Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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sábado, 26 de junho de 2010

Lehyanitas no Oásis de al-Ula, as Partes Mais Férteis na Trilha de Néfi



George D. Potter

Tradutor Elson Carlos Ferreira – Curitiba/Brasil – Agosto/2004
dejerusalemasamericas@gmail.com


Após um intervalo de muitos anos, finalmente eu retornei ao oásis de Al-Ula, meu local favorito para exploração em toda a Arábia. O “wadi” de Al-Ula não é somente o mais belo oásis na Arábia, é um refúgio arqueológico, tendo sido habitado desde o ano 3.000 antes de Cristo.
Geologicamente este longo e estreito vale se parece com uma mistura entre o Bryce Canyon e o Zion National Parks no sul de Utah, mas com uma notável diferença—há bosques de tamareiras ao longo de milhas através do cânion. Nós apresentamos esse belo vale em nosso vídeo "Discovering the Most Fertile Parts" (Descobrindo as Partes Mais Férteis),(veja 1 Néfi16:14).

Sem dúvida nenhuma, Leí visitou esse vale (veja nosso vídeo “Discovering Lehi's Trail and Shazer”, Descobrindo a Trilha de Leí e de Shazer) e talvez uma destas cidades tenha sido o local onde Néfi pregou o evangelho enquanto vinha de Jerusalém (D&C 33:7-9).

Dr. Lynn e Hope Hilton foram os primeiros estudiosos do Livro de Mórmon que associaram este vale ao trabalho missionário de Néfi. Eles descobriram que quem dominava o nordeste da Arábia Saudita eram os Lihyanitas, significando o povo de Lihy (Leí). Entretanto, os Hiltons não sabiam que a antiga trilha da Arábia passava através do vale de Ula, a qual se tornou a capital dos Lihyanitas.

Os Hiltons estudaram as ruínas Lihyanitas no “wadi” al-Ula, inclusive o templo Lihyanita. Os Lihyanitas dominaram essa área localizada entre a costa do Mar Vermelho e o oeste de Domat al Jandal, no leste, por mais de quinhentos anos. Esta dominação terminou com o surgimento dos Nabataeanos, no primeiro século. Em outras palavras, os Lihyanitas governaram no nordeste da Arábia exatamente depois de Leí ter passado através do Vale de Ula.

Meus instintos naturais me levam a crer que o povo Lihyanita era descendente do povo de Leí, e que Néfi ensinou o evangelho enquanto ele e sua família estava acampada naquele local.

O próprio nome e as evidências contidas nas inscrições encontradas nessa área me trazem à mente imagens da família de Leí. Poderiam os Liyanitas terem sido convertidos? O Qur'an declara que eles eram descendentes do povo do Thamud, um povo justo que acreditava num Deus verdadeiro.

Os Hiltons declararam que os Lihyanitas construíram um templo em Dedan, o qual tinha uma fonte que era quase das mesmas dimensões da fonte existente no Templo de Salomão em Jerusalém. A cisterna (fonte) do templo Lihyanita tem escadas que vão até ela, e se alguém entrar nessa fonte, a metade inferior do seu corpo fica abaixo da superfície da terra ao seu redor.

O Ministério de Antiguidades da Arábia Saudita não sabe o propósito dessa fonte, entretanto faz observação do Templo Lihyanita. O nome moderno para Dedan é Ula, que significa “exaltar”. Na antiguidade, Dedan e as vilas ao seu redor eram chamadas de Qura Arabiyyah. Supostamente, existem ali inscrições feitas numa grande pedra perto de Medina que indicam que Jeremias enviou duas pessoas para visitarem o povo de Qura Arabiyyah [2].

Seriam Leí e Néfi esses dois mensageiros? Hoje em dia, nós simplesmente não sabemos a resposta para essa pergunta, mas há grandes evidências que levam nossa pesquisa até al-Ula. Apesar de que meu trabalho de campo deste ano em Ula tinha associação com minha teoria sobre a arca de Noé, nós descobrimos algumas interessantes novas informações a respeito dos Leyanitas.

