Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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09 janeiro 2012

LINGUÍSTICA - O Egípcio Reformado e O Livro de Mórmon


Fonte: Ancient America Foundation - http://www.ancientamerica.org

John Tvedtnes


Tradutor: Elson Carlos Ferreira – Curitiba/Brasil – Janeiro/2012

Uma das coisas que têm me fascinado através dos anos veio à minha atenção aproximadamente em 1969-70. É o uso de caracteres egípcios para escrever textos em hebraico ou outras linguagens relacionadas.

O hebraico é parte da família de linguagem chamada de noroeste semita. Na realidade, o hebraico, cananita, fenício, moabida, edomita e amonita são todas basicamente a mesma linguagem com diferenças dialéticas, tais como o uso de sotaque ou palavras um pouco diferentes. As linguagens cananitas são as mesmas que o hebraico, escritas no mesmo alfabeto. Os cananitas e israelitas podiam conversar uns com os outros.

Em Mórmon 9: 32-34, lemos uma declaração de Moroni a respeito de usar o egípcio reformado. Ele diz que também conheciam o idioma hebreu.

Em 1 Néfi 1:2, Néfi diz:

Sim, faço um registro na alíngua de meu pai, que consiste no conhecimento dos judeus e na língua dos egípcios.”

Isto sempre me faz pensar que, na realidade, o que temos aqui provavelmente seja uma combinação de coisas. Podemos ter o idioma hebreu escrito em caracteres egípcios ou uma mistura de ambos. Como se vê, ambas as hipóteses são possibilidades.

Na realidade, o idioma egípcio tem três sistemas de escrita, cada um dos quais distinguido por nomes dados em grego:

1 – O primeiro sistema, que você indubitavelmente já deve ter conhecimento são os hieróglifos, que é a escrita sagrada que usa desenhos de pássaros, animais, seres humanos, várias partes do corpo, móveis domésticos e coisas da natureza. Usava-se esse sistema principalmente para gravar em pedra, apesar de que podemos encontrá-lo também em pergaminho e papiro.
Fonte: Wikipedia - Neste texto, que deve ser lido da esquerda para a direita, está escrito:
 Palavras ditas por Osíris: grande rainha, perante Osíris. Nefertari, amada de Mut

2 – O segundo sistema é uma forma cursiva chamada hierática, que significa “sagrada.” O hierático é um pouco parecido com o hieróglifo, mas é uma maneira mais rápida de escrever, então alguns textos podem ficar com sentido obscuro em nossos dias, se não estudarmos ambos os sistemas.

Fonte: Wikipedia - Escrita hierática: o Papiro Ebers.

Uma forma bem mais comum e abreviada de escrita egípcia é o sistema chamado demótico, que significa “popular”. Veio ao uso aproximadamente em 800 a.C. Portanto já estava em uso algo em torno de 200 anos antes do tempo de Leí.
Fonte: Wikipedia - Ostracon com inscrição demótica da dinastia Ptolemaica, c. 305-30 a.C. Provavelmente de Tebas. É uma oração ao deus Amunto que cura a cegueira de um homem.

A propósito, todos os textos antigos escritos em Israel, seja judeu ou israelita (norte), usavam caracteres egípcios como numerais.

Fonte: Wikipedia - Esta cena foi copiada pelo egiptologista alemão Lepsius. Mosta a contagem de um rebanho. No registro do meio vemos 835 animais com chifres na esquerda, atráz estão 220 animais (vacas?) e na direita 2235 cabras. Ao fundo vemos 760 jumentos na esquerda e 974 cabras na dieita.

Apesar de que o alfabeto hebraico ter 22 caracteres, quando escreviam numerais eles usavam caracteres egípcios. Isto tem sido conhecido desde o Século IX a.C. O que é mais surpreendente é que há, de fato, textos que têm sido encontrados que são em hebraico ou em alguma linguagem relacionada que são escritas com caracteres egípcios e não com caracteres hebraicos.
Fonte: Wipipedia - Nota: A leitura correta é da direita para a esquerda. Ou seja: Aleph, Bet, Gimel, etc.
א
ב
ג
ד
ה
ו
ז
ח
ט
י
כ
ך
ל
מ
נ
ס
ע
פ
צ
ק
ר
ש
ת

 Ilustremos desta maneira:

Eu posso escrever uma palavra hebraica em inglês para que você possa reconhecê-la, mas esta não seria a maneira que se escreveria em Israel. Se eu fosse escrever a palavra shalom (que significa “paz”) em hebraico, eu usaria letras hebraicas. As letras inglesas não pertencem ao alfabeto hebraico, mas ainda podemos usá-las para representar palavras hebraicas.

