Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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sábado, 25 de julho de 2020

OPINIÃO - Jornada Marítima dos Jareditas ao Novo Mundo

Jornada Marítima dos Jareditas 
ao Novo Mundo

Richard Rothery,rtd.



Seus pensamentos e suposições a respeito da viagem dos Jareditas são baseados em realidades e necessidades exigidas por um oceano implacável em viagens de navio em alto mar e em sua própria e extensa experiência e conhecimentos.

Qualquer jornada seja por terra, mar ou ar... Mesmo nossa jornada através da mortalidade, requer cuidadoso planejamento para que seja terminada com sucesso.

Enquanto lia o livro de Éter, no Livro de Mórmon, vi no capítulo 1 que Jarede e sua família, bem como alguns outros, saíram e foram altamente favorecidos pelo Senhor e sua linguagem não foi confundida no tempo da grande torre de Babel. (Éter 1:33-35)

Eles tinham grande fé e clamaram ao Senhor para que os guiasse. Ele prometeu-lhes que o faria por causa da sua grande fé e das suas orações….

O Senhor disse-lhes para que fossem a um vale ao norte. Lá Ele os encontraria e falaria a eles, e os guiaria a uma terra escolhida entre todas as do mundo...  (Éter 1:35-43)


Éter capítulo 2 fala como eles seguiram a direção dada pelo Senhor até o Vale de Ninrode e lá receberam mais instruções de para onde deveriam ir.

Se fosse para escapar de algum lugar, eu seguiria por uma direção qualquer e, tirando possíveis perseguidores da minha pista, daria meia-volta e então seguiria para a direção menos esperada.

"…para aquela parte onde o homem nunca estivera…" (Éter 2:5) Para mim, a estratégia do Senhor foi brilhante.

O versículo 6 diz que eles construíram barcos para atravessar muitas águas. O versículo 7 indica que eles não pararam em nenhum lugar ao longo do caminho, apenas o necessário, e continuaram em direção à terra prometida onde estariam livres do cativeiro, enquanto servissem ao Senhor Seu Deus.

O versículo 13 diz que eles chegaram junto ao grande mar num lugar que chamaram de Moriancumer, onde construíram seus barcos.

O versículo 14 diz que o Senhor repreendeu o irmão de Jarede por ele não ter se lembrado de invocar o seu nome como devia. Ele arrependeu-se e o Senhor o perdoou, mas advertiu-o para que não se esquecesse novamente, ou o Espírito não lutaria com eles.

Eles construíram ‘barcos’ similares aos que já haviam construído antes... (versículo 16) pequenos e rápidos sobre a água... (versículo 17) muitíssimo ajustados como um vaso, e o comprimento era o de uma árvore (aproximadamente 22 a 30 m)

Pequenas pedras foram fundidas como vidro para dar luz ao interior dos barcos.  Depois de preparar as pedras, providenciaram comida e água para si, bem como para os animais que levariam. Depois de carregados os barcos, eles entraram a bordo e partiram…confiando-se ao Senhor seu Deus. (Éter 3:1, 5:4).

O Senhor fez com que o vento soprasse sobre as águas e os levasse em direção à terra prometida (i.e. o vento e as correntes resultantes) (Éter 6: 5-8)

Eles não cessavam de cantar louvores ao Senhor... dia e noite (versículo 9).

E assim eles foram impelidos sobre as águas durante trezentos e quarenta e quatro dias, não contando as escalas (versículo 11).

 De acordo com a prática dos construtores, os barcos (não navios) seriam construídos com extrema integridade com respeito à força, impermeabilidade, estabilidade, conforto, condições de ventilação (aberturas superiores) descarte de resíduos (aberturas no fundo), estoque de alimentos secos, (no fundo), água (em ambos os lados e talvez nas extremidades, a fim de evitar tombamento e inclinação. Isto representaria  mais conforto e segurança para os viajantes.

A maioria das pessoas a quem eu perguntei a respeito de ‘aberturas no fundo’, sugeriram que elas serviriam para o caso de eles virarem. Bem, se era esperado que os barcos virassem, eu não gostaria de estar a bordo. Imagine que bagunça! Isto sem mencionar os danos e até a perda de vidas.

