Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

Este "blog" não é patrocinado nem está ligado oficialmente a qualquer denominação religiosa.

Todo conteúdo apresentado representa a opinião e é de total e exclusiva responsabilidade de seus autores, que sempre estão devidamente identificados.

29 junho 2010

SIMBOLISMO - Por Que a Serpente Simboliza a Cristo?

Bruce W. Warren

Tradutor Elson C. Ferreira - Curitiba/Brasil

Na Bíblia e no Livro de Mórmon temos referências de um evento bastante significativo que ocorreu enquanto Moisés levava seu povo através do deserto. Quando as vidas do povo de Moisés estavam ameaçadas como resultado das picadas das serpentes do deserto, Moisés levantou uma serpente de latão na ponta de uma haste e declarou que todos os que olhassem para esta serpente finalmente sobrepujariam as picadas das serpentes do deserto e se salvariam da morte:
Referência bíblica:

Números 21:9
“E o Senhor disse a Moisés: faze uma serpente ardente, e coloca-a numa haste, e acontecerá que, se uma serpente tiver picado algum homem, quando ele olhar para a serpente de latão, viverá”.(Figura à esquerda)

Referências do Livro de Mórmon:

1 Ne17:41
“E afligiu-os no deserto com sua vara, porque endureceram o coração do mesmo modo que vós; e o Senhor afligiu-os por causa de sua iniqüidade. Enviou-lhes serpentes voadoras ardentes e, depois de mordidos, preparou um meio para que fossem curados; e o que tinham a fazer era olhar; e por causa da simplicidade do método, ou seja, da facilidade dele, houve muitos que pereceram”.

2 Néfi 25:20
“E agora, meus irmãos, falei com clareza, de modo que não podeis errar. E como vive o Senhor Deus que tirou Israel da terra do Egito e deu a Moisés poder para curar as nações depois de haverem sido mordidas por serpentes venenosas, se olhassem para uma serpente que ele levantou diante delas; e também lhe deu poder para golpear a rocha, a fim de que jorrasse água; sim, e eis que vos digo que, assim como estas coisas são verdadeiras e como o Senhor Deus vive, não há outro nome dado debaixo do céu mediante o qual o homem possa ser salvo, a não ser o deste Jesus Cristo do qual falei”.

Helamã 8:14
“Sim, não deu ele testemunho de que o Filho de Deus haveria de vir? E assim como ele levantou a serpente de metal no deserto, assim também será levantado aquele que há de vir”.

Helamã 8:15
“E assim como todos os que olharam para aquela serpente viveram, assim também todos os que olharem para o Filho de Deus, com fé, tendo espírito contrito, viverão, sim, para a vida eterna”.

Alguns podem ficar admirados de o que se supõe que a serpente de latão representava o por que da recusa do povo em olhar para ela para constituía razão para morte. Umas poucas idéias têm sido publicadas recentemente como resultado de descobertas arqueológicas na Mesopotâmia, Egito e Mesoamérica.

Bem no amanhecer da religião na Mesopotâmia e no Egito, a serpente era um símbolo do Deus-Criador-da-Vida. Significado idêntico foi atribuído ao símbolo da serpente na antiga Mesoamérica. O corpo de uma serpente viva nunca está em linha reta. Ele se curva e ondula como vazem os rios e cursos de água. A serpente era uma comparação lógica e um símbolo da vivificante água de um rio. O rio era a própria base da civilização tanto na Mesopotâmia quanto no Egito; a própria fonte da vida.

A água dos rios vem do céu na forma de chuva. Quando os antigos olhavam para o místico céu, a fonte da chuva, eles viam à noite um grande rio no céu, a linda e maravilhosa Via Láctea. A Via Láctea era observada recurvando e ondulando através do céu como o Rio Eufrates e o Rio Nilo, curvados através dos seus vales. A Via Láctea vem representar a fonte da vida, a fonte da chuva, ou o Deus Criador, e as estrelas eram consideradas como a água criadora ou semente da Deus. Em resumo, o modo de pensar dos antigos formou um conceito que conectou a ondulante serpente com o Criador numa série lógica de passos simbólicos: serpente ondulante = rio curvo = Via Láctea = o Criador.

Em outras palavras: o símbolo da água = a fonte da vida = o símbolo celestial da água doadora da vida = o Criador. É interessante que um dos nomes do Messias na Mesoamérica seja Itzamna, que significa “o orvalho do céu". Um dos símbolos de Itzamna era a serpente.(Figura abaixo)

A serpente tem sido usada como símbolo do criador da vida a milhares de anos antes de Abraão ter deixado sua casa em Ur. A serpente tem sido um símbolo do criador no Egito por dois mil anos antes de Moisés ter vivido lá. A serpente foi um dos primeiros símbolos da deidade usados pelo homem civilizado, e foi parte do sagrado simbolismo da antiga Israel em todo o Oriente Médio. Assim, quando Moisés levantou a serpente metálica na haste para seu povo no deserto, o simbolismo deveria ter sido claro. Ele representa seu Criador: JEOVÁ. Até mais significativo que isto, entretanto, foi o fato de que ela representava seu Salvador: Jesus Cristo. João confirmou este simbolismo:

“Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem deve ser levantado, para que todos os que acreditam nele não pereçam, mas tenham a vida eterna" (João 3:14-15). 

É um fato interessante que uma serpente de latão ou bronze na ponta de uma haste ou sendo mantida como representação do Messias da Antiga Israel no principal templo de Israel desde o tempo de Moisés até próximo do tempo em que o templo de Salomão foi destruído em 586 a.C. (Farbridge 75; Smith 240) Itzamna é representado num Monumento(1) em Chalcatzingo, Morelos. Ele está assentado num trono de serpente com vários símbolos em forma de cereais,penas do pássaro “quetzal” e seu nome (3). (figura abaixo)

É também muito interessante notar que a presença do motivo da serpente na Mesoamérica em representação do Deus-Criador. Ela é encontrada no México e na América Central em tempos tão remotos como de 1200 a.C a 600 a.C. em La Venta. O símbolo da serpente da vida estende-se exuberante através da arquitetura e da arte clássica Maia depois do ano 300 d.C. O simbolismo da serpente continua bem depois da chegada de Fernão Cortes.

Referências:

Bruce W. Warren, The Messiah in Ancient America, chap. 6
Joseph Lindon Smith. Tombs, Temples, and Ancient Art. Morman: University of Oklahoma Press, 1956
Maurice H. Farbridge. Studies in Biblical and Semitic symbolism. Hartford,England: Stephen Austin and Sons, 1823

Nenhum comentário:

Postar um comentário