratado registrado em Mórmon 2:28–29, os nefitas salvaguardaram a antiga terra jaredita como um lugar livre, se necessários (Alma 22:34). Aquele êxodo tornou isso necessário.
Mórmon viveu na cidade de Desolação, a qual foi uma antiga cidade jaredita no lado norte do istmo. Morôni também viveu neste "país do norte" (ver Éter 1:1). Que a civilização nefita tenha chegado ao fim na mesma região onde o reino jaredita caiu setecentos anos antes é deveras comovente. O Monte Ramá dos jareditas é o mesmo Monte Cumôra dos nefitas. Por isso, se encontramos os jareditas, também encontramos os nefitas.
CONCLUSÃO:
CINCO RESULTADOS DO ESTUDO DA HISTÓRIA DOS OLMECAS
O debate nesse ponto ainda clama por resposta à seguinte questão: Por que Mórmon escreveu tanto sobre história, geografia, guerras e assim por diante, quando poderia somente escrever uma centésima parte das coisas de seu povo? (ver Mórmon 1:5). Eu senti a necessidade de vir em defesa de Mórmon, escrevendo o que escrevi.
Se os olmecas foram a primeira e maior civilização do Novo Mundo e se o Istmo de Tehuantepec é a estreita faixa de terra referida tanto no registro jaredita quanto no nefita (Éter 10:20; Alma 22:32), então completamos os cinco maiores objetivos:
1. Comprovamos a realidade do Livro de Mórmon como um legítimo documento mesoamericano. Ajudamos a dar a Néfi, Mórmon, Éter e Morôni, sua legítima existência nos anais da história (ver Mosias 8:13).
2. Identificamos a terra da promissão jaredita. Como resultado, ajudamos na localização de suas raízes e sua identidade. Estamos, em essência, conduzindo um trabalho genealógico ao pesquisar a localização das terras que um remanescente do antigo povo do convênio do Senhor declarou ser seu. Geografia, portanto, é genealogia.
3. Adicionamos ao nosso conhecimento detalhes significativos a respeito dos olmecas. Ilustramos a importância de estudar a história e a geografia do Livro de Mórmon para que possamos entender detalhes a respeito daquela antiga cultura que viveu nas proximidades do Istmo de Tehuantepec, bem como em outras partes da Mesoamérica antes do advento de Colombo e da chegada dos espanhóis no Novo Mundo. Alguns desses detalhes são os seguintes:
• Os nomes de trinta e dois reis olmecas (Éter 1:6–33).
• Dois milhões de olmecas viveram perto do Monte Ramá/Cumôra (Éter 15:2).
• O rei Mosias assumiu o reinado olmeca depois da sua queda.
• Mórmon viveu em território olmeca.
• Os nefitas foram destruídos perto de um monte no território olmeca.
• As terras de caça dos olmecas são a mesma área que os nefitas chamavam de Zaraemla (Éter 9:31).
• Morôni escreveu um registro dos olmecas que chamou de o livro de Éter.
4. Ampliamos abundantemente nosso entendimento dos antigos jareditas das seguintes maneiras:
• A localização da terra prometida dos jareditas, conforme mencionado em Éter 6:12.
• A localização da estreita faixa de terra referida em Éter 10:20.
• O lugar onde o mar divide a terra como registrado em Éter 10:20.
• A localização da terra do sul - um deserto, como mencionado em Éter 10:21.
• O nascimento, a data de unção e de morte de Quis, o rei jaredita cujo nome aparece em Éter 10:17.
• A possível localização do Monte Ramá/Cumôra como registrado em Éter 15:11.
5. Pelo conhecimento e pela perspectiva lógica, podemos assumir seguramente que, pela identificação das terras dos jareditas, podemos facilmente identificar as terras dos nefitas, lamanitas e mulequitas. O resultado da descoberta e localização da cultura Olmeca/Jaredita devem facilmente dissipar tais pensamentos ilógicos e equivocados de que o Monte Ramá/Cumôra, a estreita faixa de terra, a terra de Zaraemla, a terra de Néfi, e assim por diante, se localizam em qualquer outra parte que não a Mesoamérica.
Não subestimemos a importância do estudo das antigas civilizações americanas que datam do período do Livro de Mórmon. É o mesmo que fazer a pesquisa familiar. Talvez possamos ser instrumentos para ajudar a estabelecer as raízes dos remanescentes do povo do convênio do Senhor (ver Mosias 8:12). Isso chama-se serviço missionário. Hoje em dia quase 15% de todos os membros d'A Igreja vivem nestas terras onde Leí disse que Deus tinha feito convênio com ele de que ela seria sua terra para sempre (ver 2 Néfi 1:5). Quase dois milhões de membros d'A Igreja que vivem no México e na América Central tem sangue desses antigos habitantes correndo em suas veias. Possa o Senhor abençoar-nos enquanto continuamos na pesquisa das antigas histórias das pessoas cujas vidas são mencionadas brevemente no Livro de Mórmon.