Não, a abertura no fundo seria como um poço estendendo-se acima do nível da água e abaixo, por onde os resíduos poderiam ser removidos, para dissipar-se no mar através do fundo. Se tivessem linha, redes ou arpões, eles poderiam também capturar muitos peixes no fundo deste "poço". Os peixes são sempre atraídos aos cardumes sob os navios quase estacionários. Eles gostam de alimentar-se dos crustáceos grudados no fundo do casco. Tais aberturas são comuns em alguns barcos de pesquisa marinha hoje em dia, para diferentes propósitos. Neste caso, é um método muito inteligente para descarte dos resíduos, dado que o acesso a uma abertura descoberta seria algo bastante perigoso, como em tempos tempestuosos. Certamente que ela seria reforçada, bem como essa abertura à prova d'água. Lembremos que estes barcos foram construídos segundo os propósitos e especificações que eram excelentes para os materiais disponíveis.

Isso é melhor que o Lloyds A1.

Ar fresco seria captado através de uma forte vela de madeira como uma superestrutura acima no convés do navio, em direção a uma ou mais aberturas na parte dianteira do barco, enquanto que a exaustão do ar poluído seria feita através de outras aberturas posteriores.

Água da chuva (em condições de mar calmo) poderia ser coletada em tanques construídos em forma de asas na lateral do barco, ao escorrerem pela curvatura do convés. Tampas poderiam ser abertas de dentro ou de fora depois de inicialmente lavados, e então fechadas antes que a água do mar espirrasse ou escorresse para o convés, assegurando assim seu reabastecimento com água fresca.

Duas pedras para providenciar luz para o interior do barco ajudariam de muitas maneiras, inclusive na manutenção da sanidade. Tais luzes poderiam ser inestimáveis nas noites muito escuras para manter os outros barcos à vista.

Um barco enquanto levado pelo vento deve ser mantido de popa no mar, ou pode ser virado numa tempestade. Isto pode ser conseguido arrastando uma a âncora na parte de traz do barco e por uma superestrutura dianteira agindo como uma vela (assim como para captar e enviar ar fresco para as aberturas). Uma vela de tamanho moderado, eu diria de uns 60 ou 90 centímetros seria grande o suficiente para essa finalidade (a velocidade sobre o solo poderia ser mantida pelas correntes e pelo vento).

Os barcos também podem ser guiados de dentro. Por que não pelos mais modernos estilos de lemes construídos sobre fusos, com um poste de leme que passa pelo casto, ligado a um timão, como nos antigos navios Europa; mas operados debaixo do convés, o que evitaria a necessidade de uma cabine elevada para o piloto.

Entretanto, o leme poderia somente ser necessário se a âncora  fosse perdida, (o cabo de reboque pode arrebentar) e o barco começaria a fazer-se rápido sobre a água. Neste caso se tornaria necessário pilotar até que pudessem fazer outra âncora. O piloto poderia sentir quando a popa estava ao mar e pilotar para mantê-la assim. A âncora manteria a popa ao mar com ou sem o leme... Ninguém entre eles conhecia navegação exceto o Senhor, e não havia nenhum mapa para indicar o curso a seguir. Simplesmente deixavam o Espírito os guiar. O Senhor os conduzia na direção certa.

Certamente a comunidade científica poderia olhar com desconfiança para esta ideia!!!

Como eram pequenos, esses barcos poderiam ser movidos a remos para portos intermediários, para reabastecimento de estoques. Remos e velas podiam ser alojados em prateleiras no convés. Isto levanta outra questão. Eles podiam ter apanhado uma ou duas pessoas nesses portos intermediários, dos quais se tornaram amigos, que ficariam entusiasmados com a ideia de ir para uma nova terra da promissão. Dizem que os asiáticos remontam pelo menos a seis mil anos antes de Cristo. Se convertidos, eles podem ter desejado juntar-se aos jareditas. Eu ouvi que a linguagem de alguns índios americanos tem influência chinesa.

