Missão

Nossa missão é divulgar artigos de pesquisas científicas a respeito da arqueologia, antropologia, geografia, sociologia, cronologia, história, linguística, genética e outras ciências relacionadas à cultura de “O Livro de Mórmon - Outro Testamento de Jesus Cristo”.

O Livro de Mórmon conta a verdadeira história dos descendentes do povo de Leí, profeta da casa de Manassés que saiu de Jerusalém no ano 600 a.C. (pouco antes do Cativeiro Babilônico) e viajou durante 8 anos pelo deserto da Arábia às margens do Mar Vermelho, até chegar na América (após 2 anos de navegação).

O desembarque provavelmente aconteceu na Mesoamérica (região que inclui o sul do México, a Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e parte de Costa Rica), mais precisamente na região vizinha à cidade de Izapa, no sul do México.

Esta é a região onde, presumem os estudiosos, tenha sido o local do assentamento da primeira povoação desses colonizadores hebreus.

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terça-feira, 5 de julho de 2011

ARQUEOLOGIA - Reexplorando O Livro de Mórmon - Capítulo 2

John W. Welch

Traduzido e publicado com autorização pessoal do autor a Elson C. Ferreira – Curitiba/Brasil Junho/2011 – elsonferreira@gmail.com

O TRANSCRITO ORIGINAL DO LIVRO DE MÓRMON


Na Página de Rosto do Livro de Mórmon lemos: “E agora, se há falhas, são erros dos homens; não condeneis portanto as coisas de Deus, para que sejais declarados sem mancha no tribunal de Cristo.”A última das placas de Mórmon é a atual Página de Rosto. Nela o profeta Morôni pede para que entendamos que “se há falhas [no Livro de Mórmon], são erros dos homens”.

Leia a Página de Rosto, da aplicação dos direitos autorais de Junho de 1829 do Manuscrito do Impressor e da edição de 1830 do Livro de Mórmon. Apesar de que estudos têm verificado, vez após vez, a precisão e perfeição do Livro de Mórmon, a declaração de Morôni permite a possibilidade de erro, nos aspectos humanos de escrita, resumo, gravação, tradução, transcrição e publicação.

Típico desse tipo de mudanças feitas no Livro de Mórmon em suas várias edições, em 1837 foi a mudança que Joseph Smith fez de sua declaração: “Se há faltas elas são os erros dos homens; portanto, não condeneis as coisas de Deus”. Tem sido impresso dessa maneira desde então.

De 1984 até 1987, a F.A.R.M.S. publicou um texto em três volumes do Livro de Mórmon mostrando numerosas, porém sem maior importância, mudanças em suas várias edições. Recentemente Royal Skousen vem dirigindo muitos trabalhos no Manuscrito Original do Livro de Mórmon, com a assistência da F.A.R.M.S.

Desde que o Manuscrito Original foi escrito sob circunstâncias difíceis, ele nem sempre foi necessário como proteção contra perdas. De acordo com isso, depois que a tradução foi completada, Oliver Cowdery copiou todo O Livro de Mórmon, como um manuscrito, conhecido hoje como o Manuscrito do Impressor, do qual a edição do Livro de Mórmon de 1830 foi tipografada. 

Todas, exceto uma linha do Manuscrito do Impressor, sobreviveram; ele está nos arquivos da Igreja Reorganizada (atual Comunidade de Cristo, em Independence, Missouri); entretanto, apenas 25% do Manuscrito Original ainda existem, sendo que a maior parte dele está nos arquivos d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em Salt Lake City. O restante do Manuscrito Original ou foi destruído após ter sido depositado junto com a pedra angular da Casa de Nauvoo ou foi perdido ao longo do Século XIX depois de ter sido retirado da pedra angular.

Com o uso de programas de computador para tabular comparações com exatidão e com acesso a cópias mais legíveis de fragmentos do Manuscrito Original e do Manuscrito do Impressor, uma comparação mais minuciosa desses manuscritos e de edições chaves do Livro de Mórmon pode ser feita. O estudo feito até agora tem rendido uma mais profunda apreciação do Manuscrito Original.

Quando Joseph Smith traduziu O Livro de Mórmon na primavera de 1829, ele ditou o texto linha por linha. Um exame do Manuscrito Original revela que enquanto traduzia Joseph Smith aparentemente nunca voltava para riscar, revisar ou modificar a tradução. As páginas manuscritas contêm as palavras escritas pelos escreventes (Oliver Cowdery, inicialmente), enquanto o Profeta pronunciava a tradução.

Dezenas de diferenças entre o Manuscrito Original e do Impressor, nunca antes notadas, têm sido detectadas. 

Por exemplo, Zenoque é escrito "Zenoch" no Manuscrito Original (que se compara com o nome de Enoch, em inglês).

