Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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21 junho 2016

HISTÓRIA - As Sete Tribos Primordiais: Uma Tradição Mesoamericana


Diane E. Wirth

Tradução de Elson Ferreira – Curitiba / 2006

Diane E. Wirth é escritora e pesquisadora independente especialista em história da arte e iconografia, na qual interpreta símbolos em arte e antiguidades. Seus primeiros trabalhos incluem: "Decoding Ancient America: A Guide to the Archaeology of the Book of Mormon" (2007); "Parallels: Mesoamerican and Ancient Middle Eastern Traditions" (2003); e "A Challenge to the Critics: Scholarly Evidences of the Book of Mormon" (1986). Formada na Brigham Young University, também estudou na Harvard Post Graduate School in Anthropology, e tem feito apresentações, simpósios e conferências, que incluem: "The Atlantic Conference", St. Mary’s University, Halifax, Nova Scotia (2008); "Book of Mormon Archaeological Forum", Utah (2003, 2004, 2005, 2008); "The Aesthetics of Enchantment" patrocinada pela American Society of Phenomenology, Aesthetics & amp; "Fine Arts", Harvard Divinity School (1998); "The Ancient American Western Conference", Utah (1997); "New England Antiquities Research Association", Massachusetts and New Hampshire (1992, 1993); "Society of Early Historic Archaeology", Brigham Young University (1977, 1979, 1987, 1990).

Em 1979 li um artigo intitulado "The Seven Primordial Tribes of Ancient America" (As Sete Tribos Primordiais da América Antiga) no 28º Simpósio Anual da S.E.H.A. O que segue é uma versão atualizada daquele artigo, com evidências adicionais para apoiara e tradição difundida na Mesoamérica de uma origem mitológica das sete tribos, cujo mito estendeu-se do norte para o sudeste americano, até ao sul da Colômbia.
Sete tribos são descritas no Livro de Mórmon como tendo evoluído de famílias que vieram da terra de Jerusalém para o Novo Mundo. A primeira menção desta linhagem é de cerca de 544 a.C., quando as tribos individuais foram designadas como nefitas, jacobitas, josefitas, zoramitas, lamanitas, lemuelitas e ismaelitas.1

Quase 700 anos mais tarde estas divisões de tribos patriarcais foram mencionadas novamente, indicando a natureza duradoura desta tradição.2 Ao longo do tempo a ordem dos nomes permaneceu a mesma. A última referência aparece em Mórmon 1:8 pouco antes do desaparecimento dos nefitas como resultado da guerra.

Antigas tradições passadas oralmente de uma para outra geração, falam de sete tribos primordiais que foram os ancestrais de alguns povos mesoamericanos. Estas lendas foram registradas em murais, pedras, monumentos, códigos, e casualmente foram recitados aos cléricos espanhóis que fizeram um registro escrito de várias histórias.

Depois de estudar a iconografia e materiais impressos associados a este mito, não se pode dar uma resposta definitiva quanto a se há uma associação positiva com os povos do Livro de Mórmon. Evidência dessa tradição é apresentada aqui para ilustrar a importância desse mito na Mesoamérica e para sugerir uma conexão plausível entre a tradição mesoamericana das sete tribos com aquela contida no Livro de Mórmon.

Na Mesoamérica expressão artística desempenhou um importante papel na interpretação de eventos históricos. Arte associada com as sete tribos primordiais é, portanto, mergulhada no simbolismo. Alguns registros declaram que eles vieram para o novo mundo, vindos de outra terra, enquanto que referem à sua chegada no mundo na época da nossa atual criação. De uma variedade de trabalhos artísticos, sabemos que esse processo de surgimento foi comparável à saída do útero e que o útero é freqüentemente representado como uma caverna.

Sair de sete cavernas, barcos, do submundo (útero materno), etc, são metáforas para “emergir”, “surgir” ou nascer, cujas lendas ainda são reencenadas entre vários povos indígenas. Por exemplo, há um sistema de cavernas subterrâneas do templo de Qetzalcóatl, em Utatlan, a antiga capital Quiche, perto da atual cidade guatemalteca de Santa Cruz del Quiché. A caverna sob este lugar tem sete capelas que saem do túnel principal. Rituais são realizados neste lugar atualmente e não há dúvida que têm conexão com as antigas tradições que giram em torno do mito das sete cavernas. Vamos examinar o significado das sete cavernas, tanto na mitologia quanto na arte.