Éter 6: 11 declara que eles viajara  no mar por 344 dias. Isto se encaixa perfeitamente com minha teoria de que eles viajaram da Arábia contornando a Índia, através da Baía de Bengala para o estreito de Málaca, passando por Singapura, indo até o mar da China, passando pelo Japão com a corrente de Kuro Shio através do Pacífico Norte até a costa oeste na corrente da Califórnia até a Califórnia ou o México, percorrendo uma distância de 12.300 quilômetros a 1.45 nós, que poderia ser a velocidade média sob tais condições. É tecnicamente factível, e se eu fosse mais jovem com fundos suficientes, gostaria de comprovar isto.

Esta rota tem os ventos prevalecentes e as correntes necessárias durante um certo período do ano para torna essa viagem possível. É assombroso que uma pessoa com a instrução secular que Joseph Smith recebeu possa determinar um período de tempo tão acuradamente para tal viagem sem que o faça por revelação.

A maior parte do tempo as condições do mar seriam moderadas. Apenas ocasionalmente eles poderiam experimentar condições de tempo tempestuoso. Em meus mais de 40 anos de experiência no mar, isto soa como algo empolgante e convidativo. Recentes viagens de botes através do Atlântico e Pacífico tem provado a praticabilidade de uma viagem como esta.

Éter 2: 6  diz que eles “... atravessaram muitas águas, sendo continuamente dirigidos pela mão do Senhor". Em outras palavras, eles foram para onde ele os dirigiu. Os barcos jareditas eram ‘barcos’, os quais normalmente não têm velas, mas podem ter superestruturas que poderiam dar navegabilidade e adequadamente impeli-los junto com o vento e as correntes, num tipo de velejamento. Eu não gosto da ideia de velas de tecido nestes barcos, pois elas poderiam ser rasgadas por rajadas violentas de vento ou mesmo fazer com que os barcos emborcassem ou poderiam danificar a estrutura. As velas poderiam ser lançadas ao mar, bem como o piloto, se ele estivesse no lado de cima do barco, então não haveria retorno para eles. Eles estavam no convés de barcos tão fechados como um vaso.

Em 1 Néfi 18:22 diz que o barco de Néfi era guiado (dirigido) e no versículo 23 diz que eles ‘navegaram’ para a terra prometida. Navegar teria exigido navegadores experientes. Eles foram dirigidos pelo Senhor e pela bússola, para manter -se no caminho. Portanto, há uma possibilidade mínima de que eles possam ter viajado ao redor do cabo contra a corrente, atravessado o Atlântico, mas eu duvido disso. O Senhor pode ter desejado que eles desembarcassem nas terras ao leste, e os jareditas a oeste. Mas na sua chegada o povo de Leí encontrou muitas vacas, bois, asnos, cavalos, cabras, etc. (1 Néfi 18:25) Estes animais poderiam ser descendentes daqueles que os jareditas levaram até a costa oeste.

A água poderia ser a parte mais pesada da carga, mas ela poderia estar contida em tanques embutidos. Para reduzir o balanço e inclinações, estes tanques poderiam ser construídos ao longo da lateral dos barcos, e possivelmente nas extremidades também. Isto elevaria o centro de gravidade atingindo peso e aumentando o período de rolagem, para mais conforto. Isto também reduziria as tensões nas prateleiras transversais na estrutura do barco.

A parede lateral do convés estaria a quase 40 centímetros acima do porão. Qualquer coisa mais alta do que isto poderia reduzir a altura das cabines dessas pessoas de alta estatura. O depósito de comida poderia ser cercado bem na popa com aberturas para ventilação ou treliças superiores, assegurando poucas chances de poluir o ar das pessoas.

As cabines poderiam ser de quase 2,10 ou 2,40 m de altura. Esta distribuição de peso (um dos meus assuntos favoritos) asseguraria que o conforto seria otimizado.

A moderada guarnição na popa ajudaria a manter a popa do barco na direção do vento e na água, criando mais navegabilidade e especialmente seria útil quando estivessem diante de uma onda. Ela também asseguraria que a água suja do porão escoasse pela popa através buracos feitos no assoalho (isto é, por forças transversais difusoras no fundo da estrutura) para ser retirada e jogada fora pelas aberturas de baixo, bem como todos os outros resíduos. Limpeza e organização são altas prioridades.

