O Desafio de
Hugh Nibley
por Alan C. Miner
Fonte: Step by Step Through the Book of Mormon
Tradutor: Elson C. Ferreira – Curitiba/Brasil – 2005
Hugh Nibley costumava apresentar um bem interessante desafio para seus alunos na BYU:
Já que Joseph Smith era mais jovem do que a maioria de vocês e quase não tão experiente ou bem educado na época da publicação do Livro de Mórmon, não deve ser demais pedir a vocês para que apresentem no final do semestre (o que dará a vocês mais tempo do que ele teve) um trabalho de, digamos, quinhentas ou seiscentas páginas.
Chamem-no de livro sagrado, se desejarem, e dêem a ele a forma de uma história. Contem a respeito de uma comunidade de judeus errantes em tempos antigos; tenham todo tipo de caracteres em sua história, e envolva-os em todo tipo de vicissitudes particulares e públicas [atividades diárias]; dêem a eles nomes, centenas deles, pretendendo que sejam nomes hebreus e egípcios de cerca de 600 a.C.; que seja abundante de detalhes técnicos e culturais, comportamentos e costumes, artes, indústria, instituições religiosas e políticas, ritos e tradições, inclusive longas e complicadas histórias militares e econômicas; que sua narrativa cubra mil anos.
Mantenha em mente uma quantidade de histórias locais inter-relacionadas acontecendo ao mesmo tempo; sinta-se livre para introduzir controvérsias e discussões filosóficas, mas sempre de um modo plausível; observe as convenções literárias apropriadas e explique a derivação e a transmissão de seus materiais históricos. Acima de tudo, nunca se contradiga!
Agora chegamos à dura realidade desta pequena designação. Você e eu sabemos que você está fazendo isto – nós temos nossa pequena brincadeira – só que será requerido que seu trabalho seja publicado quando você o terminar, não como uma ficção ou romance, mas como uma história verdadeira! Depois de você o ter escrito, não poderá fazer mudanças nele... Além disso, você deverá convidar alguns pesquisadores para lerem e criticarem seu trabalho livremente, explicando a eles que é um livro sagrado que faz par com a Bíblia. Se eles parecerem céticos, você poderá dizer-lhes que você traduziu seu livro de registros originais com a ajuda do Urim e Tumim – eles adorarão isto! Depois de acalmar suas desconfianças, você poderá dizer-lhes que o manuscrito original era feito de placas de ouro, e que você recebeu essas placas de um anjo. Agora, bom trabalho e boa sorte! [The Prophetic Book of Mormon, F.A.R.M.S., 221-222]
Eu gostaria de acrescentar a isto alguns desafios, a julgar que não seria difícil, vivendo, como vivemos, na era do computador e da Internet:
Porque se supõe que sua história seja um registro religioso, inclua em seu trabalho mais de 500 títulos descritivos para a Deidade, todos dentro de um contexto religioso que não somente explicará estes títulos em relação ao que temos na Bíblia, mas dá significado e entendimentos adicionais. Porque ele é supostamente um antigo registro hebreu, dê numerosos e múltiplos exemplos de paralelismos de antigas formas literárias hebraicas. Tenha páginas inteiras, até mesmos capítulos e grandes seções escritas em paralelismo (quiasmas).
Construa o tema à base de convênios com o Senhor, tanto cultural quanto escrituristicamente. De fato, pode ser uma boa idéia fazer cada parte da narrativa não apenas relacionada com convênios, mas relacionada a Cristo também. Dite a história a um escriba. Confirme os nomes próprios soletrando, para que eles reflitam corretamente a linguagem encontrada na antiga ambientação da história. Deixe o manuscrito como o ditou, e após as refeições ou no final do dia nunca peça ao escriba para que lhe diga onde havia parado. Por sua vez, o escriba pode ajustar a pontuação, a ortografia de palavras tradicionais e a gramática simples, mas isto é tudo. Dite parte da história em ordem não cronológica. Certifique-se de creditar estas partes da história a diferentes escritores, variando a maneira de usar as palavras e frases para que uma separação distinta de estilo de linguagem possa ser detectada por moderna análise da palavra impressa.
Estes requisitos demonstram que Joseph Smith estava ditando a partir de um registro previamente escrito (As Placas de Ouro) em vez de fazê-lo enquanto o criava. Adicione doze testemunhas que retificassem que, no caso da tradução de Joseph Smith do Livro de Mórmon, todos os requisitos acima fossem cumpridos.
O Livro de Mórmon resistiu durante 170 anos de intenso escrutínio, tanto a favor quanto contra, e permanece como uma testemunha tangível de que ele é exatamente aquilo que se propõe a ser – um livro divino, escrito e traduzido pelo dom e poder de Deus.
[o Editor]
Copyright © 1999-2002 Ancient America Foundation
Gostaríamos de saber sua opinião a respeito do nosso trabalho. Por favor, envie por e-mail seus comentários, ou faça perguntas através do e-mail:
de.jerusalem.as.americas@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário