Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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31 julho 2013

LINGUÍSTICA - Egípcio Reformado: "Na Língua de Meus Pais"

2ª DE QUATRO PARTES



Richard G. Grant.

© Copyright 1999
Tradutor Elson C. Ferreira – Curitiba/Brasil – Julho/2013

·       Conclusão
·       Referências


Qual é a Conexão Entre O Livro de Mórmon e o Idioma Egípcio?

Néfi diz:

Sim, faço um registro na alíngua de meu pai, que consiste no conhecimento dos judeus e na língua dos egípcios.” (1 Néfi 1:2).

Por que o egípcio é aqui identificado por Néfi como a linguagem de seu pai? Poderíamos esperar que a linguagem de Leí fosse o hebraico. Certamente, sugere Morôni, alguns milhares de anos depois de Leí que o hebraico era a linguagem falada do povo nefita.
Atualmente sabemos que o relacionamento cultural entre Israel e Egito era bastante estreito. O egípcio era a linguagem da cultura e conhecimento. Desse modo é postulado que Leí, obviamente um homem rico e instruído, seria fluente [no idioma] egípcio. Além disso, com o passar dos anos tem sido arguida a teoria de que Leí poderia ter sido um comerciante e como tal teria sido muito mais envolvido no então existente comércio entre Israel e Egito. Tudo isso pode ser completamente verdadeiro, e parece ser apoiado pela familiaridade de Leí com as viagens pelo deserto, sua habilidade de apenas pegar [suas coisas] e ir com pouca preparação, e até mesmo pela designação [que deu] a seus filhos.

Observe os agrupamentos:

Laman e Lemuel, seguidos por:

Dois nomes egípcios, Néfi e Sam, então: 

Dois nomes hebraicos, Jacó e José

Nibley sugere a possibilidade de um relacionamento entre os nomes de Lamã e Lemuel com a tribo de Manassés. Haveria três pares de filhos representativos de cada período específico da vida de seus pais?
 
Sim, Leí era [um homem] instruído e pode ter sido comerciante e viajante, mas isto não responde todas as questões que podemos levantar a respeito de sua associação com o Egito. A hipótese do comerciante dá boas razões para Leí conhecer [o idioma] egípcio, mas Néfi chama o egípcio de “a língua de meus pais”. Além disso, o Rei Benjamim disse a seus filhos:

“Porque não teria sido possível a nosso pai, Leí, lembrar-se de todas estas coisas para ensiná-las a seus filhos, se não fosse pelo auxílio destas placas; pois tendo ele sido instruído no aidioma dos egípcios podia, portanto, ler estas gravações e ensiná-las a seus filhos, para que assim eles pudessem ensiná-las a seus filhos, cumprindo desta forma os mandamentos de Deus até o presente.” (Mosiah 1:4).

Benjamim diz que as Placas de Latão foram escritas em egípcio! Por que foram escritas em egípcio? Eram escrituras hebraicas! Deveriam ter sido escritas em hebraico.

A palavra de Deus conforme registradas nestas placas era muito importante e foram necessários grande esforço com a divina intervenção para obtê-las. Mas, por que essa cópia em particuar das escrituras era tão importante? Leí era um homem rico, um líder na comunidade, um profeta. Leí já não poderia ter sua própria cópia das escrituras? Néfi nos dá uma dica quanto à natureza especial e a importância desta cópia de registros sagrados, [as Placas de Latão]. Ele explica:

E eis que é sábio para Deus que obtenhamos esses aregistros, para que preservemos para nossos filhos o idioma de nossos pais.” (negrito adicionado,1 Nephi 3:19).

“O idioma de nossos pais”. Poderia Néfi estar dizendo algo diferente de “o egípcio era o idioma dos nossos pais”? Lembremos que a declaração inicial de Néfi concernente à linguagem identifica o egípcio como o idioma de [seu pai] Leí.

Quanto às Placas de Latão, O Livro de Mórmon não diz nada a respeito da sua origem e bem pouco sobre sua história. Nossa única dica novamente vem das observações de Néfi:

Labão também era descendente de aJosé, razão por que ele e seus antepassados haviam mantido os registros [as placas de latão]. (1 Nephi 5:16).