Cada barco poderia medir aproximadamente de 23 a 35 metros de comprimento, 4,60 a 6,10 m de largura, e de 2,50 a 3 m de altura, com pontas altas em ambas as extremidades a fim de prover flutuabilidade suficiente para passar pelas ondas e com segurança.

Uma superestrutura para prover navegabilidade se estenderia a quase a 3 ou 4,5 metros acima do convés,  pouco adiante dos buracos feitos para a ventilação.

Esta superestrutura teria que dar em ambos os lados, pois captaria melhor e aumentaria a intensidade do ar para as aberturas de ventilação. Todas essas aberturas seriam providas de tampas dobradiças à prova d'água, fechadas por dentro.

A amarração da estrutura dos barcos poderia ser feita com o uso de pregos de madeira e tiras de couro, como as que foram usados na construção do telhado do Tabernáculo de Salt Lake.

Os tanques de água poderiam ser de aproximadamente 90 cm de largura por 2,15 m de profundidade com torneiras de madeira no fundo para drenagem da água. Estes tanques poderiam conter aproximadamente 53 mil litros de água e também assegurar que as taboas das paredes laterais permanecessem ajustadas. Anteparos intermediários com pequenos furos no fundo feitos em cada tanque evitariam problemas de estabilidade por causa de ondas no interior desses tanques (efeito de superfície livre).

Algumas passagens ou válvulas poderiam ser construídas na base de cada compartimento entre os tanques, para controlar a quantidade de água em cada um deles. Por exemplo, o tanque dianteiro número 1 de cada lado poderia estar cheio o suficiente para controlar uma boa posição da popa, pois cada um desses tanques poderia conter quase 10 toneladas de água fresca. Aquelas válvulas poderiam ser feitas de metal. Tal tarefa não estaria além daquilo que estas pessoas poderiam ter sido instruídas pelo Mestre. Muito sofisticado?
Não para o Mestre.

O convés teria uma curvatura, os lados verticais, o fundo quase plano, porões arredondados. Cabines interiores quadradas, divididas para assegurar privacidade, segurança e separação entre pessoas e animais. Tudo numa bela e confortável distribuição. A mais longa distância percorrida para o reabastecimento de comida seria através do Pacífico, do Japão a Oregon, eu diria umas 12 semanas ou quase 5.600 km. Frutos do mar no jantar quase toda noite.

Como sua navegação estaria completamente nas mãos do Senhor, eles não se preocupariam em encalhar.

Certamente eles experimentariam ocasionalmente alguns mares tumultuosos, mas isto seria de duração limitada e providenciaria alguma emoção. Depois de uns poucos dias no mar, mesmo os estômagos mais delicados se acostumariam com o movimento do barco. Estas pessoas não teriam ideia de que direção seguir nem a que distância, sem mapas… eles estavam completamente nas mãos do Senhor e, portanto eles sobreviveriam de acordo com a sua fé individual e coletiva, bem como com suas boas obras. Disciplina e designações diárias seria importante. Como nós acreditamos em sermos guiados espiritualmente, não temos dificuldade em acreditar que todas essas coisas poderiam ser colocadas em prática e que são perfeitamente possíveis. Por outro lado, aqueles que acreditam que a espiritualidade é estranha às suas análises científicas, nunca acreditariam que fosse possível. Pobres almas.

Eles navegaram através do equador leste ou oeste? Definitivamente não!
Eu estive navegando na Internet entre os viajantes e percebi que os críticos do Livro de Mórmon não têm experiência pessoal e estão confiando na interpretação acadêmica, que pode ser boa ou má, dependendo da fonte e das intenções.

Apenas penso como seria factível, possível, provável e quão emocionante poderia ser se nós vivêssemos com estas atitudes que os jareditas demonstraram. Apenas tendo fé no Senhor Jesus Cristo, empenhando-se diligentemente para guardas os mandamentos e leis que Ele lhes deu, fazer o trabalho tão bem quanto eles podiam e deixar o resto aos Seus cuidados, gozando o passeio. É verdade. Se você duvida, apenas tente, e verá. Ele não falha com aqueles que colocam sua confiança nEle e trabalham duro para permanecer na direção que Ele mostra. Além de tudo, por que nós somos pessoas tão felizes? Leia Moroni 10: 3-5.

Ass. Captitão Richard Rothery, rtd.

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