George Potter
Tradutor Elson C.Ferreira – Curitiba/Brasil – Setembro/2005
Fortes ventos e penhascos verticais de arenito não puderam impedir um grupo de exploradores amadores do Livro de Mórmon de escalarem a face de uma montanha de pedra de 1.830 m de altura.
Repousando sobre o topo da montanha está um grande complexo de templos “Lehyanitas”. A equipe incluía Jim Anderson, David Alexander, e eu, George Potter.
O que torna interessante este achado para a comunidade SUD é que os “Lehyanitas” podem ter sido uma comunidade de conversos que teriam sido ensinados quanto ao evangelho por Leí e Néfi. Lynn e Hope Hilton originalmente chamaram a atenção para o nome “Lihyanita”, que significa “povo de Lihy”, e parece que os “Lehyanitas” tinham práticas templárias que eram consistentes com a prática do templo de Jerusalém. Os Hiltons basearam a maior parte de sua teoria na descoberta que fizeram de uma fonte de água (cisterna) nas ruínas de um templo “Lehyanita” localizada na torre bíblica de Dedan (veja o “LDS Bible Maps” que mostra o nordeste da Arábia). A cisterna tem aproximadamente as mesmas dimensões do Mar de Bronze do Templo de Salomão em Jerusalém, e tem escadas de pedra em seu interior, cujo piso fica abaixo no nível do solo (veja Discovering Lehi, Hiltons).
Quem eram os Leyanitas?
Até mais recentemente os arqueólogos não tinham pistas quanto a de onde eles vieram ou como conquistaram os Dedanitas, povo que governava o vale desde a época de Abraão. Os historiadores judeus acreditam que eles eram descendentes hebreus de Abraão[i] através dos Dedanitas (veja Genesis 25:1-3), entretanto foi só ainda mais recentemente que o Professor Michael Macdonald, do Instituto Oriental da Universidade de Oxford, demonstrou que as linguagens dos Dedanitas e dos Lehyanitas eram a mesma[ii], significando que os Lehyanitas, que detinham o poder no nordeste da Arábia por volta do ano 550 a.C., não eram um novo povo, mas eram os próprios Dedanitas que simplesmente mudaram seu nome para “o povo de Lehy”. Isto é fascinante para nós que sabemos que Leí e Néfi converteram pessoas enquanto viajava pelo deserto “descendo” de Jerusalém (Veja D&C 33:7-9). No tempo de Néfi, ele deveria restringir-se ao ensino do evangelho somente aos hebreus – exatamente na localidade de Dedan, junto à trilha que Leí tomou através da Arábia (veja Lehi in the Wilderness de George Potter e Richard Wellington), havia uma comunidade de hebreus, os Dedanitas. Em segundo lugar, os Dedanitas mudaram seu nome para povo de Lehy.
A pergunta a ser feita é: “Por que eles mudaram seu nome depois de terem sido chamados pelo nome de Dedan por aproximadamente mil anos”? Talvez Lihy tivesse, e deve mesmo ter sido, uma pessoa de grande importância para os Dedanitas, pois eles mudaram seu nome segundo seu nome, e muito pouco tempo depois da passagem de Leí pela sua cidade.
A troca de nome de uma tribo pelo nome de um novo líder é uma antiga tradição na Arábia que persiste até nossos dias. Uma tribo inteira troca de sobrenome em honra a um novo líder se este líder for realmente excepcional.
Durante uma visita anterior a Dedan, aprendi com um autor e explorador francês que estatutos Lehyanitas podem ser encontrados no topo de uma montanha no lado oposto do vale de onde o templo Lehyanita e a cisterna foram encontrados.
Em Abril de 2005 eu e meus companheiros retornamos às ruínas de Dedan para procurar por artefatos Lehyanitas, mas o que encontramos foi realmente espantoso.
No topo da montanha encontramos um grande santuário de aproximadamente 10 a 14 acres. Este templo perdido está completamente redeado de penhascos verticais, e hoje só podem ser alcançados com ajuda de cordas.
Antigamente o santuário tinha degraus esculpidos em arenito que levavam da base da montanha até o santuário. Infelizmente os degraus estão completamente erodidos, exceto na base da montanha. Como uma versão de Machu Picchu, o segundo templo Lehyanita está perched sobre o topo da montanha com vistas magníficas, mas, diferentemente da cidade perdida peruana, o templo dos Lehyanitas é muito mais difícil de alcançar e parece ter sido muito mais magnífico. Além disso, encontramos dezenas de altares de pedra para sacrifícios de animais, estátuas, colunas, queimadores de incenso e cisternas.
Há literalmente centenas de artefatos espalhados pelo santuário, incluindo duas grandes áreas de assembléia onde foram esculpidos assentos nas paredes de anfiteatros naturais.
Olhando do alto as ruínas de Dedan, vale abaixo, há duas grandes cisternas cavadas que deveriam ter estado cheias de água e poderiam ter sido usadas para a realização de batismos ou outros propósitos religiosos similares. Encontramos também uma serpente de pedra. A imagem gravada da cobra, simbolicamente protegeria este lugar sagrado.
Em outro local no topo da montanha encontramos dois grandes reservatórios que foram cavados no nível do chão. Com pequenas aberturas circulares, a superfície dos reservatórios estavam diretamente a 3,4 m de profundidade e 3,4 m pés de largura, e poderiam conter centenas de litros de água que teriam sido trazidos do vale dentro bolsas de couro (odres). Aquele autor francês a que me referi, acredita que os reservatórios continham água para o lavamento de animais para os sacrifícios, pois a poucos pés de distância dos reservatórios havia o que parece ser as ruínas de um altar de pedras brutas e dois arcos cavados no chão, que o autor francês acredita terem sido usados para coletar o sangue dos animais sacrificados.
Levará décadas de escavações e restaurações para que possamos entender completamente as funções e o significado deste templo Lehyanita, entretanto, está claro que o santuário no topo da montanha certamente eclipsou em importância o templo Lehyanita da parte baixa do vale, o que me leva a acreditar que a capital Lehyanita de Dedan era o maior centro religioso dos séculos precedentes ao nascimento de Cristo.
[ii] Pierard, Patrick, conversations with George Potter (7 April 2005) and Michael Macdonald
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