Voltemos primeiro ao Popol Vuh, o registro histórico sagrado do povo Quiché Maia, que trata da sua origem do leste. O mundo Quiché era escuro enquanto viviam nas sete cavernas; mas durante aquele tempo foram guiados pelos deuses. Eles cruzaram o mar, usando stepping stones (ilhas, talvez), e finalmente chegaram numa nova terra.3

As cavernas têm grande significado na simbologia meso-americana de deve ser entendido a fim de compreendermos plenamente as tradições a respeito das sete tribos. Desde a mais remota antigüidade na Mesoamérica, as cavernas têm sido estreitamente associadas com o nascimento e a criação. Pela maneira nativa de pensar, a escuridão da caverna é similar ao útero, o lugar do emergir e as águas que saem das cavernas são comparadas às águas que sustentam a vida fluindo do útero maternal. Barcos também são considerados como úteros, e este aspecto do mito, especialmente no que se relaciona ao registro do The Popol Vuh e do Livro de Mórmon, não será negligenciado neste artigo. (Fig. 1)

Figure 1 – Elemento mesoamericano em forma de “U” (reproduzido por Zelia Nuttall, The Fundamental Principles of Old and New World Civilizations, [Os Princípios Fundamentais das Civilizações do Novo Mundo] Vol.II, Peabody Museum, Cambridge, MA., 1901, Fig. 31, p 536)
  
Ao tratar do símbolo do nascimento (o útero do qual estas tribos saíram), deve ser feita referência ao elemento em forma de “U”. Na Figura 1, uma criança repousa naturalmente no útero em forma de “U” da sua mãe. Este é um desenho básico visto na iconografia mesoamericana do “nascimento” e do "portal" (entrada "no" e saída "do") com variações do motivo retendo a forma de “U”. A página 16 de The Codex (O Código), Nuttall mostra uma mulher no processo de dar à luz uma criança, e à esquerda existem muitos elementos em forma de “U” designando portais de cavernas dentro de uma montanha (Fig. 2). Uma abertura maior em forma de “U” delivers a mesma criança como na realística gravura à direita.


Pode haver uma conexão entre o elemento do nascimento em forma de “U” com a iconografia do oriente médio. Um Omega, ou um desenho em forma de “U” era o símbolo de Ninhursag, a divindade do nascimento na Mesopotâmia.4 No Egito, a divindade chamada Hathor usa um adorno de cabeça (ou, algumas vezes o cabelo tem a forma de coifa) no padrão da forma de “U”.





Figure 2 – O nascimento (desenho conf. pg. 16, Codex Nuttall).

Além disso, algumas vezes Isis toma o aspecto de Hathor e usa este simbólico adorno de cabeça. Nesta posição, Isis preside sobre a concepção e o nascimento de seres humanos neste mundo e no próximo, depois da morte. De fato, no Novo Império ele se tornou parecido com uma mulher ao usa seu cabelo estilizado para representar este emblema do nascimento. Os descendentes de Leí eram conhecedores da escrita egípcia e seus simbolismos, e estes conceitos podem ter sido trazidos para o Novo Mundo por eles. Sem dúvida, outros navegadores que vieram do Oriente Médio, talvez grupo de resgate de Muleque também tenha sido familiarizado com estes motivos.
Figure 3 – A divindade egípcia Hathor e a típica coifa em forma de “U” (redesenhado cfe. a ceiling da tumba, Thebes).

A abertura em forma de “U” também é freqüentemente comparada com a boca/portal, até mesmo a boca de um monstro com dentes intimidadores. Esta era o caminho de entrada para o interior da cavidade em forma de útero de onde nascem os homens, onde tem lugar os primórdios da cultura. Numerosas ilustrações da pré e pós Conquista Espanhola demonstram este fato. Um deles aparece no Código Duran como uma realística representação deste tema. (Fig. 4).