TIPOS E SOMBRAS OU DUALISMO
Alma escreveu que ele desejaria que compreendêssemos que essas coisas não deixam de possuir um simbolismo;" e então pergunta, " não há nisto um simbolismo?” (Alma 37:43, 45). Tipos (modelos) e sombras, ou dualismo, ocorre quando uma mensagem geográfica ou histórica é usada como um trampolim para passar uma mensagem espiritual. Em Éter 10:6 lemos, que seus ossos se tornariam como montes de terra sobre a face da terra. Esta é uma das muitas vezes em particular em que esta profecia é usada no Livro de Mórmon. Ela também é usada em outras obras padrão d'A Igreja. Foi esta escritura que motivou a capa da segunda edição do livro Exploring the Lands of the Book of Mormon (Explorando as Terras do Livro de Mórmon). Esta profecia é bíblica em origem, é repetida no Novo Testamento e na tradução de Mateus 24 feita por Joseph Smith na Pérola de Grande Valor.
Em Alma 2, na guerra com os amlicitas, Mórmon repete a profecia escrevendo, "E aconteceu que muitos pereceram no deserto devido a seus ferimentos e foram devorados pelas feras e também pelos abutres do ar; e seus ossos foram encontrados e amontoados sobre a terra" (Alma 2:38).39
A declaração de que seus ossos seriam encontrados amontoados sobre a terra é um conceito associado com a reunião ou coligação do povo do convênio do Senhor nos últimos dias. A coisa importante a se lembrar aqui é que o povo cujos ossos encontram-se dormentes no solo do Velho Mundo é o mesmo povo que nos deu a Bíblia: "Tu, néscio, que dirás: Uma Bíblia, temos uma Bíblia e não necessitamos de mais Bíblia! Teríeis obtido uma Bíblia, se não fosse pelos judeus?" (2 Néfi 29:6).
Esses ossos que foram amontoados no território olmeca muito seguramente são os ossos daqueles antigos habitantes que nos deram a antiga história do Livro de Mórmon. Morôni, que nos deu o relato dos antigos habitantes que viveram sobre a face deste "país do norte" o qual é um descendente de José do Egito, é representativo daqueles dos quais é dito, " E será como se o fruto de teus lombos lhes clamasse desde o pó; porque lhes conheço a fé. E clamarão desde o pó; sim, clamarão arrependimento a seus irmãos, até mesmo depois de muitas gerações se haverem passado. E acontecerá que seu clamor será ouvido, sim, de acordo com a simplicidade de suas palavras." (2 Néfi 3:19–20).
Os antigos montes olmecas, alguns dos quais têm sido descobertos, revelam o conceito de seus ossos se tornando como montes sobre a terra. Além disso, muitos dos montes olmecas, inclusive o antigo monte de La Venta, Tabasco, serviu como sepultura para antigos reis jareditas, dos quais podemos ler a respeito no livro de Éter e analisar, descobrindo os montes de terra dos olmecas.
Notas:
1. Ver Joseph Lovell Allen and Blake Joseph Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 2nd ed. (Orem, UT: Book of Mormon Tours and Research Institute, 2008), para uma discução mais abrangente a respeito da civilização Olmeca na Mesoamerica.
2. Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 132.
3. Ver Richard A. Diehl, The Olmecs: America’s First Civilization (London: Thames and Hudson, 2004), 13; ver também Éter 10:22–27.
4. Diehl, The Olmecs: America’s First Civilization, 12.
5. Diehl, The Olmecs: America’s First Civilization, 13.
6. Christopher A. Pool, Olmec Archaeology and Early Mesoamerica (Cambridge: Cambridge University Press, 2007), i.
7. Bio for Christopher A. Pool, University of Kentucky, Department of Anthropology,http://www.as.uky.edu/academics/departments_programs/Anthropology/Anthro... (acessado em 10 de Outubro de 2009).
8. A descoberta da pedra é detalhada em Ma. del Carmen Rodriguez Martinez, et al., “Oldest Writing in the New World,”Science 313, no. 5793 (15 de Setembro de 2006): 1610–14.
9. Mike Baldwin, “Cascajal Stone Slab Shows Oldest New World Writing,” October 11, 2006,http://www.memphisgeology.org/ar_cascajal.htm (acessado em 8 de Outubro de 2009).
10. “Oldest Writing in the New World Discovered in Veracruz, Mexico,” http://www.brown .edu/Administration/News_Bureau/2006-07/06-021.html (acessado em 8 de Outubro de 2009).
11. Charles Q. Choi, “Oldest New World Text Found,” http://www.livescience.com/history/ 060914_oldest_writing.html(acessado em 8 de Outubro de 2009).
12. Martinez, et al., “Oldest Writing in the New World,” 1610.
13. Michael D. Coe, America’s First Civilization (New York: American Heritage; Distributed by Van Nostrand, Princeton, New Jersey, 1968), 50.
14. Michael D. Coe, The Olmec and Their Neighbors: Essays in Memory of Matthew W. Stirling (Washington, DC: Dumbarton Oaks Research Library and Collections, 1981), 6.