Em Alma 51:15 o Manuscrito Original relata que Morôni enviou uma petição ao governador desejando que ele should'heed' it (prestasse atenção). A edição de 1830 mostra essa frase como desejando que ele should 'read’ it (a lesse).

O Manuscrito Original afirma que os lamanitas clamavam que o governo pertencia a eles rightfully (legitimamente, legalmente, verdadeiramente). No Manuscrito do impressor a palavra se tornou rightly (corretamente, devidamente, acertadamente, genuinamente, por direito, por justiça):

“Pois eis que teus pais enganaram seus irmãos a ponto de roubar-lhes o direito de governo, quando legitimamente lhes pertencia.” Alma 54:17.

Em outros casos, pressing their way (urgindo ou se apressando em seu caminho) se tornou feeling their way (sentindo seu caminho):

“E também viu outras multidões tateando em direção àquele grande e espaçoso edifício.” (1 Néfi 8:31) 

Were (foram) se tornou was (era, estava):

“E olhei e vi entre os gentios um homem que estava separado da semente de meus irmãos pelas muitas águas; e vi que o Espírito de Deus desceu e inspirou o homem; e indo esse homem pelas muitas águas, chegou até a semente de meus irmãos que estava na terra da promissão.” (1 Néfi 13:12)

Shall (será) se tornou should (deve):

“E disse-lhes: Se Deus me tivesse ordenado que fizesse todas as coisas, poderia fazê-las. Se ele me ordenasse que dissesse a esta água: Converte-te em terra, ela se converteria; e se eu o dissesse, assim seria feito.” (1 Néfi 17:50)

Heard and seen (Ouviste e viste) se tornou seen and heard (viste e ouviste):

“Viste e ouviste tudo isto; e não o anunciarás? E que desde agora te tenho mostrado coisas novas, sim, coisas ocultas; e não as sabias.” (1 Néfi 20:6)

Poorer class of the people (a classe mais pobre do povo) se tornou poor class of people (classe pobre do povo):


“E aconteceu que, depois de muito trabalho, começaram a ter êxito com a classe pobre; pois eis que os pobres eram expulsos das sinagogas por causa de suas vestimentas grosseiras”. (Alma 32:2).

Analisar as mudanças rende algumas importantes observações a respeito dos manuscritos:1. 

As diferenças entre o Manuscrito Original e o Manuscrito do Impressor são poucas. Existe apenas, aproximadamente, uma diferença por página – bem menos do que se poderia esperar.2. 

As diferenças entre o Manuscrito do Impressor e o Manuscrito Original são pequenas e a maioria dos erros é de transcrição natural. 

O Manuscrito do Impressor não mostra sinais de qualquer edição consciente por parte de Oliver Cowdery. 

Esses manuscritos mostram que ele foi cuidadoso para reproduzir exatamente o que estava sendo escrito apressadamente no Manuscrito Original.3. 

O Manuscrito do Impressor é muito bom, porém o Manuscrito Original é ainda melhor. Das trinta e sete diferenças de transcrição observadas, dezessete mostram que a leitura do Manuscrito do Impressor se tornou estranha ou de gramática imprópria ou não usual. 

Em apenas sete casos o Manuscrito Original é mais difícil de entender, devido a, por exemplo, grafias ou gramática estranna, tal como os hebraísmos.4. Surpreendentemente, a cópia dos erros do Manuscrito do impressor tende a tornar o texto mais curto. Das trinta e sete diferenças, apenas duas mudaram uma palavra mais curta para uma mais longa, enquanto que em sete casos a palavra mais longa foi contraída para uma mais curta. Isto é intrigante porque as pessoas que trabalham com manuscritos bíblicos geralmente presumem que os textos tendem a aumentar à medida que as transcrições dos escribas geram mudanças. A experiência de Oliver Cowdery manifesta uma tendência oposta.

Acima de tudo, uma observação mais minuciosa desses manuscritos rende sólidas evidências de que Oliver Cowdery foi verdadeiro para com seu chamado de escrevente. Apesar de que grande parte do Manuscrito Original não sobreviveu, podemos razoavelmente estimar que ele copiou todo O Livro de Mórmon no Manuscrito do Impressor com apenas aproximadamente 140 diferenças—todas elas, aparentemente simples deslizes de mão ou de olho. 

Considerando a tarefa de escrever com “caneta” de pena e a magnitude do trabalho, a perfeição da transcrição de Oliver parece quase fenomenal.

(Baseado na pesquisa de Royal Skousen, Dezembro de 1988. O trabalho nos manuscritos do Livro de Mórmon continua. Para um relato detalhado, ver Towards a Critical Edition of the Book of Mormon, BYU Studies 30 - Inverno/1990 - do mesmo autor, 41-69. Mais informações sobre descobertas mais recentes de vários fragmentos do Manuscrito Original, ver boletim da F.A.R.M.S. Insights - Janeiro 1991).

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