Figure 4 - Entrada da caverna Boca de Monstro (redesenhado cfe. o código Duran)

Depois da Conquista Espanhola, autoridades municipais continuaram a manter um registro de seu povo como vinham fazendo anteriormente nnos códices, dos quais a maioria foi destruída. Logo, parecidos com livros, os “lienzos” foram então criados em grandes peças de algodão ou linho. Nestes “lienzos” foram registrados a genealogia, a história e a geografia dos ditritos, marrando tradições orais, remontando aos tempos pré-colombianos. O “Lienzo de Tlapiltepec”  Oaxaca, México, é de particular interesse com respeito à lenda das sete cavernas. (Fig. 5)
Fige 5 – Caverna da Boca do Monstro no “Lienzo de Tlapiltepec” (redesenhado cfe Ross Parmenter, Four Lenzos of Coixahuaca Valley, Dumbarton Oaks, Washington, D.C., 1982 Fig. 7).
A bôca aberta de um monstro representa a abertura da caverna numa montanha e dentro da montanha existem sete portas individuais para as cavernas na “periferia da montanha Monstro Terra”.5 Este desenho estilizado é comumente conhecido como Chicomoztoc, "O Lugar das Sete Cavernas”. Chicomoztoc significa literalmente “útero”, e neste sentido Chicomoztoc refere-se ao útero da história tribal. Lendas através de toda a Mesoamérica explicam que este é o lugar do qual os primeiros ancestrais começaram suas viagens. Outro exemplo deste tema pode ser encontrado no Código Duran no qual sete cavernas individuais contendo os ancestrais de sete tribos são claramente demonstradas (Fig. 6).

Figura 6 – Sete cavernas separadas do surgimento (redesenhado cfe. o CódigoDuran).

Conforme tem sido mostrado, algumas vezes a caverna do surgimento é demonstrado com sete pequenas cavernas dentro de uma montanha ou como sete cavernas separadas, e outras vezes com apenas uma caverna. O significado é o mesmo. O “Lienzo Tequixtepec” de Oaxaca demonstra o nascimento dos primeiros ancestrais de uma caverna – essencialmente se referindo surgimento do primeiro casal de sua linhagem da montanha da criação (Fig. 7). A presença do “mundo árvore” soma-se ao aspecto genealógico do tema.

Figure 7 – O primeiro casal emerge de um elemento em forma de “U” no topo da montanha da criação, Lienzo Tequixtepec (redesenhado cfe. Parmenter, OP. Cit., Fig 34).

Uma das primeiras representações de um grupo de pessoas emergindo da montanha primordial pode ser visto nos murais de Tepantitla de Teotihuacãn (Fig. 8). Esta ilustração é a replication de uma caverna sobe a Pirâmide do Sol, por sua vez a pirâmide duplica a montanha natural atrás de si, em Cerro Gordo.6 Hoje esse mural está mal conservado e não se pode determinar exatamente quantas cavernas são representadas dentro do sistema de cavernas, entretanto, o tema é o mesmo. Homens emergindo de muitos úteros dentro de um útero maior, semelhante à caverna da montanha primordial. Com respeito à lenda dos primeiros ancestrais no tempo da criação, o surgimento de sete tribos de sete cavernas deve ser mantido em mente para que a lenda da criação tenha a tendência de amalgamar de tempos em tempos.
Figure 8 – Desenho reconstruído da montanha da criação no mural de Tepantitla, Teotihuacanc (áreas escurecidas foram acrescentadas para enfatizar a forma da caverna-útero, redesenhada cfe. Esther Pastory, the Murals of Tepantitla, Teotihuacan, (Os Murais de Tepantitla, Teotihuacan), Garland Publishing, Inc. NY, 1976).