15. Coe, The Olmec and Their Neighbors, 6.
16. Fernando de Alva Ixtlilxochitl, as translated by Joseph L. Allen in Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 270; ênfase adicionada.
17. Ver a argumentação a respeito da Stela 31 em Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 202.
18. Bernardino de Sahagun, Historia General de las Cosas de Nueva Espana: Florentine Codex, 12 vol., editado e traduzido para o inglês por Arthur O. Anderson e Charles E. Dibble (Santa Fe, NM: The School of American Research and the University of Utah, 1950), 10:187.
19. Wesley D. Stoner, “Tepango Valley Archaeological Survey: Tuxtler Mountains, Southern Veracruz, Mexico,”http://sz0149.ev.mail.comcast.net/service/home/~/A%20Olmec.doc?auth= co... (acessado em 13 de Outubro de 2009).
20. Webster’s New World College Dictionary (Cleveland, OH: Wiley Publishing, 2005), s.v. “isthmus.”
21. Diehl, The Olmecs: America’s First Civilization, 190.
22. Uma pergunta que estou freqüentemente fazendo é a seguinte: Como justificar a viagem dos nefitas através da estreita faixa de terra em um dia e meio conforme declarado em Alma 22:32?
Minha resposta é a seguinte: Eu não posso justificá-la. Os nefitas não viajaram através do istmo em um dia e meio. O Istmo de Tehuantepec (estreita faixa de terra) e a jornada na linha fortificada de um dia e meio são duas declarações diferentes e estão localizadas em duas áreas diferentes. Pontos pertinentes associados a esses assuntos são os seguintes:
• A direção através do Istmo de Tehuantepec é do norte ao sul.
• A direção ao longo da linha fortificada de um dia e meio de viagem de Alma 22:32 é de leste a oeste.
• A distância desde a margem do istmo (estreita faixa de terra) até o topo dele é de quase 160 milhas. De Juchitan a Acayucan, a distância é de 125 milhas. A distância de Desolação até a linha fronteiriça de Abundância (proposta em Tonala) até o Oceano Pacífico (vila de pescadores de Paredon, no Golfo de Tehuantepec—o mar do oeste) é de 12 milhas.
• Sob nenhuma circunstância, qualquer ser humano, inclusive um "super-homem nefita", poderia viajar do Oceano Pacífico, às margens do istmo do Golfo do México até o topo deste istmo, em um dia e meio.
• O propósito da estreita passagem através do istmo era levar o viajante da terra do sul à terra do norte e vice versa.
• O propósito da linha de fortificação de 12 milhas que corre de leste a oeste era impedir que os lamanitas entrassem em Zarahenla ou na terra do norte.
• Uma linha fortificada no istmo não impediria que lamanitas que viessem da Guatemala entrassem em Chiapas (terra de Zarahenla). Tal fortificação no istmo seria de uma centena de milhas mais adiante para o oeste.
23. Gareth W. Lowe, Thomas A. Lee Jr., and Eduardo Martinez Espinosa, Izapa: An Introduction to the Ruins and Monuments, Papers of the New World Archaeological Foundation, No. 31 (Provo, UT: New World Archaeological Foundation, Brigham Young University, 1982), 1.
24. Stefan Lovgren, “Ancient City Found in Mexico; Shows Olmec Influence,” National Geographic News, January 26, 2007,http://news.nationalgeographic.com/news/2007/01/070126-mexico-olmec.html (acessado em 11 de Outubro de 2009).
25. Diehl, The Olmecs: America’s First Civilization, 13.
26. Ignacio Bernal, El Valle de Oaxaca: Guia Official (Mexico: Instituto Nacional de Antropologia e Historia, 1992), 13–15.
27. Diane E. Wirth, Parallels, Mesoamerican and Ancient Middle Eastern Traditions (St. George, UT: Stonecliff Publishing, 2003), Introdução.
28. Wirth, Parallels, Mesoamerican and Ancient Middle Eastern Traditions, Introduction.
29. Michael D. Coe, The Maya, 4th ed. (New York: Thames and Hudson, 1987), 45.
30. Coe, The Maya, 45.
31. Don Fernando de Alva de Ixtlilxochitl, in Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 268.
32. Bruce W. Warren and David A. Palmer, “The Jaredite Saga,” manuscrito inédito em posse do autor; ver também Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 132.
33. Simon Martin and Nikolai Grube, Chronicle of the Maya Kings and Queens: Deciphering the Dynasties of the Ancient Maya (London: Thames and Hudson, 2000), 17.
34. Martin and Grube, Chronicle of the Maya Kings and Queens, 159.
35. Coe, The Maya, 90.
36. See statement by Ixtlilxochitl in Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 268.
37. John E. Clark and Mary E. Pye, as quoted by Diehl, The Olmecs: America’s First Civilization, 132.
38. Ver Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 117–18, 668.
39. Ver Allen and Allen, Exploring the Lands of the Book of Mormon, 583–86 for detalhes.
Ótimo texto, parabéns pela tradução, isso tem um valor histórico enorme.
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