Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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domingo, 11 de julho de 2010

LINGUÍSTICA - Motivo das Repetições nas Escrituras

Diane E. Wirth (Mar/2005)

Tradutor Elson C. Ferreira - Curitiba/Brasil- Janeiro/2006

 Aparentemente foi necessário, em alguns casos, para Jesus Cristo, o Pai Celestial ou Seus mensageiros, repetirem um importante conceito duas ou três vezes a um indivíduo ou indivíduos que ouviram ou leram sua mensagem. Podemos ver João 21: 15-17 como exemplo:
“15 Depois de eles [os apóstolos] terem jantado, Jesus disse a Simão Pedro: Simão, [filho] de Jonas, tu me amas mais que estes? Ele disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. Ele disse-lhe: Apascentas minhas ovelhas.
16 Ele lhe disse novamente uma segunda vez: Simão, [filho] de Jonas, tu me amas? Ele disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que eu te amo. Ele disse-lhe: Apascenta minhas ovelhas.
17 Ele lhe disse a terceira vez, Simão, [filho] de Jonas, Amas-me? Pedro ficou triste porque ele lhe disse a terceira vez “Amas-me? E ele lhe disse: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta minhas ovelhas.”

Foi ordenado três vezes ao apóstolo Pedro que apresentasse o evangelho de Jesus Cristo aos gentios (Atos 10:11-16). Lemos em Atos 11:7-10, que a mesma visão foi dada a Pedro por três vezes. No Livro de Mórmon, Alma nos diz três vezes num capítulo que “Deus deixaria de ser Deus” quando expunha o que aconteceria se não houvesse justiça no mundo (Alma 42: 13, 22, 25).

Provavelmente o mais importante evento pertinente a esse conceito da repetição de conceito está no Livro de Mórmon, quando a voz do céu chamou o povo por três vezes (3 Néfi 11:3-7). Não foi senão na terceira vez que ouviram internamente a voz de Deus apresentando-lhes seu filho, Jesus Cristo. Depois de Cristo se mostrar ao povo, ele abençoou as criancinhas (3 Néfi 17:21), mas antes disso ele disse  por duas vezes  aos nefitas que se tornassem como seus pequeninos (3 Néfi 11:37-38).

Houve uma ocasião significativa quando está repetição foi feita nestes últimos dias. Joseph Smith teve uma visitação do anjo Morôni, o ultimo profeta do Livro de Mórmon. Morôni reiterou a mesma mensagem por três vezes numa só noite. Quando algo é repetido por três vezes, nós, como seres humanos, estamos aptos a lembrar do que foi dito, especialmente se for uma instrução (veja Joseph Smith História 1:30-47). Observe no versículo 45 que o Profeta diz do anjo Morôni: “Relatou-me novamente, sem a mínima alteração, as mesmas coisas que me dissera na primeira visita.”

Vejamos agora a Mesoamérica, onde há boas evidências dos locais onde os povos e eventos do Livro de Mórmon tiveram lugar. O Popol Vuh foi escrito depois da chegada dos espanhóis, mas foi copiado do livro maia e de tradições orais que consideravam sagradas. As histórias foram contadas de uma geração para outra. Hoje em dia o Popol Vuh é consideradoa Bíblia dos maias. Há muitas coisas similares ao nosso registro em Gênesis, a começar pela criação do mundo.

Vamos dar uma olhada em alguns poucos exemplos escritos no Popol Vuh a respeito da criação. Algumas linhas foram escritas com palavras similares, que cristo usou quando disse na escritura acima, “cordeiros” e “ovelhas”, ambas as palavras como uma metáfora para “rebanhos”, simbolizando “pessoas”.

No Popol Vuh os criadores são referidos como “Aquela Que Gerou Crianças” e “Aquele Que Engendrou Filhos”. Eles disseram:

            “Falai!
            Chamai-nos!
            Adorai-nos!” foi dito a eles (linhas 374-376).

Uma maior série de paralelos, idéias repetidas do Popol Vuh pode ser vista no exemplo seguinte:

            Simplesmente seria desfeito,
            Simplesmente se desintegrou,
            Simplesmente encharcado,
            Simplesmente desmoronado,
            Merely fallen apart,
            Simplesmente também ele se dissolveria (lines 464-469).1

Livro de Chilam Balam of Chumayel foi escrito pelos maias, mas sabe-se que s eus escritos contêem influência cristã, diferente do Popol Vuh. No entanto, a reitereção de um conceito ainda porta a verdade em sua prosa, por exemplo, ao falar da criação do mundo, eles escreveram: “Verdadeiramente eles adoraram como verdadeiros deuses aquelas pedras preciosas (falsos ídolos de pedra), quando o Deus verdadeiro foi estabelecido, nosso Senhor, o Senhor do céu e da terra, o verdadeiro Deus.”2

Há outras sentenças contendo frases que significam a mesma coisa, isto é, “Então o céu cairá, ele cairá sobre a terra...”3 Isto é uma referência ao dilúvio, a história de um evento no seu passado que aqueles que viveram na Mesoamérica conheceram muito bem.

Usando este formato, o leitor ou ouvinte tem uma clara idéia do conceito que está sendo apresentado. Quando idéias são repetidas a mensagem tem maior clareza e entendimento. Talvez seu estilo, como os quiasmas, era central à maneira de pensar dos descendentes dos lamanitas ou apóstolos nefitas. Para os Santos dos Últimos Dias está idéia precisa ser considerada como outra evidência da Mesoamérica como a “terra da promissão”. (1 Néfi 2:20; 4:14; 5:5)

Referências:

1.  Para ler partes do Popol Vuh, veja Allen J. Christenson, Popol Vuh: The Mythic Sections—Tales of First Beginnings from the Ancient K’iche’-Maya, traduzido e editado por Allen J. Christenson, Ancient Texts & Mormon Studies, No. 2 (Provo: F.A.R.M.S., 2000).
2.  Ralph L. Roys, TheBook of Chilam Balam of Chumayel (Norman, University of Oklahoma Press, 1967): 98.
3.  Ibid., 99-100.

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