Figura 9 - General contorno dos chambers pintados de Terradentro, Columbia (redesenhado cfe Gordon Brotherston, Image of the New World (Imagem do Novo Mundo), Thames & Hudson, NY, 1979, Fig. 13

A lenda das sete cavernas existe em lugares tão distantes quanto a Colômbia, onde sete câmaras ou cavernas eram usadas para sepultamentos em Tierradentro (Fig. 9).7 No sudoeste americano, sete montes podem ser vistos no terceiro sandpainting do Caminho Navajo (Fig. 10). Hopi Indians se referem ao acima mencionado elemento em forma de “U” como o símbolo da terra mãe. Ele pode ser visto nos desenhos de labirinto que simbolizam o surgimento do homem. Entretanto, até mais significativa que as tradições dos Quiché Maya da Guatemala e dos índios Hopi do sudoeste norte americano, temos a tradição que declara que seus ancestrais cruzaram o mar em pedras colocadas num arco, mas não é aí que as similaridades terminam. Ambas as culturas acreditam que seu povo se desenvolveu de sete tribos que vieram de sete cavernas. Tanto para os Hopi quanto para os Quiché, este incidente é visto como Dr. Hills, um novo ciclo de tempo, a chegada do homem num novo mundo.

Figure 10 – Contorno geral das Sete Montanhas na terceira pintura do camino Navajo Emergence (redesenhado por Brotherston, Ibid.)

Seriam os índios Hopi aparentados dos Maya? De acordo com Frank Waters, os "Hopis viveram inicialmente em sete puesivi, ou cavernas". Daí eles migraram para o norte estabelecendo seus povoados e vilas de acordo com os nomes das cavernas ou uterus-cavernas”8 Estes eventos podem referir-se ao Late Período Clássico na Mesoamérica quando muitos povos estiveram em move como guerras, doenças e fome que plagued muito da Mesoamérica. Mas pelo mesmo token, a lenda pode estar casada com tempos anteriores, com eventos que remontam à lenda da chegada do primeiro homem ao Novo Mundo.

Em Izapa, Chiapas, no México, há muitas belas e interessantes “stelae” ou pedras entalhadas, tais como a Stela 5, com a narrativa pictórica da Árvore da Vida, que é a mais importante stelae para os Santos dos Últimos Dias. A Stela 67 neste local é interessante porque ela parece mostrar um homem barbado num barco, riding uma onda do mar invertida. Esta onda invertida dá a entender que o submundo aqüoso é o local onde os mortos entram e renascem. De acordo com Garth Norman, autor da obra of Izapa Sculpture (Da Escultura de Izapa), a Stela 67 pode aludir à migração do povo de uma terra de além mar.9 Ele sugere que as acima mencionadas tradições do povo Quiche Maia viajando no escuro pode rererir-se à sua viagem através do submundo aquoso em seu caminho para esta terra. Pode não ser apropriado comparar o vasto mar no qual um barco viaja ao Underworld e um barco ao portal do qual alguém deixa que . It would not be far-fetched  foreboding realm venha à luz do mundo presente. O desembarque a um solo não familiar pode ser concebido como um nascimento num novo mundo ou nova era, e assim e assim fall under the category of a creation myth, o princípio de linhagens, o surgimento primordial do homem, e assim por diante. Bernardo de Sahagún igualou o simbolismo das sete tribos com os sete barcos e sugeriu que estas tribos cruzaram as águas à procra dum paraíso terrestre. Ele escreveu:

“Concernente à origem destes povos, o relato que o velho homem deu é que eles vieram pelo mar, vindos do norte, e a verdade é que eles vieram em alguns barcos de Madeira mas ainda não sabemos como foram hewn, mas conjectura-se, pelo relato encontrado entre estes nativos que eles vieram de sete cavernas e que estas sete cavernas eram os sete navios ou galeras na qual os primeiros colonizadores desta terra vieram, as gathered from likely conjectures.”10

O numeral classificador para “cavernas” na lingüagem Yucatec é ak, o qual forma parte da palavra aktun. O classificador ak também é usado para palavras como “canoas”, “botes”, “casas” e demais contenedores11 Todas essas palavras estão associadas com coisas que mantém pessoas e objetos a salvo em locais fechados. A Stelae 3 e 6 de Izapa, sul do México, dá representações de barcos ilustrados como elementos em forma de “U” 12 Em cada caso os baros estão no ar, possivelmente simbolizando o veículo que t ransporta as almas dos homens para o paraíso celestial, não diferente do barco solar da mitologia egípcia. Em cada caso o barco está no símbolo em forma de “U” do útero.
Figura11- Chicomoztoc, ou sete cavernas (redesenhado conforme Historia Tolteca-Chicimeca, Anales de Quauhtinchan, Paul Kirchhoff, O. Güemes, and L. Reyes Garcia, eds. INAH/CISINAH, Mexico, 1976).