O mesmo é verdadeiro quanto aos textos que usam caracteres egípcios representando palavras hebraicas. Por exemplo, existe o London Magical Papyrus, do Século XIV a.C, encontrado no Egito; e o Harris Magical Papyrus encontrado no século seguinte; o Papyrus Anastasia I, também encontrado no Século XIII a.C; e o Ostracon no Museu do Cairo (No. 25759), do Século XI a.C.
Papyrus Anastasia 1 - AN433725001
© The Trustees of the British Museum (Os Tesouros do Museu Britânico)
Departmento: Egito Antigo e Sudão

Todos eles têm textos escritos com caracteres egípcios.  Se você conhece o idioma egípcio, pode pronunciá-los, mas não saberia o que significam porque não são palavras egípcias. Se você soubesse o idioma hebreu, não poderia ler os caracteres porque não são caracteres hebraicos. Assim, teríamos que conhecer ambos os idiomas a fim de sermos capazes de ler o sistema de escrita que era usado, bem como a própria linguagem. Isto explica porque o Rei Benjamin precisava ensinar o idioma egípcio aos seus filhos; porque eles tinham que entender aquele sistema de escrita e a forma de lidar com os registros que haviam sido começados por Néfi, numa imitação das Placas de Latão, que nos é dito (em Mosias 1: 2) também terem sido escritas nesta forma egípcia:

“E aconteceu que ele tinha três filhos; e dera-lhes os nomes de Mosias e Helorum e Helamã. E fez com que fossem ainstruídos em todo o bidioma de seus pais, para que assim se tornassem homens de entendimento; e para que soubessem das profecias que haviam sido feitas pela boca de seus pais e que lhes foram entregues pela mão do Senhor.” 

(Nota do tradutor: Ou seja, ...profecias que foram ditas pelos antigos profetas hebreus e que constavam nas Placas de Latão (parte da Bíblia atual), as quais foram entregues pelo Senhor a Néfi e seus irmãos, de forma milagrosa, no episódio em que Labão foi morto com sua própria espada pela mão de Néfi, por mandamento divino).  

O que isto demonstra é que havia escribas egípcios que eram suficientemente hábeis nas linguagens semíticas, no hebraico e no canaanita, para que fossem capazes de transliterar usando seu próprio sistema de escrita. Entretanto, também há escritas similares da antiga Israel em que textos em hebraico empregam caracteres egípcios. O primeiro exemplo vem de um lugar chamado Arab, que fica a aproximadamente 30 Km ao sul-sudeste de Jerusalém.

Ostrakon de Cimon, um estadista ateniense mostrando seu nome.

Fonte- Wikipedia: Óstraco ou óstracon (em grego: όστρακον, ostrakon, plural όστρακα, ostraka) é um fragmento de cerâmica (ou pedra), normalmente quebrado de um vaso. Em arqueologia, os óstracos contêm por vezes palavras ou outras formas de escrita gravadas que podem se constituir em indícios da época em que a peça era usada. O termo advém do grego ostrakon, que significa concha ou fragmento de cerâmica, usado como cédula de votação. Na Grécia Antiga, o público eleitor escrevia ou gravava o nome de uma pessoa num fragmento de cerâmica para decidir se ela deveria ser banida, donde o termo "ostracismo"

Várias castas em hebraico escritas em óstracon  foram encontradas nesse local em 1965 datando de entre 598 e 587 aC. Naquele mesmo ano foi encontrado um óstracon que tem caracteres egípcios puramente hieráticos e palavras egípcias também. Dois anos mais tarde, óstracon tendo uma combinação de hebraico e egípcio foi desenterrado.

Ele é um texto e então uma transliteração do mesmo texto em outra linguagem. A informação foi escrita em ambos os conjuntos de caracteres. Há 17 palavras nele. Destas, sete são escritas com letras hebraicas e dez são escritas com caracteres egípcios, mas o próprio texto é egípcio. Mesmo as palavras escritas com letras hebraicas são palavras egípcias, e não hebraicas.  

Nos anos de 1970, escavações no norte do Sinai, conhecidas pelos israelitas como Kadesh-barnea, onde os israelitas tiveram seu principal acampamento durante o êxodo, vários óstracons dos Séculos VI e VII a.C. foram encontradas. Alguns deles eram apenas exercícios de escribas. Um é texto hierático incluindo uma coluna de caracteres egípcios e cinco colunas de números.

Kadesh-barnea
Esta área provavelmente seja onde os israelitas acamparam a maior parte dos seus 40 anos no deserto.

Misturados com estes há alguns caracteres hebreus, incluindo a palavra hebraica para “1000”, que é encontrada três vezes no óstracon. A palavra hebraica para “shekel” aparece 22 vezes.


Fonte: Wikipedia - Shekels de prata cunhados em Jerusalém durante a primeira revolta judaica contraRoma em 68 d.C. Anverso: "Shekel Israel: Ano 3". Reverso: "Jerusalém a sagrada"

Há um óstracon com três colunas de números; a coluna da esquerda tem a palavra hebraica para a menor medida de peso em uso na época imediatamente seguida de um numeral egípcio hierático. O interessante é que todos eles estavam em uso no tempo de Leí.

Fonte: Wikipedia - Siclo de Cartago, por volta de 310-290 a.C.

Fonte: Wikipedia - Shekel (shequel, em hebraico: שקל, plural shekels, sheqels, sheqalim, em hebraico: שקלים‎), ou siclo em português, refere-se a uma das mais antigas unidades de peso, utilizada posteriormente como nome da moeda corrente do povo israelita. A primeira utilização é da Mesopotâmia, cerca de 3000 a.C. Inicialmente, ela pode ter se referido a um peso de cevada (a primeira sílaba "she" era o acadiano para cevada). Este shekel possuía cerca de 180 grãos (11 gramas).

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