M. Wells Jakeman
Tradutor Elson C. Ferreira – Curitiba/Brasil – 2007
Nenhum registro do passado oferece um desafio mais excitante para os arqueólogos e outros estudantes da história humana do que o registro do Livro de Mórmon, da pré história do Novo Mundo. Este registro, sendo verdadeiro, resolve num só golpe todos os maiores problemas da arqueologia, que é o da origem das antigas civilizações do Novo Mundo.
O Livro de Mórmon esclarece estas civilizações, não como resultado de desenvolvimento independente nas Américas, saindo de culturas de caçadores primitivos, como geralmente se sustenta, mas como o trabalho de colonizadores brancos vindos do Velho Mundo. Ele também traz à luz uns 3000 anos de história desconhecida do Novo Mundo, incluindo eventos de extraordinário interesse e importância. Sua veracidade ou autenticidade, entretanto, pode ser definitivamente determinada por meios científicos, isto é, pela comparação de sua história com as civilizações da América Antiga com a história das antigas civilizações deste Continente, como independentemente estabelecido pela moderna pesquisa arqueológica.
Entretanto, antes de aplicar este teste arqueológico comparativo ao registro d'O Livro de Mórmon, devemos primeiro estar certos de que estamos lidando com a mesma área e o mesmo período de tempo. O Livro de Mórmon não deve, certamente, ser responsável pelos desenvolvimentos na América Antiga que estejam fora da área ocupada e período de tempo das suas civilizações, mas por outro lado, ele deve cumprir completamente o teste de comparação arqueológica em sua área e período, então este teste será decisivo.
Destes dois principais aspectos, o tempo e o espaço geográfico em que se verificaram as civilizações básicas d'O Livro de Mórmon, o aspecto espacial, ou seja a área de desenvolvimento, apresenta o problema mais difícil para que seja aplicado o teste arqueológico comparativo. A visão mais popular entre os leitores do Livro de Mórmon quanto à sua área geográfica é a que pode ser determinada como a “identificação geral do Novo Mundo”, ou a “Teoria do Panamá”, na qual todo o Continente Americano é considerado como a área de desenvolvimento das civilizações do Livro de Mórmon, sendo a divisão da “terra do norte” da área d'O Livro de Mórmon, toda a América do Norte, e com a divisão da “terra do sul”, toda a América do Sul, e o istmo de conexão ou a “estreita faixa de terra”, o Istmo do Panamá. Em vista de certos requerimentos internos do próprio Livro de Mórmon, a teoria mais recente restringe essa área à parte média do Novo Mundo, identificando a “terra do norte” como a região norte e central do México, a “terra do sul” como a América Central, e a “estreita faixa de terra” que faz a conexão, o Istmo de Tehuantepec. (A identificação da “terra do sul” com a América Central no lugar da América do Sul na teoria de Tehuantepec está em concordância com a declaração do Profeta Joseph Smith, isto é, aquela que trouxe O Livro de Mórmon – que a cidade de Zaraenla, que ficava na “terra do sul”, se localizava na América Central. Esta teoria de Tehuantepec também é fortemente apoiada pelas evidências da arqueologia moderna, como será apresentado na leitura seguinte.
Deve-se observar que esta restrição da área geográfica d'O Livro de Mórmon à parte central do Novo Mundo, não exclui a possibilidade de que os povos desse Livro estabelecessem assentamentos populacionais também em partes das Américas do Norte e do Sul, antes do fim do seu registro, fora desta área chamada mesoamericana.
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Quanto ao outro aspecto das civilizações d'O Livro de Mórmon, ou seja, o aspecto do tempo ou do período de seu desenvolvimento, o registro é claramente explícito. Este era o período que iniciou uns 3.000 anos ou mais, do terceiro milênio antes de Cristo, provavelmente de aproximadamente 2.800 a.C, de acordo com as evidências da recente arqueologia mesopotâmica, até aproximadamente o ano de 400 AD.
O primeiro e mais longo período, que terminou entre 600 e 200 a.C., foi o do desenvolvimento da primeira civilização do registro, os jareditas, um povo da Pré Mesopotâmia Suméria.
A principal região desta civilização, os “jareditas sumérios”, na área d'O Livro de Mórmon, era a “terra do norte”, isto é, a parte central e sul do México, de acordo com a teoria de Tehuantepec da geografia do Livro de Mórmon. A última parte do período foi a do aparecimento de uma segunda civilização no registro, das colônias de leítas e mulequitas da antiga Palestina Israelita — uma cultura de nível urbano de desenvolvimento igual à dos jareditas, e fortemente centrados na religião de caráter teocrático. Esta civilização teve seu início ou estágio “formativo” na “terra do sul” (585-100 a.C), isto é, na América Central.
Em seu estágio florescente (100 a.C-200 AD), os leítas e o smulequitas se espalharam pela “terra do norte”, ou seja, as partes central e do sul do México, onde suas ruínas devem ser encontradas, em adequada sequência estratigráfica daqueles mais antigos, a civilização “jaredita suméria”. Neste ou no estágio “decadente” (200-400 AD)um período de declínio religioso e desintegração social, (mas na sua primeira fase, de aumento da prosperidade material e populacional) eles podem ter sido levados para além dos limites da “terra do norte” e da “terra do sul”, ou seja, para as partes da América do Norte, norte do México e para a América do Sul.
Depois da destruição dos seus principais líderes, os nefitas, as guerras do quarto século e o fim do registro neste ponto da história, a sobrevivência parcial desta civilização teocrática israelita, pelo menos na principal área, a Mesoamérica, pode ter acontecido na vinda dos gentios, ou europeus, do Século XVI.
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