Uma das mais explícitas representações das sete cavernas está do documento pós-conquista chamado The Historia Tolteca-Chichimeca (Fig. 11). Fechado dentro de uma monganha está um sistema de cavernas com sete lóbulos, cada um contendo uma tribo de pessoas. Vista como um todo, as cavernas individuais compõem as pétalas de uma flor. Outra ilustração de uma montanha neste mesmo documento mostra a entrada da caverna at the bottom (um “U” alongado), com sete flores desenhadas no lado superior da montanha (Fig. 12).13 A conotação da ilustração das sete flores pode ter o mesmo, como o mais óbvio da caverna dos sete lóbulos. Esta linha de raciocínio está de acordo com o significado da flôr na sintace mesoamericana. De acordo com Doris Heyden, xochill "flôr", representa o útero, origem e paraíso; e na cosmologia mexicana Tlalxicteco, Xochiocan é identificado como o lugar de origem.14 Os nomes Cochiocan, Tamoanchan, Tiallapan, Tula, Tollan, e Chicomoztoc têm todos sido identificado como a localização onde o primeiro homem foi criado. Estes locais de criação são freqüentemente associados com um “campo de reeds" e com a palavra “árvore”. Este complexo de idéias fica especialmente claro na Figura 12, onde todos esses elementos são exibidos.
Figura 12 - Tlachihualtepetl, com sete flores para sete cavernas (redesenhado cfe Historia Tolteca-Chicimeca, Ibid.)

Apesar de a lenda das sete cavernas vir primariamente dos povos mexicanos de fala Nahuatl, há uma adoção widespread deste mito entre outros povos, vomo é evidenciado pelos Quiché Maia. Tulan Zuyua, ou vukub pek, vukub zivan "sete cavernas, sete cânios" está mencionado no Popol Vuh.15 O túmulo do Sumo-sacredote Chichen Itza em Yucatan também apóia a crença nessa origem mitológica numa região de povos de que não falam a linguagem Nahuatl. Similar ao lugar de origem Quiché, o nome original para Chichen Itza pode ter sido Ucil-Abnal, "Sete Bush Places or Hollows." 16

O túmulo do Sumo-sacerdote em Chichen Itza é de particular interesse. Com repeito a essa pirâmide, Eric Thompson registrou um total de sete túmulos claramente marcados no shaft que leva ao below da caverna, aparentemente um túmulo para cada ramo das tribos ancestrais.17 The Itza at the site, ainda não ficou determinado se eles são foreigners mexicano ou Maia, são sem dúvida tapping de um uma mitologia muito antiga e bastante difundida.

Figura 13 - Monumento 21, Bilbao, Guatemala.

Um dos mais interessantes monumentos de estilo narrativa encontrados na América Central é o Monumento 21 de Bilbao, Guatemala, a área chamada de Santa Lucia Cotzumalhuapa (Fig. 13).

Todo o monumento é coberto com desenhos decorativos de plantas e animais, indicando uma terra de abundância. Uma olhada mais detalhada na figura central é particularmente marcante pois suas características são bastante não-Maia. À esquerda, (nossa direita) do homem vestido como um jogador de futebol americanoe há um recipiente em foram de “U” contendo sete cabeças (Fig. 14).
Figura 14 – O protagonista é um jogador de futebol com umbigo em forma de serpente amarrado ao ancestral dentro do recipiente em forma de “U”.