Primeiro: Para nossa surpresa, descobrimos que o Departamento de Antiguidades da Arábia Saudita estava começando a escavar o Templo Lehyanita! Tudo o que nós sabíamos a respeito do local do templo era que um templo existiu a meia milha distante dali, e que tudo o que restou do local são pequenos pedaços de rocha. A única exceção é a cisterna que os Hiltons compararam ao Mar de Bronze, ou fonte batismal do Templo de Salomão. De acordo com o Departamento de Antiguidades Saudita, "junto das fundações de um grande templo, ainda encontra-se uma grande cisterna bem preservada."[3]. Entretanto, não foi isso o que eu vi na escavação do templo nesta viagem. Como a gravura indica, a fonte está localizada dentro das fundações do próprio templo. Ele fazia parte do templo, com o piso da fonte estando a vários pés abaixo do nível do chão.

Segundo: Eu descobri que a íngreme montanha que se levante acima do local do templo, o monte Um-Daraj, tem uma característica impressionante – uma escada de pedras que deve ter sido toda escavada subindo por 700 pés em direção ao pico da montanha, e que no topo há o local de um segundo templo. Parece que os Lihyanitas cavaram uma escada de pedras desde o templo com a fonte, e por todo o caminho em direção à íngreme montanha até o templo com um altar. 

Terceiro: quando estávamos nos preparando para deixar o vale, eu encontrei um explorador francês que me falou a respeito de uma área Lihyanita sagrada escondida, ou um santuário. Ele me contou que descobriu o local sagrado num labirinto de estreitos “wadis” a três milhas a oeste do vale principal de Ula. De acordo com o francês, este local inclui um altar com duas obras entalhadas, uma era um circular e a outra retangular. Uma era para o sangue dos animais sacrificados e a outra para a água dos lavamentos. Eu farei deste local meu objeto de busca na minha próxima visita ao oásis de al-Ula.

Mas, estariam os Lihyanitas praticando uma fé consistente com a fé de Néfi?

Os Lihyanitas se referiam ao seu Deus como 'Dhu-Ghaibit'. Dhu significa "aquele com” ou “quem que possui." Ghaibat literalmte significa "ausente, desconhecido". Ghaiba (singular) significa "alguém ausente" mas Ghibat (plural) significa "um pouco do Ausente".  De acordo com o Almonjed (dicionário Arábico), Ghibat significa "vales, buracos, covas, bosques", ou qualquer coisa que pode tornar coisas ou pessoas ausentes ou escondidas. Eles dizem, "Ghaib esta pessoa" que significa matá-la, ou fazê-la ficar ausente. O Koran diz "Deus tem o conhecimento do Ghaib", que significa “Deus conhece o desconhecido”, que também pode significar coisas futuras a acontecer. O sortista ou encantador declara conhecer o Ghaib (futuro restante). O Koran declara "o conhecimento Al-Ghaib é somente para Deus". O nome Lihyanita de Deus então significa, "Aquele Que Possui o Conhecimento do Futuro". Isto se compara muito bem com os ensinamentos de Néfi de que o Senhor sabe todas as coisas (1 Néfi 9:6, 2 Néfi 9:20).

Os Lihyanitas davam grande importância às oferendas e aos sacrifícios, feitos anualmente no templo (talal) [4]. Seus templos parecidos com o de Salomão parece terem sido usados para sacrificar animais ao Deus Dhu Ghaibat. [5], e como nós realmente vimos, os templos incluem altares e o que parece serem fontes batismais.

Nós encontramos muitos outros artefatos interessantes durante esta viagem anual a Ula. Nos meses seguintes, eu compartilharei alguns deles com vocês nos nossos Newsletters.

Ass. George Potter

[1] Kingdom of Saudi Arabia Ministry of Education, Al-Bid, History and Archaeology, (Riyadh, Ministry of Education, 2002), p. 9.
[2] Abdulla Al-Wohabi, The Northern Hijaz In The Writings of The Arab Geographers 800-1150 B.C., (Beirut: Al-Risalah, 1973), 202.
[3] Kingdom of Saudi Arabia, Ministry of Education, Department of Antiquities and Museums, Antiquities Sites of al-Ula and Madain Saleh, (Riyadh, Ministry of Education, no date), 19.
[4] A.R. Al-Ansary and Hussein Abu Al-Hassan, The Civilizations of Two Cities, Al-Ula & Mada'in Salih, (Riyadh: Dar Al-Qawafil, 2001), 21.
[5] A.R. Al-Ansary and Hussein Abu Al-Hassan, The Civilizations of Two Cities, Al-Ula & Mada'in Salih, (Riyadh: Dar Al-Qawafil, 2001), 21.
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