Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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02 novembro 2011

ANTROPOLOGIA - Como os Nefitas se Vestiam?


Por George D. Potter  



Tradutor: Elson C. Ferreira - Novembro/2011 - elsonferreira@gmail.com
de.jerusalem.as.americas@gmail.com

A estatueta abaixo representa um possível exemplo de como os nefitas se vestiam. Quando os espanhóis chegaram no Peru, eles ficaram surpresos ao ficar sabendo que os incas se vestiam conforme a maneira dos antigos gregos e romanos.




 
Os conquistadores espanhóis não teriam se surpreendido se soubessem que os incas são candidatos ao povo nefita, que teve sua origem na terra de Jerusalém no sexto século antes de Cristo. Durante aquela era, a cultura prevalecente e a maneira de se vestir entre os israelitas ricos era a grega.

 
Enquanto a maioria dos artistas tendem a representar a família de Leí vestindo um o tipo de roupa beduína, essa idéia provavelmente não é acurada. Por exemplo, a figura acima está num mural das ruínas de Fez, no sul da Arábia. O mural data de aproximadamente 500 antes de Cristo e atualmente está em exposição no Museu Nacional de Riyadh, Arábia Saudita. O estilo de túnica grega e adornos de cabeça são aparentes, ilustrando a influência da cultura grega entre as classes ricas e nobres tão distantes da Grécia quanto a Arábia.
Os povos peruanos pré colombianos usavam túnicas, faixas e adornos de cabeça, capas e sandálias de couro. 

O historiador  John Hemming descreveu as roupas incas da seguinte forma:


Suas roupas eram, uma para uso diário e outra para festas... Os homens vestiam uma túnica  branca sem mangas, algo parecido como uma saca reta com aberturas para a cabeça e os braços, pendendo quase até os joelhos: isto lhes dava a aparência de romanos ou de pagens medievais. Sobre a túnica eles usavam uma grande capa retangular feita de lã marrom amarrada através do peito ou num dos ombros. As mulheres vestiam uma túnica com cinto, longa até o chão, mas com uma fenda para expor as pernas ao caminhar... Ambos os sexos  andavam descalços ou usavam um par simples de sandálias, amarradas nos tornozelos.[i]"




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A GRÉCIA

A Grécia foi origem de um clássico padrão de beleza: a simetria entre os lados esquerdo e direito da vestimenta, pois para os gregos,o valor estético da vestimenta era mais importante que o erotismo da mesma. A maior parte dos gregos usava uma túnica que seguia esse padrão de simetria. Esses trajes eram feitos de lã artesanal, linho, e as vezes, seda.
A vestimenta mais usada era o "quiton". Um tecido retangular que que se assemelhava a uma túnica quando vestida. Era presa nos ombros e debaixo dos braços. Esta vestimenta era bastante longa, chegando a bater nos tornozelos de mulheres adultas e na altura dos joelhos dos jovens.
Para a proteção contra o frio, usava-se o 'himation'. Roupa que cobria o corpo inteiro. Essa mesma roupa era usada pelos filósofos gregos como traje básico, pois simbolizava a simplicidade e a elegância da cultura grega.





As vestimentas sagradas dos Incas

Muitas ameaças podem ser imaginadas quando você está diante do seu pior inimigo, mas poucas pessoas ou historiadores poderiam imaginar que Atahualpa, imperador Inca, ao ameaçar Pizarro, o conquistador espanhol, pouco antes de ser levado para a prisão, iria dizer com profundo ódio as seguintes palavras:


“Eu sei o que fizestes ao longo deste caminho. Tomastes as vestes dos templos, e eu não desancarei até que as devolvas para mim”.

É estranho ouvir tal reclamação, visto que neste momento o mundo inca se encontrava em uma profunda guerra civil e os espanhóis estavam aprisionando o nobre Inca. As roupas deveriam ser a ultima coisa com que um imperador se preocuparia, mas Atahualpa se referia as roupas sagradas do mundo Inca.




Para os Incas, as roupas tinham um valor fundamental: elas demonstravam hierarquia e a posição social que a pessoa ocupava, tendo o mesmo efeito das jóias, ou seja, quanto mais nobre, maior a complexidade da confecção de sua vestimenta, suas cores, seu formato e a qualidade do tecido.
Os nobres Incas usavam roupas chamadas “Cumbi” que eram feitas com fibras de camelídeos (lhama, alpaca, guanaco ou vicunha) por tecelões muito habilidosos. Em outras ocasiões as roupas tinham um valor sagrado, pois eram um objeto ritualístico. De acordo com as épocas das colheitas ou com as estação do ano, um determinado tipo de roupa era usado para realizar o ritual de passagem de ciclo, de forma que existiam tecelões específicos para produzir a vestimenta de acordo com a ocasião ou ritual.
Isso pode ser constatado com a descoberta das múmias Incas em Paraca que estavam envoltas em mantos de cores vivas e bordados zoomórficos, revelando a importância da vestimenta para os povos dos Andes, visto que os Incas herdaram esse costume das civilizações anteriores. Os registros da arte de confeccionar roupas nos Andes são anteriores à metalurgia ou à cerâmica. 

Na caverna de Guitarrero foram encontrados tecidos feitos com fibras de vegetais que datam de 5780 a.C., logo, produzir vestimentas é um valor cultural enraizado nos Andes e que permaneceu e ganhou força e importância a cada geração, pois vemos que eles não produziam apenas roupas para cobrir o corpo, mas as consideravam um adorno sagrado e de relevância social.



Deste modo, quando Atahualpa disse que não iria morrer enquanto não resgatasse suas roupas, devemos considerar que estes tecidos tinham grande importância no mundo Inca e que quando o espanhol os levou para sua terra, desconhecendo o seu real valor, profanou o que era sagrado para o Inca, daí a fúria do imperador e a vontade de recuperar suas vestes sagradas.
O choque cultural sempre causa tremendos impactos e perdas para a humanidade. Devido à força e à ganância do homem, vemos o sagrado ser profanado e a cultura de um povo ser dizimada, o que nos revela a importância de a História nos revelar e de nós entendermos esses processos, para que não sejam repetidos, pois quando falamos de culturas diferentes, o mesmo objeto pode ter valores totalmente opostos.Talvez naquele momento, Pizarro não pudesse compreender isto, mas hoje, através da História, nós podemos.
                                                                                           Jonatan Tostes

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