Amarrada ao seu tornozelo esquerdo há uma sepente que se estende a uma das cabeça no recipiente. Na arte mesoamericana, a perna esquerda é associada à linhagem e à fertilidade e é largamente aceito que a serpente freqüentemente representa o umbigo. Neste caso o cordão umbilical vai diretamente a uma figura ancestral dentro do recipiente semelhante a um útero, que pode representar um barco, mas acima de tudo, o ventre de onde se emerge. Esta linha de raciocínio é justificado quando se considerando a opinião de Donald Makenzie que escreveu: "O barco do deus sol algumas vezes é demonstrado como um “U” com um dot dentro dele. A deusa mãe era um barco, e o barco aparentemente seu ventre”18 A figura diretamente sobre o símbolo barco/útero do Monumento 21, não é outro senão Ix Chel, a deidade do nascimento. O sinal da serpente twisted no topo de sua cabeça identifica-a como a deidade mãe. (Fig. 15 a & b). Vegetação aflora de sua cabeça, o que é outro sinal de fertilidade.
Figura 15a - Ix Chel no Monument 21

Ao lado do recipiente em forma de “U” contendo as sete tribos, tem água dentro dele, o que poderia sugerir o útero do qual as sete tribos emergiram. Voltando nossa atenção pra a página 53 do Código Nuttall (Fig. 16), água é vista jorrando de um buraco do mesmo tipo  de abertura endontrado no útero em forma de “U” de Bilbao. Além disso, uma textura de esponja da qual a água jorra tanto no exemplo de Nuttall quanto no Monumento 21, são idênticos, com partes raw fleshy de severed corpos em outras ilustrações. Nos códigos mexicanos a caverna em forma de “U” a figura 16 é freqüentemente representada por um fleshy-like scalloped ou wavy-lined opening, que Susan Milbrath considera característica “da anatomia reprodutiva feminina, como a vagina e o cordão umbilical” 19 . O elemento em forma de “U da escultura de Bilbao também tem uma borda em forma de escalope notched, dando apoio adicional de que ele é realmente um útero. O mesmo scalloping pode ser visto na Figura 11 na obra The Historia Tolteca Chichimeca. Cada caverna contém esta fleshy edging no seu interior.
Figura 16 – Água jorra da abertura de carnuda (reproduzido do Codigo Nuttall).

A estória da pedra de Bilbao identifica o protagonista como descendente de uma das sete linhagens, dentro dum recipiente parecido com um útero. Algumas das cabeças podem representar nomes tribais. O jogador de futebol ancestral parece não ter características especiais fa do comum, esxceto por uma possível de um chapéu em forma de concha.

Figure 15 b - Ix Chel ( Dresden Codex)

Outra cabeça foi identificada como um flint faca de pederneira personificada." De acordo com Zelia Nuttall, a faca de pederneira20, chamada Tecpatl, como o símbolo usado para representar o supremo pontífice de uma das sete tribos.21 Nuttall explicou que a palavra para faca de pederneira é um bilingual rebus, expressando um sentido de governo.22

Outra cabeça ou tribo parece ser de uma borboleta ou morcego. Se for de uma borboleta pode representar a alma imortal de um ancestral, possivelmente um guerreiro. 23 Vários grupos de pessoas estão associados com o emblema desta criatura, incluindo Copan. Mais importante, o Cakchiquel Maia declara sua ascendência da tribo do morcego, que foi seu totem tribal dos tempos antigos.24 Este emblema tribal é também é conhecido no México.

Ixtlilxochitl, um rei Chichimec de Texoco, que declara-se descendente da Caverna do Morcego pode muito bem ser um símbolo tribal para uma das sete tribos (Fig. 17)25 Como as outras cabeças, uma parece ser um boneco, as outras aparentemente são vagens de sementes de cacau.26
Figure 17 - Um criança nasce da linhagem da Caverna do Morcego (do Mapa Tlotzin, in Di Peso, Op. Cit., Fig 59-1).

Em pinturas nos arenitos, uma história Maia, refere-se repetidamente às sete tribos primordiais como os colonizadores originais que vieram através do mar.27 Referem-se esta história das sete tribos, bem como outras mencionadas aqui, refere-se ao mesmo conceito das sete linhagens do Libro de Mórmon? Podemos apenas especular que seja mesmo este o caso. O que sabemos é que esta lenda foi parte da tradição oral entre os nativos da Mesoamérica por mais de mil anos.