Néfi não está dizendo que estas Placas de Latão eram uma cópia de Escrituras que foram mantidas pelos descendentes de José. Robert Millet especula que elas podem ter sido guardadas pela tribo de Efraim.(2) O Irmão Millet continua: “Em sugestão de como é que as famílias de Efraim e Manassés [das quais Leí e Ismael eram descendentes) vieram se estabelecer em Jerusalém, Sidney B. Sperry escreveu:

“O Reino do Norte de Israel caiu diante dos assírios quando sua capital de Samaria capitulou a Sargon II em 722 a.C. Os ancestrais de Labão podem ter fugido para Jerusalém para impedir que os sagrados registros caíssem em mãos estrangeiras. O avô ou o bisavô de Leí pode ter deixado sua casa no norte [e vindo] para Jerusalém a fim de evitar que seus filhos se casassem e fizessem compromissos religiosos com estrangeiros, [compromissos esses] trazidos para a terra através dos assírios (43-44).”

John Sorenson, num interessante estudo da língua na Mesoamérica, sugere que o registro nas Placas de Latão pode ter começado com José do Egito.(3) Lembremos [que] a esposa de José era egípca, seu idioma e sua cultura eram egípcios, e seus filhos Efraim e Manassés eram egípcios. Seria natural para esta família desejar uma cópia de sua sagrada história escrita em egípcio. Nosso atual registro bíblico começa com os escritos de Moisés, mas não significa que não [possam ter sido] escritos no tempo de José. Uma vez que esse registro egípcio foi começado, teria sido natural para os descendentes de José continuarem a manter seu registro naquele que para eles havia se tornado o idioma da Escritura. Talvez, para estes descendentes de José, o egípcio fosse até mesmo mais do que o idioma da escritura. Néfi diz que era “o idioma de nossos pais”.



Como o egípcio das Placas de Latão se comparava com o egípcio reformado das Placas de Néfi?

Pelo menos no tempo de Morôni [essas duas linguagens escritas] devem ter sido diferentes. Morôni diz que era chamada de “reformado” porque eles haviam alterado os caracteres. Esta linguagem escrita seria a mesma linguagem escrita de Leí e Néfi? Mil anos haviam se passado e Morôni diz que eles haviam alterado tanto o idioma egípcio quanto o [idioma] hebraico. Grandes alterações tomam lugar na linguagem em apenas algumas centenas de anos. Seria provável que Néfi e Morôni tenham escrito em linguagens muito diferentes, até mesmo com caracteres diferentes. De qualquer modo, talvez o registro de Néfi não fosse em egípcio reformado. Seria lógico que ele fosse na linguagem da Escritura que Néfi encontrou nas Placas de Latão.

Ao mesmo tempo, parece óbvio que Morôni não escrevia numa escrita confortável e familiar. Ele está constantemente preocupado com “imperfeições” neste registro escrito (Mórmon 8:17; 9:31, 33; Éter 12:23-25). Que Morôni não está expressando uma inadequação em sua habilidade para formular seus pensamentos em palavras é deixado claro:

E se nossas placas tivessem sido suficientemente grandes, teríamos escrito em hebraico; mas o hebraico também foi alterado por nós; e se tivéssemos escrito em hebraico, eis que nenhuma imperfeição encontraríeis em nosso registro.” Mórmon 9:33).

Sua preocupação parece ser especificamente esta: a linguagem na qual Morôni devia escrever talvez não [lhe] fosse familiar e fosse aparentemente de difícil gravação. Era a sua habilidade em escrever (gravar) neste egípcio reformado, a dificuldade de evitar erros e de fazer o registro claro e inteligível [que] parece ter sido o centro das preocupações de Morôni.

Teríamos hoje alguma cópia desses caracteres em egípcio reformado do Livro de Mórmon? Pode ser que sim. Pretende-se que um documento conhecido como o “Transcrito de Anthon” seja uma cópia.

CONTINUA NA PRÓXIMA SEMANA

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