NOTAS

1. Jacó 1: 13
2. 4 Néfi 38.
3. O Popol Vuh, traduzido por Delia Goetz e Sylvanus G. Morley, University of Oklahoma Press, Norman, 1950, Intro. pp. 63, 64, and Popol Vuh, 3º capítulo.
4. E. Douglas Van Buren, "Symbols of the Gods in Mesopotamian Art, in Analecta Orientalia, 23, Pontificium Instituturn Biblicum, Roma, 1945, pp. 106-108.
5. Ross Parmenter, Four Lienzos of the Coix1ahuaca Valley. Dumbarton Oaks, Washington, D.C., 1982, p. 20.
6. A caverba sib a Pirâmide do Sól é, em parte, natural, e parcialmente aumentada pelo homem. Isto foi feito, talvêz, para enfatizar o tema das sete cavernas. Quatro lóbulos ficam à direita do tunel, dois a meio caminho, e o próprio túnel constitui a sétima caverna.
7. Gordon Brotherston, Image of the New World. Thames and Hudson, London, 1979, p. 196.
8. Frank Waters, Mexico Mystique. The Swallow Press, Chicago, 1975, pp. 168-170.
9. V. Garth Norman, Izapa Art, Part 2. New World Archaeological Foundation, Brigham Young University, Provo, 1976, pp. 154-158.
10. Bernardino de Sahagún, Historia General de las Cosas de Nueva Espana, Introducción al Primer Libro, 1946.
11. Andrea J. Stone, Images from the Underworld Naj Tunich and the Tradition of Maya Cave Painting. University of Texas Press, Austin, 1995, p. 35.
12. See Norman, Op. Cit., pp. 95, 10 1.
13. Apesar de uma gravura quaze idêntica desta montanha estar incluída no documento, porém tendo seis flores, uma rã no topo da montanha tem um pé onde a sétima flôr teria repousado.
14. Doris Heyden, Mitología y simbolismo de la flora en el Mexico prehispánico. Universidad Nacional Autonoma de Mexico, Mexico City, 1983.
15. Dennis Tedlock, Popol Vuh: The Definitive Edition of the Mayan Book of the Dawn of Life and the Glories of Gods and Kings. Simon and Schuster, New York, 1985, p. 360.
16. Ralph L. Roys, "Native Empires in Yucatan," in Revista Mexicana de Estudios Antropológicos 20:153-177.
17. Edward H. Thompson and J. Eric S. Thompson, 7he High Priest's Grave, chichen Itza, Yucatan, Mexico. Field Museum of Natural History Anthropological Series, Vol. 27, No. 1, Chicago, 1938.
18. Donald Alexander Makenzie, Myths of Pre-Columbian America. The Gresham Publishing Co., London, p. 201.
19. Susan Milbrath, "Birth Images in Mexteca-Puebla Art," in The Role of Gender in Precolumbian Art and Architecture. Virginia E. Miller, Ed., University Press of America, Lanham, 1987.
20. Lee A. Parsons, Bilbao, Guatemala: An Archaeological Study of the Pacific Coast Cotzumalhuapa Region, Vol. 2. Publications in Anthropology, 12, Milwaukee Public Museum,1969, p. 102.
21. Zelia Nuttall, The Fundamental Principles of Old and New World Civilizations, Vol. II, Peabody Museum of American Archaeology and Ethnology, March, 1901, p. 184.
22. Ibid., p. 183.
23. Mary Miller and Karl Taube, The Gods and Symbols of Ancient Mexico and the Maya. Thames and Hudson, NY, 1993, p. 48.
24. 7he Annals of the Cakchiquels, translated from the Cakchiquel Maya by Adrian Recinos and Delia Goetz, University of Oklahoma Press, Norman, 1953, p. 59, n. 59.
25. See Charles C. Di Peso, Casas Grandes a Fallen Trading Center of the Grand Chichimeca, The Amerind Foundation, Inc., Dragoon Northland Press, Flagstaff, 1974, Fig. 59-1.
26. Parsons, Op Cit.
27. Annals of the Cakchiquels, Op Cit., p. 48.

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